sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Vitamina D - A vitamina que não é uma vitamina mas que pode fazer toda a diferença

Este post não é fácil. Não é daqueles que vão ler e arrumar em 5 minutos. Isto é trabalho. Pelo menos se quiserem beneficiar da sabedoria que em breve vos vou entregar em mãos. Encarem isto como uma cana de pesca. Não vos vou dar peixe. Só vos vou dar a cana e dizer-vos onde devem ir pescar. Se a seguir vão usar a cana, ou se vão antes ao supermercado comprar o almoço já não me diz respeito.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

20 de Fevereiro - Grande Prémio da Charneca da Caparica

Este ano descobri uma prova aqui em casa. Não me cheguei a inscrever no usual grande prémio de Mem Martins porque queria descansar um pouco da dor que me tem  chateado e acabei por não resistir à ultima da hora a ir conhecer esta corrida. Visitando o site dos Amigos do Atletismo da Charneca da Caparica e lendo o respectivo regulamento antecipei uma prova de bairro, feito com o habitual espírito da teimosia de quem não desiste de fazer omoletes sem ovos. Esta prova que não conhecia deixa-me duas sensações distintas. Por um lado o reconhecimento do clube que a organiza. Ainda bem que há pessoas que não desistem e apenas com boa vontade ou pouco mais, organizam esta pequena corrida. 

Meia dúzia de maduros
Mas ao mesmo tempo é muito triste e revelador das grandes deficiências ao nível do atletismo, e se calhar do desporto em geral, que existem no concelho de Almada. A Charneca da Caparica merecia um Grande Prémio que fosse mesmo Grande. Mas cada um tem o que merece e aqui fica bem visível, doa a quem doer, o papel do atletismo no concelho. Uma miséria.

De resto, distribuída a bordoada aos srs. (com minuscula) autarcas responsáveis pelo resultado visível das suas políticas desportivas, o circuito é simpático. Bem conhecido dos meus treinos na zona. Lá partimos, seríamos 60? pouco mais. O Miguel veio comigo ou fui eu que fui com ele. A perna não me estava a incomodar muito e acabei por esticar um pouco. Pode ser que ajude a melhorar. Foram 8500 metros em 37 minutos, contas feitas fomos abaixo dos 4m30s/Km. Já não corria assim há muitos meses. Nem tenho treinado para isto. Portanto acabei por penar um pouco mas soube-me bem.

Lá tive de correr um pouco para acompanhar o Miguel
A prova tem vários apoios pois se assim não fosse não era possível existir sequer. Portanto é importante que se usem os recursos da melhor maneira. Há vários aspectos errados nesta prova e que podem ser melhorados com relativa facilidade:
- As mulheres não podem fazer os 8500 metros e têm uma prova própria de 2800 metros. O que é que se passa aqui? Hellloooo!!! Séc. XXI!!!! Inexplicável.
- Falta um abastecimento a meio da prova;
- O transito parecia que tinha sido cortado por amadores. A diferença entre cortar de forma correcta e o que foi feito não tem qualquer impacto para os automobilistas. Assim é ridículo;
- Nalgumas zonas não houve qualquer controlo do transito e corríamos juntamente com 2 vias de carros a circular;
- Seria possível arranjar mais umas garrafinhas de água do patrocinador? 

De resto não tenho mais nada a dizer. No final uma garrafinha de água e uma laranja. O resto está adequado à dimensão da prova e do clube. Não é que esteja bem mas não vale a pena apontar como mau o que não se pode remediar. 

Mesmo assim acho que vou voltar se não houver nada melhor para fazer nesse dia. E não acho que seja melhor ir a Mem Martins, por exemplo. Alcatrão por alcatrão fico em casa e apoio as colectividades locais.

Acho que o clube poderia fazer um uso muito melhor das novas tecnologias e divulgar melhor a prova. 

