sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

30 de Dezembro - S. Silvestre dos Olivais

Integrada no ciclo Queima da Azevia foi dia, ou diria noite, de mais uma SS. Chovia ou não chovia? Durante o dia lá fui espreitando o meu site favorito para saber o tempo nas próximas horas o sat24.com e tudo se estava a compôr para não chover. Mas esta coisa da meteorologia por vezes não tem lá muito nexo e umas horas antes começa a formar-se um cachucho enorme mesmo aqui ao largo de nosso quadradinho e pimba, a partir das 19h a coisa começou a descarregar como se não houvesse amanhã. Deixando de lado as razões da natureza, e para que raio há-de ter de tirar um monte de água do mar para a vir descarregar em cima de nós, lá arranjei a trouxa de chuva (que era só o que precisava de saber) e siga que se faz tarde. Desta vez ia sozinho. Assumi que ia ser uma corrida com chuva contínua e pronto.

Era a primeira vez que ia a esta SS. Acesso simples e rápido. Lugares para estacionar não muito longe da partida atendendo que cheguei apenas 40 minutos antes. Quando fui buscar o dorsal estava a começar a parar de chover. Porreiro pá. Menos uma coisa para chatear. Muita gente que este pessoal das SS não é de se assustar com parvoíces tipo chuva e coisas do género.

Lá partimos para um sobe e desce ali pelos Olivais e aparece o Zé Alves e mais o Joaquim e lá fomos na galhofa a falar de Sevilha. Aparece a descida até ao Parque nas Nações e antes de começarmos a subida ainda fizemos ali uma piscina em baixo. Consegui acompanhar o Zé até ao início da subida ou seja isto está a funcionar, a queima da azevia. Cá mais em cima ainda antes de mais uma série de subidas para a meta sentia cada quilo a mais a abanar ao ritmo da minha passada. Que desgraça de má vida estes dias :)

E pronto está feita a minha primeira SS dos Olivais. Gostei do circuito. Não tem assim muuuuuita gente. Está bem dimensionada e tirando ali os primeiros metros um pouco mais apertados consegue-se correr bem. No final ainda deu para encontrar o João e a Guida antes de voltar para casa. Foi uma bela despedida de 2010.

2011 começa já no Domingo com um treino em Monsanto com o pessoal do Mundo da Corrida e fiquem atentos pois vem aí mais uma pirataria, desta vez com a malta dos Amigos do Parque da Paz. Sexta feira dia 7 de Janeiro 22h. 16Km por aí... Fiquem atentos ao site deles.

Um grande 2011 com mais treinos, mais Km's, menos alcatrão, mais trilhos, sem lesões e muita felicidade!

26 de Dezembro - S. Silvestre de Lisboa



Integrada no ciclo da Queima da Azevia lá fomos a mais uma SS de Lisboa. Dia frio mas sem grande vento, o que sempre ajuda um pouco. Este ano havia novidades. No circuito, no local da partida e da chegada. Um fartote. Primeiro o bom: A Dora que andava com uma canelite desde o Grande Prémio do Natal e que estava quase curada lá se resignou a ir a mais esta sabendo que ia agravar a coisa, mas como era a ultima do ano...
O Luís que também andava com o mesmo mal recuperou a tempo e está a começar a tomar o gosto à coisa. Lá fomos todos com as famílias, tudo em romaria.
O menos bom: a Praça do Comércio, o novo local para a partida e chegada, é enorme mas pelos vistos não conseguiram arranjar espaço para definir zonas de partida por tempos dignas. Um pouco incompreensível. Assim tive de partir quase no final daquela gente toda, junto com o pessoal da mini. Não é que houvesse separação da mini, mais uma coisa esperta, mas o pessoal da mini colocava-se preferencialmente no final da fila claro.

Dada a partida naquele formato que ainda não decidi se tem assim grande interesse, de dar um avanço a algumas mulheres (elite) para que os homens (elite) tentem apanhá-las (não deve ter porque para o ano já não há), lá tentei ir. Cedo percebi que não estava com pachorra para ultrapassar tanta gente, até porque era muito complicado e deixei-me ir naquele ritmo calmo. Após tantos dias de má vida a máquina também não estava a funcionar lá muito bem portanto era melhor não puxar muito por ela.

É um espectáculo muito bonito tanta gente a correr na baixa. Os zombies que estão a assistir é que mal se mexem. Aqui e ali alguma vida, alguém bate palmas e incentiva. Muitos são espanhóis obviamente. Uma pena as pessoas não participarem na festa. Somos assim não há nada a fazer. Macambúzios.

Este circuito tem uma 1ª volta pequena, pelos Restauradores e depois de ir ao Cais do Sodré voltamos a passar pelo Rossio para ir ao Marquês de Pombal e descer até á meta. Só não gostei da passagem pela zona das obras, antes de chegar à Praça do Comércio, muito acidentada e sem qualquer iluminação. Agradeço a um dos patrocinadores oficiais, a CML, pela grande colaboração neste aspecto. Acho que só comecei a aquecer verdadeiramente com a subida ao Marquês. Mais um aspecto ridiculo que não posso deixar de referir, o abastecimento... viste-o? era ali antes da curva, meia duzia de pessoas. A água está cara, deve ter sido para poupar. Porque falham estas coisas tão básicas? Mistérios.



