quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Fast Wing - Compacto e leve




Nem sempre precisamos de um casaco à prova de tudo e mais umas botas. Os casacos impermeáveis e respiráveis são fundamentais quando corremos o risco de poder enfrentar uma tempestade, sobretudo na montanha. Mas embora algumas provas os exijam dada a imprevisibilidade do tempo e a duração das mesmas, a verdade é que nos treinos do dia a dia ou em provas mais curtas um casaco impermeável estará sobre dimensionado. 


Ou compram um modelo de topo de uma boa marca ou então um bom casaco impermeável será sempre mais pesado, mais volumoso, e por mais que o tecido tenha alguma respirabilidade, será sempre muito mais quente que um simples corta vento. É o que acontece com o meu actual impermeável, o Ronhill Vizion Storm. Ocupa algum volume e não é super leve. Claro que também não custa o mesmo que um casaco de topo...

Mas este Fast Wing da Salomon é uma excelente proposta. Com pouco mais de 100 gramas, arruma-se na sua própria bolsa e ocupa um volume que cabe na palma da mão. É mais do que suficiente para treinar em dias de mau tempo desde que não esteja a chover torrencialmente. Protege do vento e irá conferir algum nível de protecção contra chuva fraca ou de curta duração. Claro que não é o casaco ideal para suportar mau tempo em alta montanha, sobretudo numa prova em que poderão passar horas seguidas debaixo de chuva intensa.

Mas é o companheiro ideal para ir na mochila naqueles treinos longos em que não se sabe se vai chover. O capuz com um sistema de elástico dispensa o habitual cordão de ajuste. Mantem-se no lugar mesmo com vento. As mangas prendem-se nos polegares para evitar que subam pelos braços e confere assim maior protecção. O bolso do peito permite passar o cabo de uns headphones pode dentro. Assim pode-se levar o mp3 convenientemente no bolso do casaco sem ter de passar o cabo pelo fecho. Se assim fosse, com alguma chuva, corria-se o risco de a água entrar escorrendo pelo cabo.

Quando se veste fica-se com a sensação de que mal se vestiu alguma coisa, tal a sua leveza. Os unicos pontos que melhorava neste corta vento têm a ver com o facto de se poder guardar no bolso do próprio casaco. Dá a sensação que o casaco não foi pensado para se guardar no bolso. Isto porque o fecho do bolso não é reversível e fica difícil de manobrar quando se guarda o casaco no bolso e se fecha o mesmo. Seguindo esta ideia de guardar o casaco no seu próprio bolso falta um elástico para prender à cintura ou mesmo no punho ou no braço. Mas estes são aspectos pouco relevantes porque mesmo que esta característica não estivesse pensada é perfeitamente possível de a usar.

Este é portanto o meu casaco de eleição a não ser que tenha de ir treinar debaixo de chuva intensa ou que vá para um ultra trail com previsão de chuva ou que a organização obrigue à utilização de um casaco impermeável.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Salomon Sense Mantra – Minimalismo q.b.

Muitas vezes pedem-me opiniões sobre ténis, marcas, modelos, etc. Acontece que só gosto de dar opiniões sobre coisas que conheço e uso ou usei. Só assim gosto de escrever algo sobre o equipamento. Porque para escrever umas larachas e fazer copy paste de press releases das marcas, ou fazer de megafone dos departamentos de marketing das empresas, ainda por cima sem lucrar nada com isso, não contem comigo. Não tenho nada contra quem o faça. Simplesmente não tenho motivação para perder tempo e sentar-me a escrever sobre o tema. Gosto de transmitir a minha opinião, mas para isso tenho de a formar. E para formar uma opinião de uns ténis nos meus pezinhos de princesa a coisa demora.

Antes de mais um disclamer. Estes ténis foram-me oferecidos no âmbito do programa Salomon Field Testers. O meu compromisso era testar e contar-vos a minha opinião. Até os devolvia após o teste mas não me parece que uns ténis seja algo que se devolva depois de testar. Cheios de ácaros e fungos…. Isto não é bem um Suunto Ambit J

Assim sendo vamos então à opinião. Estes Sense Mantra têm por base a ideia que menos é mais. Menos amortecimento é mais. Sente-se mais o trilho mantendo um bom isolamento do piso. Menos peso, com 270 gramas, sem serem uns LAB são ainda assim uma peninha leve. Um piso pouco agressivo mas ainda assim com uma excelente aderência, diria mesmo, em piso seco, surpreendente.

Assim são os Sense Mantra. Encaixados na gama "De casa aos trilhos" têm uma filosofia mista. Cheguei a fazer provas de estrada com eles, são uma espécie de slicks de trail. 
Depois de nos surpreendermos com a sua leveza, ao calçar reparamos logo na manga interna que envolve o peito do pé. A primeira opinião é "o que é isto?", mas depois de se calçar percebe-se o conforto acrescido. 

Quando se sai para o trilho a sensação é minimalista. São frescos, macios, quase uma luva. O baixo salto e desnível de apenas 6mm (16mm-10mm) recomenda uma passada mais apoiada na parte da frente do pé, que acaba por surgir naturalmente.

Já lhes pus umas boas centenas de kms em cima, fruto de serem tão confortáveis e de os usar frequentemente em treinos quer de estrada quer de trilhos. A resistência e durabilidade é a habitual que se encontra nos produtos da Salomon. A sola de baixo perfil permite sentir bem o trilho mas ainda assim o isolamento das irregularidades é perfeito e mantêm-se confortáveis mesmo após muitas horas em trilhos. 

Fiquei surpreendido na véspera da UTMB quando a Salomon nos convidou para uma conversa com o Miguel Heras. Conversa para aqui, equipamento para ali o Heras põe em cima da mesa os seus ténis de treino. Uns Sense Mantra todos afanados, como os meus. Obviamente fiquei curioso e o que ele dizia era exactamente o que eu achava também. Perguntei-lhe se ele achava que eram uns bons ténis para fazer a UTMB e disse-me que sim. Não parti com eles pois na altura ainda lhes tinha feito poucos Kms, mas saltaram para dentro do saco e em Champex-Lac saltaram para os meus pés, cabendo-lhes a enorme responsabilidade de me levarem até Chamonix, os ultimos 45km, sendo que o ultimo pico, Tête-aux-Vent era quase integralmente de pedra e seguramente o piso mais duro e massacrante de toda a prova. Portaram-se que nem o dono, uns heróis.

Não são obviamente uns ténis para todo o terreno. O baixo perfil irá comprometer a tracção em piso demasiado mole ou lamaçento onde um perfil agressivo irá ter muito maior tracção. Mas exceptuando essas condições são uma excelente aposta. E sobretudo são inovadores. Em piso húmido recomendo outras opções. Acho-os um pouco escorregadios, mas obviamente tem de haver compromissos e para aquilo que foram pensados são uma excelente aposta. 

Portanto não tenho o menor problema em recomendar estes Sense Mantra. Não serão para todos tal como não são para toda e qualquer prova nem todo e qualquer piso. Mas se procuram algo de novo com as excelentes características que referi experimentem calçar uns e sentirão de imediato que nunca experimentaram nada assim.


Vejam também na página do produto todos os detalhes bem como as tecnologias subjacentes aos Sense Mantra. Qualquer duvida ou questão disponham.

Bons treinos!