Espero que consigam melhorar os aspectos que refiro. Será fácil trazer mais gente. O percurso é simpático mas podia ser muito melhor. E com mais alguns Kms também. 
Uma palavra de agradecimento também para o Pedro Gabriel, o fotógrafo de serviço.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

18 de Fevereiro - 3º Treino Lunar



A semana de chuva, temporal, neve, mar revolto, pelos vistos assustou muita gente. A malta é muito fraquinha. Esquecem-se da regra numero 1 de quem pratica desporto ao ar livre, em plena natureza. O tempo faz parte da natureza. Faça sol chuva vento neve ou outra coisa qualquer é irrelevante. Até porque nos dias das provas também não podemos controlar o tempo. Sendo assim o ideal é treinarmos sem que o tempo nos afecte.

Isso não quer dizer que eu não prefira treinar num dia fresco, sem vento, com passarinhos a chilrear, borboletas a esvoaçar, lindas moças saltitantes em meu redor.... estão a ver a ideia. Claro que prefiro. Mas o inverso também não afecta os meus planos.

Aliás, dizem que recentemente enquanto em Sevilha fazíamos a magnífica maratona num dia em que só faltaram as borboletas a esvoaçar, aqui na Costa da Caparica alguém foi severamente massacrado por uma tempestade. LOLOLOLOL. Metem-se em provas que não têm contrato com o S. Pedro, como os Treinos Lunares e depois pimba! Toma lá que é para aprenderem.

Ora nada disso aconteceu ontem. Tal como fui avisando durante a semana, iríamos ter quase de certeza, uma noite tranquila. O vento era o único factor que prometia dar alguma luta. Nada de especial.
21 à partida a que se juntaram mais 4 atrasados, já em plena praia.

Combinámos fazer apenas 30 minutos para lá e mais 30 para cá. O vento de frente e a chuva que iria começar por volta das 22h aconselhavam a que fossemos regrados. Até porque iam alguns caminheiros também.

O areal estava magnífico. Ainda melhor do que na 1ª edição. Posso-vos dizer que não passámos um ribeiro, não pisámos uma poça. Nada. Fruto dos ultimos dias de temporal o areal parecia uma gigantesca pista super lisa. Fantástico. O mar lá em baixo ao fundo estava calmo. O vento de frente só incomodava porque dificultava a conversa que iamos tendo. 

Num instante cumprimos os 30 minutos tendo chegado quase ao terminal do comboio. Meia volta e foi altura de receber os juros. O vento empurrava-nos agora de volta. Já conseguíamos conversar. Abrir os casacos pois começámos instantaneamente a aquecer. E lá viemos de volta, agora sim, em amena cavaqueira e num instantinho estávamos a chegar ao Mar Puro. 

O S. Pedro vendo que já estávamos abrigados tratou então de ligar o dilúvio e começou a cair a carga das 10h da noite. Pouco nos importava. De algum modo tudo estava previsto. Ainda bem que éramos menos. Fomos para um cantinho do Mar Puro onde há um telhado e lá fizemos a nossa festa do costume.


Destaques para o arroz doce, uma tarte da Rosa Doce, uma magnun do Dão que apareceu quando parecia que íamos ficar sem combustível (uff!), um queijo amanteigado que a Fernanda está a testar na foto acima, as moelas, enchidos, bolinhos, etc. etc. Se falhei alguma coisa não hesitem em fazerem-se ouvir nos comentários. 

Um abraço a todos os que acreditaram que ia ser mais um fantástico treino lunar. Um agradecimento ao S. Pedro por ter cumprido o contrato e não nos ter ensopado.

Um abraço também ao Góis. Um amigo de infãncia que reencontro ao fim de 30 anos. Malta dos pátios! Temos de falar mais da próxima vez. 

Interessante o facto de desta vez o pessoal de Lisboa estar em maioria. É um bocado vergonhoso que o pessoal do deserto fique em casa escondido com medo de nada e seja o pessoal que corajosamente atravessa a ponte a uma 6ª feira a vir-nos dar uma lição. Que vergonha margem sulenses. Para vocês eu digo BUUUUUHHHHHHH!!!!!!!

