domingo, 24 de janeiro de 2010

Auto-retrato do escritor enquanto corredor de fundo

Este livro do Haruki Murakami, que dispensa qualquer apresentação, é um livro de memórias do escritor. Memórias de corridas. É que além de romancista de sucesso, o homem é um corredor de fundo.

Recomendo este livro a todos, mesmo aqueles que não têm nada a ver com a corrida ou desporto. É um livro intimista e pessoal. O autor revela parte de sua vida pessoal e sobretudo de que forma a corrida surgiu na sua vida e a influência que a mesma teve. Para os que gostam das suas obras é surpreendente perceber o dia a dia, e a forma como a corrida de fundo influencia o seu trabalho. Para os que gostam de correr é muito interessante ver a dedicação e os resultados que uma vida inteira de corrida de fundo consegue produzir. Preparação para as maratonas mais emblemáticas, o seu dia a dia de treinos, as habituais angústias que tão bem conhecemos, o espírito de sofrimento, a boa forma, tanta coisa em que facilmente nos revemos.

Não há receitas, não há dicas. Pelo contrário. O Murakami é uma pessoa humilde. No entanto consegue o que muitos de nós, corredores de fundo, não conseguimos. Põr no papel as razões, os sentimentos, muito do que nós vivemoss quando corremos. Daí o interesse da obra. Por vezes parece que estamos lá com o Murakami a fazer um prova. Agora quando alguém quiser perceber melhor porque corro, o que procuro, o que atinjo, basta recomendar a leitura deste livro. É pequeno e lê-se num fim de semana ou pouco mais.

À venda nas melhores livrarias, mas recomendo em formato ebook que as árvores não vos fizeram mal nenhum e fazem mais falta ao planeta que às editoras.

É o meu conselho. Boa leitura.

24 de Janeiro - Grande Prémio Fim da Europa

Lá fomos para o início oficial da época. Tenho feito os trabalhos de casa e portanto ia descansado, embora a prova seja algo dura. O mês de Janeiro tem sido um retomar de foma, e embora a coisa ainda esteja algo perra está seguramente uns furos acima do que estava no ano passado por esta altura. Desta vez, dado que a Dora e o Luis também foram, deixei o carro junto ao interface, eles seguiram nos autocarros para a Ulgueira e eu esperei pelo outro Luis para irmos para a partida. Um passeio agradável numa Sintra meia adormecida e fomos encontrando muita gente da equipa pelo caminho. O tempo passou nun instante. O tiro pontual quase me apanhou desprevenido. Pode ter sido impressão minha mas achei muito mais gente este ano. Deixei-me ficar cá atrás a conversar com o pessoal de modo que até passarmos nos tapetes foi mais de 1 minuto a passo.
Mal começámos a correr lembrei-me que não tinha apertado os atacadores como tinha pensado. Encostei e tratei do assunto de imediato. Providencial pois um deles já estava a desatar-se. Que esquecimento mais parvo.
Quando retomei a corrida estava a ambulância logo ali... heerr ok, toca a recuperar terreno.
É giro partir do fim. Claro que naquelas ruas de Sintra é quase impossível ultrapassar um magote de gente que vai a um ritmo baixinho. Portanto cedo me resignei a fazer um corrida lenta e descontraída.

A vantagem de se partir de trás é que vamos sempre a ultrapassar gente que não anda no nosso ritmo. Sentímo-nos uns campeões! Quando saírem as classificações vai dar para saber quantos gajos passei, mas foram muitas centenas :) lolol

Não choveu, ou quase, embora o vento quando abanava as árvores lá nos refrescava com uma descarga de água acumulada nas folhas. Sem grande esforço lá cheguei ao Castelo dos Mouros. Este ano a duvida era a parede do Km 10 que o ano passado fiz a andar. Mas este ano passei por ela sem parar e até pensei que aquela não era o supra-sumo. Achava que havia se ser uma coisa ainda pior. Perguntei ao companheiro do lado que também disse que era mais à frente. Mas logo começámos a descer e ao Km 11 percebi que tinha passado por ela sem problemas de maior. Bahhh!!! Toca a acelerar que esta já está feita.

O ritmo rápido que imprimi até à meta permitiu-me não arrefecer muito na descida e lá cheguei à meta bem fresquinho, pudera. Que ventania!

Comi dois bolinhos e raspámo-nos dali para fora pois tínhamos de vir acabar de fazer o cozido para o almoço. E que bem que o gajo soube.

Não há nada a apontar à organização, As coisas fluem e uma coisa bem complicada e que mobiliza centenas de pessoas, funciona como um relógio. Espero que a CMS nunca deixe de apoiar este evento. Era impossível nos mesmos moldes sem o seu patrocínio. Para mim esta prova, dado que surge numa altura sem concorrência, é já obrigatória. Obrigado por este passeio fantástico na magnífica Serra de Sintra.

A Dora lá fez a sua mini da praxe. Uma referência especial ao Luís que veio pela primeira vez experimentar as corridas. A ver se o bichinho pega. Belas fotos na meta.