Valeu por ter levado a Dora e o Luís que acharam seguramente mais interessante que eu. Para o ano vão mudar a data desta para dia 31. Se estiver por cá no dia 31 e se for correr (seria uma estreia) prefiro a da Amadora. Haja muita oferta que isso é que é preciso.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

23 de Dezembro - 1ª S. Silvestre Pirata



No dia 15 de Dezembro às 12h09m, no forum do mundo da corrida, mais concretamente com este post do Jorge Branco, nasceu a 1ª S. Silvestre Pirata. Claro que na altura, fosse o que fosse que estivesse a fazer, para além de estar a escrever o post, estivesse onde estivesse, ele não fazia a mínima ideia que 8 dias depois mais de 80 saudáveis malucos se iam encontrar às 10 da noite, numa noite gelada , em Mosanto, para esta primeira edição. Se virem a sequência do tópico verão que logo respondem à chamada um grupo de companheiros que posteriormente irão transformar a ideia numa coisa fantástica.

Eu acompanhei o nascimento da ideia no forum, mas só por sorte, ao fim de alguns dias, voltei ao forum e vi que a criança já estava enorme. Dia 20 já havia 40 inscritos e a coisa tinha passado de uma vontade a uma prova pirata com tudo o que as provas grandes têm direito. Para ser sincero, muito mais do que muitas provas grandes. Houve aqui muito mais coisas. Cada um contribuindo com tudo o que podia, juntou-se à ideia as infra-estruturas do parque de campismo de Monsanto. Para deixar os carros, tomar um banho e fazer uma ceia de natal onde juntaríamos o que cada um levasse. Que maravilha. Eu que ia entrar de férias nesse dia. Foi um óptimo presente de natal antecipado.

Mas comecemos do princípio. Já sabemos como é quando vamos de férias. Tudo estava à espera desse dia para acontecer. Por isso já nem estranhei que furássemos todos os planos e só conseguíssemos chegar a casa ás 19h. Enquanto a Dora e a Mónica foram fazer os folhados (que melhor ideia do que fazer folhados, em cima da hora, para levar?) eu fui arrebanhar as ultimas tralhas, passar o trilho para o Garmin, etc. 

Às 21h lá parti em direcção a Monsanto. Não queria chegar em cima da hora. Felizmente chegar ao parque de campismo aquela hora é tarefa simples. Já meia duzia de malucos por lá estavam. Por ali ficámos na conversa enquanto iam chegando, cada vez mais. Conheci o Alexandre Duarte, o Parro, revi o Carlos e outros com quem fui falando enquanto esperávamos pela hora da partida. Que me perdoem mas eu primeiro que consiga fixar nomes e associá-los aos legítimos proprietários sou uma desgraça. Portanto penitencio-me já aqui por não referir os nomes de muitas pessoas que conheci e com quem estive à conversa. A ver se na próxima os dorsais são personalizados para ajudar a colar os nomes às caras.

Eram já mais que muitos. Eu estava enregelado. Estava mesmo muito frio. Não fui preparado para estar à conversa cá fora e mesmo com o casaco do fato de treino o frio ia pousando. Sabia que quando começasse a correr esse seria o menor dos problemas. Mas ainda faltava um pouco. O Parro não parava, dorsal para aqui, dorsal para ali, listas, não está na lista, está aqui. 



Às tantas já estava o grupo todo em poses, fotos e mais fotos. A Analice de pistola na mão a ver se dava o tiro. E PUM! Lá se foram os malucos. A desorganização era total, como é lógico. Eu que conheço mal Monsanto, ainda por cima à noite....., aviei-me em terra e levava o trilho no meu 405. A coisa ia a bater certinha até que surge a primeira incongruência. Um grupo mais à frente seguiu em frente enquanto o meu grupo queria virar à esquerda. O Garmin dizia em frente. Que fazer? Bom, ganham estes que estão aqui ao pé de mim. Mas vocês sabem o caminho? Sim, sim é por aqui. Mas o Garmin... bom ok que se lixe. Umas centenas de metros adiante todos se reúnem. Esta falha foi pequena. Mas era um sinal do que se iria passar ao longo da prova. Havia um circuito pirata/oficial e havia uma série de gente que conhecia Monsanto. Mas não estavam obviamente todos sintonizados com o circuito oficial. Então era normal em vários sectores do circuito o pessoal mais à frente já tinha optado por outro traçado. Eu ainda tentava dizer que não era por ali... mas já lá iam 20 ou 30 gajos... ahhhh, que se lixe :)

Nos cruzamentos reencontrávamos todos. Uns vinham de cima, outros da direita e todos retomavam  o caminho certo numa grande galhofa. Havia pessoal mais preocupado com o andamento muito forte, outros preconizavam que ia ficar pessoal perdido na serra. Mas felizmente e embora quase ninguem tenha feito o percurso original ou sequer o mesmo percurso, ninguem se perdeu. Eu pensava que havia mais gente com o trilho no Garmin, mas de facto não havia. Apercebi-me disso por companheiros que vieram comigo e que embora usassem Garmins essa coisa de carregar os trilhos para o relógio e segui-los... já tem que se lhe diga. Deixo aqui a minha humilde sugestão pirata para a próxima. Dividir o pessoal com o trilho nos relógios ao longo do pelotão para evitar problemas. E que vá lá na frente um tipo que tenha o percurso. Porque de noite no meio do mato, se o tipo da frente decidiu mal já vai ser complicado mudar o percurso aos outros que lá vêm. Quanto à corrida em si, foi muito interessante correr à noite. Costumo correr à noite  mas nunca o tinha feito em sítios sem qualquer iluminação, nem nunca tinha usado um frontal para correr. Gostei imenso da experiência. A luz branca dos leds é de facto um pouco traiçoeira pois é algo forte e dificulta a percepção de pequenos desníveis reduzindo as sombras naturais que nos ajudariam a formar essa imagem, ou então é a temperatura da côr dos leds que o dificulta, mas nada que não se resolva. Claro que se se investir num frontal melhor haverá com certeza opções com leds ambar um pouco mais quentes que resolvem ou minimizam essa questão. Outro aspecto a ter em conta é que os declives no escuro não são fáceis de avaliar. Nem a subir nem a descer. Falta-nos informação visual do horizonte para medirmos com mais rigor o que lá vem. Ok sabemos que é a subir mas não é trivial escolher o melhor ritmo para a subida porque não se vê o suficiente para saber a real inclinação e quanto vai durar. Pormenores que só tornam a actividade mais interessante.
Para além de (tentar) seguir o percurso original também o registei o que fizemos e coloquei os dois online para comparação.