Lá diz o povão: dá deus nozes....

Estas e outras fotos aqui.

Até à próxima. Aproveitem para visitar e gostar da página dos treinos lunares no Facebook. Está mesmo aqui do lado direito. Vejam se não faltam ao próximo.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

13 de Fevereiro - Maratona de Sevilha





Os mais atentos a este espaço sabem que já na altura do Grande Prémio do Fim da Europa a 15 dias da Maratona de Sevilha uma dor na coxa me andava a complicar a vida. Quase não se sente no dia a dia, mas ao fim de uns Km’s começar a chatear passando de incomodativa a problemática. Começa-se a abrandar o ritmo, a proteger inconscientemente a perna, o que vai fazer surgir dores noutras partes da perna.

Para mim Sevilha já estava pensada no meu calendário como um treino longo para Paris, portanto uma coisa a fazer num ritmo de contemplação. Aproveitar o fim de semana de passeio, divertir-me, conhecer novos amigos, e já agora fazer uma das melhores maratonas num raio de muitas centenas de Km’s. Mesmo muitas.
Mas esta dor pairava como uma nuvem negra.

Nas duas ultimas semanas quase parei. Meia dúzia de treinos suaves. Invariavelmente a coisa começava a manifestar-se por volta dos 8-10 Km. E entre treinos não desaparecia. Não houve outra solução que não fosse resguardar-me. Os treinos longos foram feitos, ao menos isso dava-me algum conforto. Mas o que estaria para além do Km 10?

Obviamente não quis ir ao médico. O tempo estava a esgotar-se e ir ao médico era uma desgraça. “Sr Dr. tenho uma maratona no fim de semana veja-me lá aqui esta dor” Se não me batesse logo ali, iria no mínimo tentar convencer-me que uma maratona era uma loucura, que devia parar imediatamente, etc. Portanto ir ao médico era um contra senso. Era melhor ir a Sevilha e tentar ver o que iria acontecer. A última coisa que precisava era mais uma vozinha cá dentro a dizer “Olha que o Sr. Dr. disse que não devias estar aqui. Tu não te desgraces”
Portanto lá fomos na viagem organizada pelo Mundo da Corrida. Tempo de conhecer melhor alguns dos companheiros do fórum e outros que já conhecia das corridas. Uma viagem pacífica e descansada até Sevilha. Com o primeiro contacto com o estádio olímpico para levantar os dorsais. Nesta zona notam-se algumas dores de crescimento desta prova. Este ano quase com 5000 participantes algumas estruturas que, ao que contam já não eram famosas, ressentem-se. A entrega dos dorsais era um pouco caótica com uma longa e demorada fila. A que se seguia uma mais caótica e demorada fila para levantar o saco das ofertas. De seguida era tempo de irmos à pasta party na Isla Mágica onde nos aguardava uma outra, não caótica mas demorada fila. O almoço foi generoso com uma massa razoável, repetir à descrição e mesmo as bebidas com alguma simpatia também se podiam beber mais uma ou outra.
Passeio em Sevilha de algumas horas até ser tempo de irmos para os apartamentos. Uma boa opção. A 10 minutos do estádio, num local sossegado, apartamentos modernos com tudo o que é preciso para descansar algumas horas. Inclusivamente um preço muito interessante. Como já chegámos algo tarde optámos por comer qualquer coisa num centro comercial anexo. Mas caso se chegue cedo é possível confeccionar uma refeição dado que o apartamento está equipado com o básico. Com piscina e wifi grátis não se pode pedir muito mais. Lux Sevilla Bormujos, recomendo nesta gama de preços.