Quanto a tempos, confirmei que estou bem. Mesmo partindo do fim, vindo devagar, chegado ao fim fresco que nem uma alface, consegui retirar quase 2 minutos ao tempo do ano passado. E lembro-me bem que o ano passado a coisa foi feita muito mais nos limites. Portanto é prosseguir os treinos que isto está com bom aspecto.

Quando saírem os tempos oficiais actualizo o post. Para já têm o track e o tempo que cronometrei disponíveis. Procurem na coluna aqui à direita.

Já estão disponíveis os tempos no site da prova. Claro que já não consegui chegar onde pretendia mas mesmo assim ultrapasei cerca de 700 corredores. Para variar, foi divertido!
Temps oficial 1h26m42s
Tempo do chip (não disponível, mas cronometrado por mim) 1h25m29s

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2009 - Balanço do ano

Este foi um ano de afirmação. Vamos ver o que diz a estatística:

         N.Exerc  Distância  Tempos    Elevação    V.média    RC méd. Calorias
2009      135     1.370,18  128:11:05    32.623        10,7          149     122.519
2008      123     1.289,45  105:55:19          -            12,1            -        105.417

À primeira vista a estatística é estranha. Um ano de 2008 com menos provas, mas feitas a uma velocidade superior.... em quase 1300 Km uma diferença de quase 2 Km/h é obra. Ou então é treta...

Convem explicar que os dados de 2009 vieram do meu Garmin e os de 2008, dado que só comprei o Garmin em Outubro de 2008, vieram do Nike+...
Portanto... malandrice. Não foi propositado mas pelos vistos a margem de erro acumulada, ao fim de um ano, está à vista. Mas a diferença também não é assim tão colossal. Há coisas que não falham, mesmo no Nike+, o número de treinos/provas, o tempo de corrida. Corri mais 32 vezes e mais 23 horas em 2009...

Este foi o ano em que corri a minha 1ª maratona e talvez essa seja a principal diferença, dado o empenho que coloquei no plano de treinos para a dita.
No troféu da equipa passei de 10º para 6º, mas isso não é significativo pois há várias provas a que falto dado que prefiro outras que não contam para o troféu.

Este foi também o ano em que a Dora aderiu às corridas e é agora uma companheira inseparável nas provas até 10Km ou então nas minis das outras. Já fez menos de 1 hora nos 10 Km portanto temos atleta.

E vamos para mais um ano. Vou tentar correr mais do que uma maratona sendo que uma será a do Porto e outra internacional (Berlim?) Já estou a planear o ano e dou por mim com a tarefa dificultada pelas inúmeras variáveis com que tenho de jogar para escolher datas e provas. Isto começa a não ser fácil :)

Uma coisa fundamental para manter o entusiasmo e a dedicação é planear as provas e os treinos. Sem planos de treino e sem objectivos concretos a tarefa fica muito mais dificil.
Bom 2010 para todos cheio de Km's nos pés!!!


27 de Dezembro - São Silvestre de Lisboa

E mais um ano se passou. Ainda não foi este ano que pude ir ás São Silvestres da Amadora e dos Olivais portanto esta foi a ultima corrida do ano.
Este ano não houve chuva. Tudo correu muito bem. Deixámos o carro no parque do Martim Moniz que fica a 5 minutos ou menos do Rossio. Foi uma boa escolha tirando o preço que é uma verdadeira vergonha. Mas sempre serve para melhorar a economia (de alguém que não eu).
Ficámos por ali na conversa à espera deste e daquele e quando pensámos em ir aquecer, olhámos para a zona da partida e assustámo-nos. Já estava quase cheia. Que se lixe o aquecimento. Toca a entrar.
Embora a ideia de separar as zonas de partida por tempos faça todo o sentido, como quase ninguém respeita as indicações vai quase dar ao mesmo.
À medida que a prova cresce em participação a organização tem de começar a pensar em arranjar outra zona de partida. Meter 5000 pessoas ali começa a ficar complicado e depois acontece como desta vez. Todos querem ir para a frente e a coisa entope. Grande parte do pessoal só conseguiu entrar na zona de partida já depois do tiro.
De negativo apenas o facto de não se ter respeitado o horário. Já partimos atrasados e ainda foi preciso esperar mais um pouco pelo 3 minutos e picos que a organizaçãp quis dar de avanço às atletas de elite. Para criar um despique homens-mulheres. Até pode ter sido giro, mas para quem vai correr tem interesse nulo, ou seja só sobra a seca de termos ficado quase 10 minutos à espera. Acho que as mulheres ganharam pois os homens não conseguiram apanhá-las.

De resto tudo decorreu normalmente. Acusei obviamente o cansaço da corrida da véspera e custou-me um bocado manter um ritmo forte. Daí um fraco tempo. No final tudo fluiu sem problemas, sem ofertas de maior. Estava a começar a gelar com o vento que estava, quando a Dora me viu. Fez 1h02m que é um tempo aceitável, tendo em conta a época da engorda e a subida ao Marquês que mesmo assim fez orgulhosamente sem parar. Boa, miúda.
O meu tempo e track está publicado no sítio do costume (e não é no Pingo Doce).