Vejam neste link a comparação do percurso original (a verde) com a nossa invenção (a vermelho). Fizemos menos 1Km que o traçado original... bahhh who cares! 
No site podem clicar no botão de play (e acelerarem um pouco a acção) para verem o desenrolar da coisa.
Eu bem dei por ela, uma altura que ia sempre a sarnar o meu companheiro a dizer que não íamos bem, que devíamos estar mais para dentro (iamos à beira da estrada). Era esse trilho que nos ia levar mais abaixo em Monsanto (Norte no mapa) que nos baldámos. Às tantas quando apanhámos o trilho certo já era o de volta ao parque e assim fizemos. 
Enquanto isso, numa sala que a Direcção do parque emprestou aos piratas havia quem se ocupasse com outros afazeres....



De volta ao parque foi altura de um banho bem quente de onde não apetecia sair. E de seguida a tão aguardada ceia. E foi nestas pequenas coisas que foi feita toda a diferença. Que convívio fantástico que nos foi proporcionado. Eu abanquei ali perto do queijimho e da chouriça do companheiro Martins e pouco mais fazia falta. Os folhados da Dora e da Mónica desapareciam a bom ritmo. Foi uma boa idéia tá visto. O panelão de caldo verde, o chá quente (preferi o tinto) e mais uma série de mordomias que os piratas da organização (ou não, sei lá) se deram ao trabalho de arranjar. Muito muito bom!!! Obrigado a todos , foi um convívio fantástico. Conheci e revi muita gente que vai a Sevilha e já dentro de umas semanas aos Trilhos dos Abutres onde faço questão de ir (já que em 2011 não posso ir a Amourol).



Felizmente no dia seguinte não havia trabalho porque eram quase 2 da manhã quando cheguei a casa. Barriguinha cheia de corrida, comida e convívio. 

Podem ver as fotos que tirei neste link

Dedico esta entrada no logbook a todos os que tornaram possível esta prova e embora todos tenham contribuído, no mínimo com a sua presença, outros houve que entregaram a alma e o coração à causa. Vocês sabem quem são! Obrigado e até já.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

19 de Dezembro - Grande Prémio do Natal

Desta vez tudo correu bem. É incrível mas é verdade. Afinal é possível organizar uma corrida em que, tirando alguns problemas menores ou imprevisíveis, tudo decorre como é suposto. As 2 ultimas edições em que participei foram autênticos disparates com erros infantis ou sem justificação aparente dado que se trataram de problemas perfeitamente evitáveis e que dificilmente se compreendem. Se quiserem saber ou recordar o que aconteceu nos anos anteriores é consultar aqui no blog. Compreendo que há quem tenha ficado sem vontade de voltar a participar nesta prova. Mas eu fui numa de tiririca, como está, pior não fica.
E nada melhor que baixarmos as expectativas e irmos preparados para o pior. Que palermice nos aguardaria este ano?

Quando me disseram que o chip só era entregue no local da partida, embora tenham feito as pessoas deslocarem-se à sede da AAL para levantar o dorsal, fiquei logo a ver o filme. Não percebi bem a lógica da batata, mas de facto tinham razão. A ideia é minimizar o extravio de chips, pois há quem os levante mas nunca mais apareça e os chips... foram-se. Pouca diferença me fazia se houvesse chip ou não. Ia para fazer o circuito e até sem o dorsal o faria portanto... Mas lá chegados estava bem organizado. Uma mesa de meninas com várias caixinhas, cada uma com um grupo de numeração, olhava para o dorsal, já colocado, e entregava o respectivo chip em menos de 5 segundos. Boa!

A partida teve um atraso de 5 minutos mas depois lá fomos. Não houve grande história. Estava a sentir-me bem e fui sempre a acelerar. Tunel 1, 2, 3, 4, 5, 6, Av. da Liberdade, os grunhos buzinam selvaticamente enquanto descemos para os ultimos metros. Este ano nem fomos dar a volta ao Rossio. E também não havia fila para cortar a meta.... :)

A unica parvoeira foi um labirinto de grades que nos obrigaram a fazer, com o objectivo de evitar filas na entrega das t-shirts. Criaram ali uma zona tampão para evitar entupimentos nas t-shirts e também evitar filas na zona da meta. Creio que não era preciso tal coisa. Algures um meio termo entre o ano passado e este ano deve ser a solução.
A crise fez-se sentir nos brindes. Uma t-shirt branca de algodão de 5ª categoria e vai-te. Para os primeiros ainda houve uma distribuição de barrita e um mini pacote de cereais. Depois acabou-se. Queriam barritas tivessem corrido mais depressa.