E a hora da verdade chegou. Já que tinha ido até ali não poderia deixar de fazer parte daquela festa. O dia estava frio. Um frio húmido que fazia mossa. A família foi para as bancadas e nós lá descemos a rampa de acesso ao estádio olímpico. Para um pelintra como eu nestas coisas de maratonas internacionais tudo era uma delícia. Claro que a fama desta maratona é enorme no que toca a organização e já ia à espera do que vi, mas ao vivo é sempre uma delícia ver uma máquina desta envergadura a funcionar. Não exagero muito se disser que deve haver muito mais gente na organização da prova, do que a correr. Isto falando apenas das pessoas no terreno. Tudo está pensado ao pormenor, toda a organização é composta de malta nova, sempre bem disposta, sempre sorridente. Sempre com uma palavra de atenção. Por baixo das bancadas daquele estádio estavam muitos milhares de pessoas a prepararem-se para uma maratona e ninguém se atropelava. Não se via uma reclamação. Tudo fluía. O sistema de som difundia musica e o orador repetia que todos estavam a trabalhar para que fizéssemos uma excelente maratona. Uma prova feita por corredores e para corredores. Uaauu!

Eu e o Sérgio, pela primeira vez nestas andanças internacionais flutuávamos por ali. Já quase prontos fomos para a zona climatizada tratar dos preparativos finais. Entregar o saco no bengaleiro. Um ultimo xixi numa zona de wc’s químicos onde não faltavam os aquecedores gigantes para manter a zona com algum conforto. E seguimos para a pista onde à entrada eram distribuídas garrafas de água. No estádio milhares e milhares de pessoas aqueciam. Os écrans gigantes transmitiam imagens da meta e um repórter ia fazendo as habituais entrevistas. Seguramente que aquelas imagens estariam a ser transmitidas para algum canal de TV. O ambiente era emocionante. Os nervos mantinham a expectativa no lugar. Eu que poderia estar mais que descansado tinha a minha própria cruz para carregar. Como todos os outros que ali estavam.

As imagens que vos deixo a seguir vão transmitir-vos as emoções da partida e do momento arrepiante que foi subir o túnel para sair do estádio.


E lá fomos. Dentro de mim sentia o pensamento que poderia ter de abandonar a prova e não poder voltar a entrar naquele estádio para celebrar mais uma maratona, a apertar-me o coração. Seguia muito devagarinho tentando perceber a cada passada o que a minha perna tinha para me dizer. Os 1ºs 7 Km’s são um ida e volta numa avenida gigantesca. Pude apreciar atrás dos últimos atletas a comitiva enorme de ambulâncias e também vários autocarros de passageiros para recolher quem tivesse de abandonar a prova. Visão terrível!!! Xô, Xô!!! 
Por volta do Km7 vejo o Valdemar num cruzamento, feliz, a observar toda a gente a passar. Grande festa. Iámos agora por um parque em direcção a Sevilha. A minha perninha começou a dar sinal de vida. Navegava agora entre os 5”40 e os 5”30. Era um ritmo complicado para mim. A máquina já quentinha sente-se mais confortável com ritmos mais acima e pedia para acelerar. A perna queixava-se se tentasse subir dos 5”20. E ali seguia naquele dilema. O Km 10 surgiu com 55” e pouco mais haveria para dar se conseguisse levar a coisa assim. Contas rápidas 3h50 no final, mais que "prova superada". Vamos ver se isto aguenta.

Ia eu a fazer contas à perna ao Km 14, a pensar se as pontadas que surgiam vinham para ficar ou se era coisa de passagem. Estávamos a 1/3. Ia mais que relaxado, a energia estava a ser consumida com a preocupação da dor. Vejo surgir á minha frente o Jorge, a Dina e o Paulo. Pergunto-lhes a que ritmo iam. Vamos a 5h40 para fazer 3h50. Optimo. Acabaram de ganhar mais um membro. E foi com eles que consegui exorcizar os meus fantasmas. A dor não dava para exorcizar, mas os fantasmas tinham de desaparecer.

