O Inverno aperta e só mesmo os mais duros insistem em marcar presença. Lua nova, frontal na testa lá fomos para mais um. O José Carlos Melo merece aqui o meu destaque especial em representação de todos os que do lado de lá do rio gostavam de vir mas não podem ou querem. De resto sobra o núcleo duro que, já se percebeu, vai manter a chama viva durante todo o inverno até que dias mais simpáticos e até o próprio sol nos comecem a fazer companhia novamente.
No entretanto não há frio que entre connosco. Estava ainda assim uma noite simpática. Ainda não tinha chegado a famosa vaga de frio. Depois de termos feito o gosto ao pé, foi mesmo ali na mala do carro que se montou a mesa e se jantou enquanto a conversa seguia animada com bons vinhos, queijos, tartes, sobremesas, enfim... o costume.
A 5 dias dos Abutres combinavam-se viagens e estratégias para levar de vencida tamanho empeno. Mal sabíamos nós o que estava para vir...
Este ano não me atrasei e mal abriram as inscrições não deixei escapar a coisa. Tinha muita curiosidade em ir conhecer as armadilhas que o Vitor carinhosamente prepara para receber os amigos na Cumeira. Sem companhia lá me fiz ao caminho. Tinha chovido de véspera, um dos raros dias de chuva deste inverno. Parecia mesmo encomenda do Vitor. Algum frio e um céu carregado de nuvens. 1 minuto antes de partirmos começa uma valente descarga que nos havia de acompanhar durante os primeiros minutos da prova.
E lá fomos estrada abaixo, umas centenas de metros em alcatrão até entrarmos na pista de trail do Vitor. E digo isto porque de facto é disso que se trata. Numa área relativamente pequena é-nos oferecido um verdadeiro carrossel de trail. Um circuito extremamente bem marcado, desenhado ao milimetro por quem domina cada recanto da zona.
Ao longo do circuito vão surgindo placas com mensagens, que ora nos incentivam, ora nos "insultam", ora nos perguntam se estamos a gostar. Um verdadeiro mimo.
O circuito é suficientemente desafiante e permite manter uma boa velocidade, com uma ou outra subida mais acentuada, mas quase sempre a permitir correr, o que torna a coisa ainda mais dificil. Às tantas surgem labirintos, ora de eucaliptos ora de arbustros. O terreno extremamente técnico também surge para nos cumprimentar e muros para saltar, árvores caídas. De tudo um pouco se encontra pelo caminho. Uma verdadeira pista de trail condensado.
No final e para quem ainda chega folgado uma subida que por ser curta e anunciar o fim convida a dar o ultimo litro à casa. E lá vai disto.
Uma palavra adicional para as gentes da terra que se acotovelam em pontos chave do circuito para aplaudir os atletas e na subida final incentivam-nos com carinho a conquistar o ultimo obstáculo. Percebe-se bem que a prova é acarinhada por todos.
O pavilhão ainda com algumas zonas em acabamentos finais não suporta obviamente uma enxurrada de gente desta dimensão. Quer dizer o pavilhão suporta, a água quente é que não.
Em seguida e para fechar com chave de ouro somos brindados com um excelente almoço. Parabéns à organização. A comida estava muito boa e sem qualquer confusão, com toda a gente sentada, num instante todos estavam a comer. Claro que estas coisas só se conseguem quando há muita gente a ajudar e a apoiar este evento. A Cumeira está de parabéns.
Para finalizar deixo aqui um pequeno vídeo. A prova é demasiado técnica e pouco filmei pois estava demasiado ocupado a tentar não cair enquanto me empenhava em fazer um bom tempo. Mas fica um pequeno resumo que dedico ao Vitor e a toda a sua equipa. Obrigado pela Laminha.
Também não há muitas fotos mas podem sempre espreitar aqui.