Depois fiquei por ali à espera do Luis e da Dora que lá apareceram ao seu ritmo. Estava com algum receio que a Dora não aguentasse a prova pois andava a queixar-se de uma canelite, mas a custo lá chegou ao final.

Foram apenas 37 minutos de correria. Foi pouco mas foi com vontade e sempre é melhor que ficar na cama.
Mais um cumprimento ao Carlos que trabalha quando os outros se divertem!
Agora vêm aí as S. Silvestres e este ano vou à de Lisboa e à dos Olivais. A da Amadora ainda vai ter de esperar. Mas quero aproveitar o tempo de antena para vos lançar um desafio: Uma S. Silvestre Pirata, por trilhos, em Monsanto, 5ª feira 23/12 às 22h. 16Km de maluquice. 





A ideia nasceu e já passámos dos 60 inscritos. Vai ter de tudo como as outras, aliás vai ter bem mais. Estacionamento e banhos no Parque de Campismo de Monsanto, Ceia a seguir à prova (cada um leva qualquer coisa que se trinque) numa sala emprestada pelo Parque de Campismo. Vai ter tudo e muita boa disposição. Apareçam. Saibam todos os detalhes neste link do forum do mundodacorrida.com.

Até 5ª então.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

5 de Dezembro - Maratona e Meia Maratona de Lisboa

Devido ao plano de maratonas que planeei, Lisboa este ano ficou fora do circuito, como maratona claro. Sendo assim lá me preparei para a meia maratona. Ou por outra, não me preparei nada. Ou era o frio, ou era a chuva, ou era a moleza, o que é certo é que mais uma semana passou e desta vez nem os ténis calcei. Para ajudar aos treinos, na véspera ainda tive de ir a Évora à entronização de um amigo na Confraria Gastronómica do Alentejo. Depois foi preciso um almoço de celebração com receitas do livro de culinária da Infanta Dona Maria (séc. XVI) e tinto da Fundação Abreu Callado que é uma fundação com um trabalho fantástico muito para além do excelente tinto que bebemos.

Portanto como vêem estava preparado para a Meia Maratona de Lisboa...

E lá fomos. A Dora para a corrida da família ou lá o nome que tinha e eu para a meia. Acabámos por chegar quase em cima da hora de partida da maratona. Eu não ia partir dali, do estádio 1º de Maio, só a Dora.
O meu irmão ia fazer a sua 1ª maratona e lá estava já alinhado. Um abraço de boa sorte e siga. Assisti à partida. É estranho estar do lado de fora...
A meia partia da 24 de Julho dentro de 1h30.

A Dora partiu de seguida para a sua mini coisa. Eu e a minha cunhada apanhámos o Metro para o Cais do Sodré. Ela ia de bicicleta para poder dar apoio ao meu irmão.

A partida da meia era uma coisa assim meia a granel. Ali a seguir ao Mercado da Ribeira em plena 24 de Julho, um mar de gente. O pessoal da maratona que começava  a passar por ali também (iam quase com 1h30 à meia maratona) deve ter tido algumas dificuldades porque no meio de tanta gente, uns a aquecer outros nem por isso... enfim. A organização da prova já há muito tempo que demonstrou que não há dinheiro para investir ou gastar sequer. Por isso casas de banho... tá quieto. Um stand de automóveis ao ar livre que há por ali viu-se obrigado a fechar de emergência porque tinham um muro muito grande e muito apetecível. Eu estava tão noutra que quando a buzina da partida soou esta aí a 100 metros da partida num cantinho a resolver também o meu problema. É triste mas o que se há-de fazer? Pelos vistos o que pagamos é pouco. Tivessem feito em casa, não é?

E lá fomos. Eu ia manter-me sempre nos 5m/Km. Calminho, não fosse o cozido da Infanta lembrar-se de sair. Até levei o meu ipod com um podcast do Twit. A malta do costume desta vez passava por mim. E eu calminho, ouvindo o que o Leo Laporte e os convidados achavam do Wikileaks...

(... aqui um pequeno parênteses. ia deixar um link para a wikileaks mas devido aos recentes acontecimentos e aos ataques que estão a fazer ao site o endereço wikileaks.org está em baixo. Portanto se querem ir ao site googlem wikileaks e vai aparecer-vos de certeza um link funcional. Não tenho uma opinião formada sobre todo este processo mas detesto censura portanto wikiliquem à vontade)

O vento constante chateava. As rajadas ainda mais. Quando cheguei a Algés e voltei para trás pensava que ia finalmente ter a ajuda do vento. Tá quieto! O gajo também se virou ao contrário. Que seca. Por falar em seca chuva nem vê-la. Por volta do Km 22 (da maratona) vejo o meu irmão que ia para Algés ainda. Inverti o sentido e acompanhei-o durante um bocado. Ia bem disposto. Queixou-se que já tinha uma bolha a chateá-lo. Contas rápidas ia com mais de 2h30 à meia maratona, portanto faria sempre mais de 5 horas na maratona isto se não parasse muitas vezes. Mais um boa sorte e toca de voltar de novo á rota certa. A coisa prosseguiu sem história. Veio o Cais do Sodré, o Terreiro do Paço, a Praça da Figueira e a Almirante Reis. Ia bem. Como fui num ritmo lento não achei difícil subir a Almirante Reis. Tirando aqueles últimos 200 metros... safa.