Lá seguimos todos e íamos falando disto e daquilo rindo e brincando e os Kms a cair. A meia foi feita com 1h55, bem dentro do objectivo. Às tantas surge o momento da prova e eu que até nem levava uma máquina fotográfica que faz uns vídeos excelentes… fiquei a ver e a rir-me e só me lembrei depois. O costume. Então não é que às tantas surge a correr na berma um poney enlouquecido? Ao lado da estrada havia uma zona verde por onde o poney acelerava a bom ritmo enquanto produzia um som preocupante, tipo bufo. No meio da surpresa e dos risos, ao chegar ao cruzamento 3 polícias tentaram dominar o equídeo, mas o bicho, embora anão, tem um porte de respeito. E não estava com vontade de ser apanhado. Meia volta e desata a galope estrada abaixo com um polícia a sprintar atrás. Mas qual quê. O bicho mesmo pequeno batia o record do mundo dos 100m. Antes de virarmos á direita só vejo o bicho a acelerar e o polícia a ficar para trás.

Feita a meia, era tempo de um balanço interno. Já faltavam menos do que os que tinha feito. A dor tinha estabilizado. Naquele ritmo a coisa era suportável. Tinha encontrado o andamento perfeito. Sentia por vezes algum frio fruto do ritmo baixo que levava mas não podia dar mais. O pelotão mantinha-se unido. Fiquei a saber que a Dina e o Paulo estavam a tentar o seu record na maratona. Isso era fantástico. Baixar das 4 horas. Vamos embora. A certa altura acelerei um pouco e quis saber como se sente um espanhol a assistir a uma maratona. Oportunidade para ver os meus companheiros a passar:


Ainda apanhámos a Joana do CLAC e conseguimos enganá-la a vir no nosso ritmo até ao Km 37. Ela pedia para não a abandonarmos e ia claramente a dar tudo o que tinha para não parar. 


Aqui podem ver o grupo em plena progressão. 




A Joana iria abandonar-nos em breve. Estávamos a abrandar muito quando surge o José Carlos que ia ainda mais calmo que nós. Entregámos-lhe a Joana e retomámos o nosso ritmo. Faltavam agora 5 Kms. Já nada me faria parar. Continuava confortável fruto do baixo andamento que tinha feito, a dor mantinha-se num patamar suportável e já cheirava a estádio. A Dina estava também a atravessar um momento complicado e o Jorge atazanava-lhe o juízo. Impensável parar ou abrandar. As 4 horas estão aí ao virar da esquina. Eu seguia 20 metros á frente com o Paulo. Eu ainda vinha cá atrás e voltava para o pé do Paulo. 

Cheirava a meta. Ligo a câmera para filmar a entrada no estádio. Isto vai ser bom. O Paulo pica-lhe a mosca, eu sigo atrás a acelerar ainda mais para o apanhar. Tinha visto o João Cunha à entrada do túnel a fazer uma festa. Serpenteio pelo meio de toda a gente que dava a volta à pista. Alguns em total sofrimento. Ainda olho para as bancadas e vejo a Mónica aos saltos. Papi! papi! Ah que belo momento. 3h56. O Paulo está radiante. No minuto seguinte chegam a Dina e o Jorge. Que fantástica prova. Fiz o meu pior tempo mas fiz a minha melhor maratona. Fiquei feliz pelo record da Dina e do Paulo e obviamente por ter conseguido terminar esta magnífica prova. Não sei se esta história teria um final tão feliz se em boa hora não tivesse encontrado este grupo de apoio. Obrigado Dina, Paulo e Jorge.


Deixo-vos com a chegada ao estádio e as emoções de acabar uma maratona. Momento dedicado ao Paulo.


A mesma coisa vista de outro angulo neste link.