E pronto. Ainda consegui chegar ao lado do meu companheiro Veríssimo que estava a fazer a maratona e só mesmo partindo a meio é que consigo chegar ao lado dele. Ainda apanhei o Paulo Quaresma, que conheci nas Terras do Grande Lago e que vai estar em Sevilha também. Lá pusemos alguma escrita em dia. Ele tinha passado por mim ao princípio mas pelos vistos abusou no andamento e a subida acabou por se fazer pagar cara.

A chegada também foi pobretanas. Medalha na mão e toca andar. Para nós foi o tempo de ir buscar o saco ao bengaleiro e dado que faltavam ainda mais de 2 horas para o meu irmão chegar, não íamos poder esperar.

Fica aqui um PARABÉNS!!!! 1 ano depois de mim, sem grande preparação, pouco mais do que uma grande vontade de sofrer (que é o que resta a quem não paga a factura nos treinos) entrou para o clube dos maratonistas. Foi a única coisa de relevo que esta maratona teve.

Acho que Lisboa merecia e tem potencial para ter uma maratona muito melhor.

28 de Novembro - Grande Prémio da Arrábida

Embora mal tenha treinado lá comparecemos no jardim de Vanicelos para a escalada ao castelo de Palmela e o respectivo regresso a Setúbal com o Moscatel pelo meio.

O dia estava frio mas nada de muito especial. Embora tivesse saído de casa todo enfarpelado acabei por fazer a prova com a fatiota do costume. A Dora foi fazer a prova de 7 Km. É quase a mesma volta mas não sobem ao castelo e também não bebem o Moscatel, claro.

O ambiente desta prova é impecável. A prova é organizada pelas Lebres do Sado e não pode crescer mais. Aliás, como habitualmente esgotou. Durante os 1ªs 2 Kms um grupo de Lebres marca o ritmo e ninguém pode ultrapassar. Seguimos em pelotão até à entrada na terra batida. Depois é o costume. Uns Kms por ali, a subida ao castelo de Palmela, e a descida com direito ao Moscatel de abastecimento e o retorno ao jardim. Este ano fui com um ritmo um pouco mais acelerado e depois na subida ia morrendo. Ainda por cima sem treinos em condições. 

Ao chegar verifiquei que tinha novamente melhorado o tempo do ano passado. Ainda não fiquei abaixo de 1h mas está quase. Para o ano tem de ser.

Valeu bem o passeio até Setúbal, como habitualmente.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

21 de Novembro - Grande Prémio ARCD Mendiga

Ao fim de 45 anos foi tempo de inovar. Nunca comemorei um aniversário assim. Levantar cedo, meter no carro em direcção à Mendiga, em plena Serra de Aire, para correr 16Km. Ahhh, saudável maluqueira. Com a família e amigos lá nos metemos todos ao caminho. O dia ameaçava alguma chuva mas era mais o sol que as nuvens negras de aguaceiros. Em Santarém abandona-se a A1 e lá vamos por vales de paisagens bem bonitas até que já não há alternativa senão subir a ladeira até chegarmos à Mendiga. Uma estreia para mim esta prova simpática que se realiza num sopé a cerca de 300 metros de altitude. Embora em plena Serra de Aire a prova é relativamente plana e com declives muito pouco acentuados. 

O Luis e a Dora iam para a caminhada e eu para a prova principal. Chegada e reencontro com a equipa sem problemas. Participação relativamente interessante da equipa. Prova com bastantes atletas (454 chegaram ao fim). Do lado da organização, desde que chegámos que os grelhadores enchiam o ar de carne no carvão. 

Lá partimos para um percurso simples. Estrada fora fomos a Serro Ventoso, a cerca de 8Km, e voltámos à meta. Desde a maratona do Porto que tenho andado a descansar mais do que a treinar, mas ainda estou num bom pico de forma porque me ia a sentir muito bem e com um ritmo relativamente elevado. Para mim abaixo dos 4m30s/Km de forma sustentada significa uma boa forma. A parte pior foi na aproximação ao ponto de retorno. Uma daquelas nuvens bem negras veio cumprimentar-nos. Chuva grossa gelada e um vento forte fustigaram-nos durante uns 3 Kms. Mas ao voltarmos para trás e agora com o vento a favor e o sol a aquecer-nos a alma foi tudo bem mais fácil. Consegui apanhar o meu companheiro Bernardino. 30 anos nos separam e nunca tinha conseguido chegar-me perto dele. É muito andamento para mim. Mas desta vez ia bem. Apanhei-o e senti que podia ter prosseguido. Estávamos então a 4m20s e sentia-me francamente bem. Mas fui ficando por ali. Fomos falando um pouco sobre a fantástica forma dele e como eu também gostaria de chegar aos 75 anos a fazer meias maratonas com pouco mais de 1h30m... Decidi que era uma excelente forma de comemorar os meus 45 anos. Cortar a meta ao lado dele. Até porque pela 1ª vez tinha conseguido correr ao seu nível. E desta vez tinha a equipa de reportagem familiar na meta. Claro que não deixaram escapar o boneco. Muito bom momento desportivo, um dos mais altos da minha carreira. Obrigado Bernardino, muitos e bons Kms por muitos e muitos anos.


Após a prova veio o momento menos bom do dia. De repente a água nos balneários foi-se. Não sei o que terá acontecido. Tive de improvisar com um fio de água gelada num lavatório... brrrr...
Ultrapassado esse momento e com meio banho tomado, desta vez não ficámos para o tradicional almoço. Estávamos perto do Solar dos Amigos e do seu polvo na telha. E em dia de aniversário era preciso ir comemorar a coisa com um pouco mais de força :) Para variar continua em força e valeu bem o passeio.

O track está disponível e os tempos estão neste link. Para a semana é conquistar o Castelo de Palmela, beber uns moscatéis e comer um peixinho. Apareçam que já sabem do que é que eu estou a falar!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

14 de Novembro - Trilhos de Casainhos

Foi uma semana de descanso, merecido diga-se. Um ou outro treino apenas para ver se tinham ficado algumas mazelas e de resto sopas e descanso.  De modo que este ano a Nazaré ficou a ver navios. Precisava de qualquer coisa aqui mais perto de casa só para desentorpecer as pernas. E no calendário do Carlos Fonseca lá estavam os trilhos de Casainhos (2ª edição). Bom, sobreviver à 1ª já é sinal de alguma teimosia que merece o nosso apoio.

A Dora que tinha estado a semana inteira a tentar livrar-se de uma carraspana teve uma recaída forte no Sábado de modo que só restei eu e o Luis. E lá fomos. Casainhos é a seguir a Loures, a caminho de Bucelas, e depois de Loures começa-se a perceber o que lá vem. Ventoinhas e montes. Fomos bem recebidos embora com alguma desorganização nas inscrições. Mas a vontade é muito superior a esses precalços e também ao número de atletas. Na partida devíamos ser uns 50, mal medidos. Mas acho que o ano passado eram 20 e poucos. Mais parecia uma prova familiar.

Mas dada a partida tudo isso se torna irrelevante. O pessoal da frente desaparece monte acima e o resto lá vai gerindo a coisa. As pernas muito presas, o piso ora com muita pedra ora com muita lama devido à chuvada da véspera. A vista muito bonita. De um lado o Tejo ao longe, do outro Bucelas lá em baixo. Os aero-geradores rodavam calmamente. Estava um dia simpático e a chuva não apareceu. Entre o sobe o desce e a conversa com o Paulo das Lebres do Sado e mais um companheiro de Casainhos a coisa lá chegou ao final.

Seguiu-se um almoço competente, oferecido pelo clube, que decorreu sem qualquer percalço. É de louvar o espírito deste clube. Com tão poucos meios mas muita boa vontade e apoio local a prova estava bem marcada, os escuteiros apoiavam nos cruzamentos, na distribuição de água e tudo decorreu como as provas dos grandes. Até chip havia com um equipamento mais rudimentar mas pelos vistos funcional (embora a lista de classificações não esteja no site). Por falar nisso a meio da prova comecei a pensar que era engraçado a dedicação de um clube que, com tão poucas inscrições até tinha um tapete, chips, etc. quando me lembrei que o chip tinha ficado no carro :) por isso me ia a sentir tão leve. Não havia problema, quando chegasse, o Luis devia estar por ali e pedia-lhe o chip antes de cruzar a meta. Nem foi preciso porque ele já tinha dado por isso. Assim ainda antes de entrar no estádio (leia-se campo da bola) o Luis passou-me o chip. Se houvesse uma foto da chegada havia de ser uma linda figura a correr agachado com o chip junto ao tapete :)

Ficou uma manhã de Domingo bem passada, nem foi preciso acordar muito cedo, voltámos para casa já de barriga cheia e demos por bem empregue a viagem a Casainhos. Obrigado e continuem. Têm aí uma prova  simpática, ideal para quem quer experimentar a corrida fora de estrada. A ver se para o ano vos faço uma nova visita.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

7 de Novembro - Maratona do Porto



E pimba! Já cá mora mais uma. Mas comecemos pelo princípio. Esta maratona tinha vários objectivos. A saber e por ordem de importância:

1 - Passar um fim se semana divertido com amigos e família no Porto;
2 - Fazer a viagem no Alfa;
3 - Terminar a minha 2ª maratona;
4 - Melhorar o tempo da maratona de Lisboa (3h43m).

Desta vez descarreguei e segui, desde Agosto, um plano de treinos para 3h30. Um pouco mais exigente é um facto, mas dado que em Lisboa tinha feito 3h43, não ia treinar para 3h45. Portanto por mais que suspeitasse que 3h30 não era uma marca ao meu alcance, teria obrigatoriamente de seguir esse plano.

Na 6ª à noite, mesmo antes de ir dormir (só para terem uma ideia do nível de planeamento e sofisticação da coisa) estive a olhar para os tempos por km da maratona de Lisboa, passei tudo para um Excel, simulei, experimentei e concluí que era impossível fazer 3h30m. 3h30 são sensivelmente 5m/km durante os 42 Km! Não tenho essa capacidade. Talvez numa meia. Mas numa maratona....

Então olhando para o Excel (que nem é um Excel porque uso e recomendo o Open Office :) delineei uma estratégia que me iria permitir fazer entre 3h35m e 3h40m. Na altura fiquei a olhar para a folha de cálculo a pensar, 3h40m., raios isto são apenas menos 3m do que Lisboa.
Mas ao mesmo tempo 3m são 3m e só dá valor a estas diferenças quem anda nestas vidas. Portanto a estratégia passava por fazer os primeiros 8 Kms a 4m50s, depois aguentar o máximo a 5m e acabar o que sobrasse a 5m20s. Não se esqueçam que tinha os tempos da minha maratona anterior como referência.
Isto iria dar no mínimo 3h35m e no máximo... no máximo logo se via.

De qualquer forma não ia ser um escravo de tempos. Aliás tornei a levar a máquina fotográfica e lá fui fazendo a reportagem possível. O tempo é para mim um aspecto secundário.