Reparem no meu vídeo ao 1m56s. Vou a acelerar pelo meio do pessoal para apanhar o Paulo e oiço a malta que estou a ultrapassar a dizer qualquer coisa. Como ainda por cima era em espanhol demorei uns segundos a processar. Estavam a incentivar o meu sprint. Corre. Corre. Cá costuma ouvir-se o pessoal a denegrir este tipo de atitudes. Manda-se abaixo. Para que é isso pá? Capaz de me fazeres cair. Agora é que te está a dar vontade de correr? Por isso é que só ao fim de uns metros processei toda aquela cena e percebi que ele estava a incentivar-me para acelerar. Desconcertante no mínimo, para um espírito tuga claro. Temos tanto para evoluir... é o lado positivo da coisa.

Era tempo de regressar. Não sem antes usufruir de uma massagem para a qual não esperei mais de 2 minutos, um banho numas instalações que não suportam tanta gente, e um almoço na Isla Mágica em que, após nova fila gigantesca, a organização serviu uma ementa onde só se salvou o gaspacho andaluz (que fazia lembrar o original). 

Nada destes contratempos tira o brilho que esta magnífica prova tem. O apoio popular e o espírito dos espanhóis é incrível. Há muita gente na rua. Mas as pessoas não são, como por cá, múmias paralíticas. Toda a gente grita “Ânimo” “Bamos” “Venga” “Campeones” Até faz confusão os polícias a puxar por nós “Bamos campeones ya está quase” E funciona mesmo. Cada incentivo daqueles é melhor que 1 gel de hidratos.

Para aqueles que estão a ler estas linhas e nunca foram a esta prova, espero muito sinceramente que um dia possam estar na linha de partida, a sentir o turbilhão de emoções que se abate sobre o atleta. A euforia de partilhar aquele momento com tanta gente. A duvida sobre se serão capazes de atingir o vosso objectivo. Pode ser tão simples como foi o meu desta vez, chegar ao fim, ou tão difícil como bater o record pessoal. Pouco importa. Viver por dentro uma prova desta envergadura, montada com este carinho e dedicação e acarinhada por toda uma cidade é um privilégio inesquecível.
Parabéns Sevilha!. Obrigado por esta magnífica prova que nos ofereceram.


Um abraço a todos os que partilharam esta viagem e prova fantástica. 

Lições aprendidas:


- Estamos a dezenas de anos, talvez mais de 100 anos, de conseguir organizar uma prova assim. E ainda por cima estas coisas não se conseguem a despejar dinheiro para cima. Isto não é como fazer auto-estradas e encher os bolsos aos gajos do costume.
- É sempre bom irmos ali levar uma lição de humildade gigante e perceber que em demasiadas coisas importantes continuamos a viver na porcalhota com o mesmo atraso ou mais que tínhamos há 40 anos atrás.
- É possível fazer uma maratona mal preparado, superando as nossas dores e limitações. Basta abrandar o ritmo. Saborear cada momento e sobretudo arranjar um grupo de amigos que nos leve ao colo.


Vejam só as fantásticas fotos da Isabel aqui

sábado, 5 de fevereiro de 2011

3 de Fevereiro - 2º Treino Lunar (Lua Nova)

Este 2º treino foi a consolidação do evento. Tinha alguma expectativa porque estas coisas por vezes correm muito bem à primeira vez.



Há uma série de gente que acarinha e faz um esforço para participar porque é a 1ª edição e nunca se sabe se vai haver a 2ª. Mas fiquei deveras surpreendido. Houve muita gente que veio de Lisboa e pela 1ª vez. Na duvida do local para estacionar deixaram o carro um pouco mais longe em vez de o trazerem até mesmo ás traseiras do restaurante. De modo que já estávamos por ali uns quantos e não paravam de chegar, mas houve alguém que disse que estava um grupo enorme mais atrás, junto ao restaurante Marrocos, que tinham estacionado ali. Quando lhe mostrei que era melhor para a logística posterior estacionarem mesmo nas traseiras do restaurante ele prestou-se a ir buscar o carro e avisar o resto do pessoal. Quando ao fim de uns minutos, já não éramos assim tão poucos como isso, mas chega aquela multidão de gente…. Uuooohhh!!!