Sábado lá zarpámos para Entrecampos onde apanhámos o Alfa. Só se ouvem coisas boas deste comboio e não me arrependi de dar uns (bons) cobres à CP para ir de comboio. Claro que para 4 pessoas irem ao porto no Alfa não compensa nada. 1 sim, 2 talvez, o resto é lucro da CP. O unico aspecto positivo é o conforto, o descanso e a viagem de regresso, após a maratona, no relax total. O Alfa é de facto excelente. O único senão é não conseguir ter uma velocidade sustentada por volta dos 200 Km/h. Os momentos em que atinge os 220 Km/h são poucos e depois lá vai ali nos 140-170, tirando as excepções em que vai mesmo devagar. De qualquer forma valeu a viagem. Gosto imenso de combóios e foi também uma experiência fantástica para as míudas. A CP marcou pontos para a geração seguinte. Oxalá haja CP na geração seguinte. Arranjei-lhes 2 clientes.

Chegados ao Porto outra boa surpresa. O Metro do Porto é porreiro pá. Depois de deixarmos as malas no simpático, central e em conta, Hotel S. José, mesmo ao lado da rua de Sta, Catarina e à beira do Bolhão (e da respectiva estação de metro), lá fomos levantar os dorsais e almoçar a Pasta Party. À noite uma bela de uma francesinha no Capa Negra e tivemos de recolher aos aposentos cedo porque as perninhas já estavam a pedir descanso. O Metro foi um bom companheiro e gastámos bem o passe diários que comprámos.

Domingo 7h45. Pequeno almoço light que a partida era às 9h. Vá mais uma viagem de metro para a partida. A chuva molha parvos teimava em cair. Muita gente. Boa organização. Café e chá à disposição. Bom toque. Um cafezinho, muito bom, a 5 minutos da partida. Ahhhh!!!

Venham lá esses 42195
Partida. Mais uma maratona. Estava totalmente em paz e nada ansioso. O truque foi encarar a prova não como 42Km mas sim como uma prova de 10Km que afinal era uma meia que depois teria de ir aos 30 e a partir daí se me tivesse portado bem e feito os trabalhos de casa, tinha de conseguir chegar á meta, até porque ali junto ao Douro não há Metro.

Bela moldura humana. Muito muito muito espanhol. Logo a seguir à partida uma subida ingreme leva-nos à rotunda da Boavista, e a partir daí esperavam-nos 7 Km de descida suave. É uma fase muito importante pois permite aquecer bem os músculos enquanto descemos em direcção ao mar. Aproveitámos para rolar em 4h50m sem grandes dificuldades. O Sérgio que se tinha isolado lá mais à frente acabou por ser apanhado, mas reduzimos para os 5m e deixámos outra vez de o ver durante muito tempo. Seguíamos, eu e o Rogério, nos 5m num grupo castiço de pessoal na brincadeira e o tempo ia passando sem grande problemas. O creme de aquecimento que o Zé Alves me tinha posto nos joelhos começava a fazer-se sentir. E de que maneira. Bolas que aquilo estava a deixar-me os joelhos em brasa. Não sabia se aquilo me estava a fazer bem ou mal, mas lá me convenci que devia ser bom. Também não havia nada a fazer. E então quando o sol abria em força, parecia que os joelhos iam incendiar-se.

Eu lá seguia feliz, a tirar fotografias e mais fotografias. A chuva tinha desaparecido, o sol brilhava no meio das poucas nuvens. E a máquina não parava no bolso. Tal como no Alqueva testei o conceito de ir a tirar fotos durante a prova. É um bom exercício contra a monotonia. Nem todas ficaram bem e apaguei muitas tremidas. Algumas poucas ficaram excelentes. Espero que vos permita reviver o momento, para quem foi, e ter uma ideia do que é a prova, para quem não conhece. Mais abaixo podem ver o percurso com as fotos no Google Maps ou no Google Earth (preferível para quem tiver instalado).
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Era tempo de passar a Ponte D. Maria para Gaia e dirigir-mo-nos para o ponto de regresso aos 21 Km. Estava a conseguir manter os 5m/km, ou perto disso e estávamos quase a fazer meia maratona. O plano estava a ser cumprido. Regresso à ponte D. Maria para passarmos para o lado do Porto de novo. Aí comecei a ver que o Rogério não estava a conseguir manter o ritmo e estava a ficar para trás. Ainda mais atrás vinha o Reis e segui descansado pois ele iria seguir com o Reis ou receber algum apoio se fosse preciso.

Eu estava a sentir-me bem e estava fora de questão abrandar ou ir lá atrás falar com ele. Apenas porque estava certinho no meu ritmo e poderia estragar tudo se abrandasse. Não dá para abrandar. Até porque estava apenas a meio e tão preocupado como os demais com o que ainda estava para vir.

Depois de passar de novo para o Porto ainda tivemos de fazer mais umas pontes antes de voltarmos para trás. Estávamos no Km 26 até ao 28 Km e picos foi tempo de começar a cruzar com pessoal mais acelerado . Alguns companheiros surpreenderam-me pois levavam um bom avanço sobre mim. Eu olhava para o relógio e via que o meu ritmo cardíaco ia estranhamente baixo e continuava a conseguir rolar nos 5m. Impressionante! Às tantas começo a ver o Sérgio ao longe. O que se estaria a passar? Não pensava que o voltasse a ver, mas ele estava logo ali. E aproximava-se a passos largos. Quando passei por ele perguntei-lhe se estava tudo bem. Não estava obviamente. Em condições normais eu não conseguiria aproxima-me e ultrapassar o Sérgio com tanta facilidade. Respondeu-me "mais ou menos". Naquelas alturas pouco dá para fazer. O fòlego é pouco, conversas só cansam mais. Ficar por ali poderia dar cabo de mim ou colocar ainda mais pressão nele. Pouco mais pude fazer do que esboçar-lhe um "força, está quase" e manter o meu ritmo. Eu próprio já estava a ficar em piloto automático...