Só contando na foto de família mas seríamos quase tantos como na 1ª edição. Com imensa gente nova e os repetentes do costume.

Desta vez tudo funcionou na perfeição e aproveitámos ao máximo a nova localização. A Lua, tal como previsto não existia. Alguma humidade extra mesmo junto ao mar. A temperatura que durante o dia tinha chegado aos 17º estaria agora por volta dos 8º ou menos. Num uma nuvem no céu. Desta vez uma Labrador acompanhava o dono e dava aquele toque especial ao treino.

Depois da foto de família que a Xana repetia em várias máquinas lá seguimos que se fazia tarde. Acabámos por sair por volta das 20h45. Marcámos as 21h30 como hora de retorno. Estivesse onde estivesse às 21h30 toda a gente inverteria o sentido e dirigia-se de novo para o Mar Puro.O areal estava diferente do ultimo treino. Nalgumas zonas havia pequenas poças ou riachos que descarregavam as ultimas poças para o mar. O meu novo frontal fez um sucesso. Como previsto aquela coisa apenas com 1 led impressiona pela quantidade de luz e pela largura do foco. Mas em grande parte do percurso eu preferi seguir sem qualquer luz. A noite fria garantia um céu estrelado magnífico. Naquela escuridão e com um céu limpo nem parece que estamos tão perto da cidade e de tanta poluição luminosa. Às tantas todos apagámos a luz e deixámo-nos ir deslumbrados por aquele céu estrelado magnífico, tão raramente visível. Diria um monte no Alentejo ou uma serra numa noite de verão para termos aquele espectáculo.


Seguia com um grupo com várias pessoas que ali estavam pela 1ª vez. Como é hábito o pessoal não consegue evitar o deslumbramento que é ir ali a correr praia fora, naquela paz, naquela sensação de liberdade. "Épá ainda bem que eu vim, que treino fantástico" Eram as expressões repetidas vezes sem conta.Passávamos várias poças, umas maiores outras menores, por vezes molhavam-se os pés. Já pouco importava, Quando demos por nós a Fonte da Telha já estava a ficar para trás. 21h30. Toca a voltar que o petisco está à espera. Uma pequena brisa Norte, já esperada e anunciada tornava agora a volta um pouco mais desafiante. Mas a meio do caminho o vento parou completamente. Seguia agora com o Ricardo e o Silvino, o team Abutrico foi na galhofa até ao final.


Ainda havia espaço para mais surpresas. Desta vez juntámos as mesas para se partilhar melhor os petiscos. Um fantástico bolo feito por um companheiro pasteleiro. Fresquíssimo e delicioso. As moelas e a morcela do Rui Silva, as gambas do Mário. O verde tinto sempre presente. O arroz doce do Orlando desta vez morreu ali. Donuts, fruta, tarte de legumes, paio, bola de carne, pão com chouriço e tanta coisa boa. Não me levem a mal se não referi alguma coisa que levaram. Estas são as que me recordo.


Bom e assim se passou mais uma magnífica noite diferente. É uma noite especial, que nos quebra a rotina, o ram ram, a uns mais que a outros. Todos temos as nossas para quebrar. Uns vêm de longe, outros preparam grandes petiscos, etc. O que é importante é a disposição com que todos nos apresentamos por ali. Prontos para um bom momento de exercício físico, cada um no seu ritmo e nível. Pouco importa se é a Jessica Augusto ou se vai apenas andar. Cada um tem o seu objectivo. E no fim celebramos mais um dia diferente.


Criei uma página no facebook para reunir toda a informação destes eventos. 

Gostem, visitem e participem.
Um agradecimento especial ao Mar Puro e ao Sr. Helder pela sua generosidade. Temos de pensar numa forma de retribuirmos o seu apoio a este evento. Começamos a dar algum trabalho...


Os 2 próximos calham à 6ª feira. Se o S. Pedro nos der uma ajudinha vamos pulverizar records.