A minha sina de seguir sozinho estava a revelar-se novamente. Estava então por volta do Km 30 e naturalmente o ritmo ia começar a degradar-se. Já começava a sonhar com o Castelo do Queijo e com o Km 40... mas ainda era um sonho muito longínquo.  O ritmo variava agora entre os 5 e os 5m15s. Por um lado ir mais devagar era penoso e acelerar um pouco até sabia bem. Mas já não havia força para manter um ritmo vivo sustentado. Mas foi só no Km 36 que comecei de facto a penar e a ver o Castelo do Queijo ao longe que nunca mais chegava. Nesta fase passei pela ultima pessoa conhecida que tinha cruzado e que ia bem mais à frente e que não imaginei ser possível ultrapassar. Até porque pensava que estivesse bem mais preparada do que eu, mas ia a passo. Só tive tempo para um breve "força estamos quase lá". Devo-lhe ter dado mesmo força, porque ao consultar os tempos finais vi que fez só mais alguns minutos do que eu. Ahhh! Nada como um bom incentivo :)

Durante algum tempo ainda tive de lutar contra o vento que surgiu de repente. Obrigadinho pá. Estavas mesmo a fazer falta. Não se arranja antes aí uma chuvinha?

E o Queijo lá foi conquistado. Raio do Queijo! Claro que antes de subir a Boavista ainda foi preciso ir à rotunda seguinte ver novamente o camaroeiro gigante antes de voltar para a recta da meta. A 2 Km da meta já pouco importa se estamos a subir, a patinar ou a escalar. Todos os meses de preparação e a dedicação que tivemos estão ali à distância de uma unha negra. Vamos conseguir vencer mais uma. Muita gente da organização, e não só, está espalhada pela avenida abaixo e incentiva o pessoal (como se fosse preciso) mas sabe bem na mesma. O cheiro a meta é já insuportável. Antes mesmo de curvar para a meta (que não fica na avenida mas sim 50 metros para dentro, encontro o que vinha à procura já há uns tempos no meio de tanta gente: um grupo de malucas a festejar no cimo de um palanque, retribuo efusivamente e sigo para a meta que corto com 3h36m. 7 minutos menos que em Lisboa há quase um ano. Já não soube obviamente ao mesmo, claro. Mas é sempre um sabor de vitória imenso. Tanta coisa que podia ter corrido mal desde Agosto. Tanto investimento. Mas isto é como tudo: a conjugação de dedicação, investimento, uma pitada de casmurrice, 2 colheres de maluqueira, tudo nas proporções correctas e sai uma maratona bem feitinha, sem lesões, sem frustrações e com um óptimo sabor. Consumir bem quente e de preferência regar com uma barraquinha de imperial geladérrima. Que néctar dos deuses e que ideia fantástica. Imperial a gastar para maratonistas. YES!

Tal como nos trilhos do Alqueva deixo-vos com o trilho e as fotos que tirei durante a prova (85) no Google Maps (qualquer browser dá) ou no Google Earth (tem de estar instalado). Vejam lá se não parece mesmo que estiveram lá?

Foi com agrado que soube que esta é agora a maior maratona de Portugal. Por uma unha negra em numero de atletas que terminaram, é um facto: 1180 no Porto contra 1153 em Lisboa (lolol) mas isso é pouco importante. Até porque deve haver outros critérios e cada um puxa a brasa à sua sardinha. Mas a concorrência, desde que saudável, só faz é bem. Vamos ver se Lisboa consegue superar-se e assumir de novo a liderança. O ano passado estiveram mal nalguns aspectos, desde logo a vergonha com a Pasta Party que era só para estrangeiros. Palermas! Valerá a pena poupar uns fios de massa e uma colher de carne picada, causando a indignação dos atletas nacionais? Sovinice ou Visão Estratégica? A ver vamos.

O Porto merece ter uma prova destas e espero voltar, mais cedo do que tarde. Um abraço ao Rogério pela sua 1ª maratona e porque foi quem lançou o desafio em Abril, prontamente aceite por mim, para irmos ao Porto. Ao Sérgio que embora não seja um cliente assíduo destas andanças também meteu na cabeça que estava na hora de ir testar e superar os seus próprios limites. Eu não sei se me atrevia a uma incursão de igual calibre, em 2 rodas, safa! Que o facto de não ter corrido exactamente como pretendiam que vos sirva de incentivo para a 2ª. Obrigado pela vossa companhia. Quanto a mim já se sabe que não há duas sem três. Amanhã volto à estrada que no fim de semana há mais e há que começar a pensar qual vai ser a estratégia para preparar a próxima. Ainda antes de Paris, oiço Sevilha a chamar por mim....

Notas negativas finais: À CP/Metro do Porto porque vergonhosamente roubam os visitantes não lhes permitindo devolver os cartões Andante na estação da Campanhã. É uma atitude vergonhosa que não vale pelos 50 centimos por cartão que extorquem às pessoas. Só a mim comeram-me 8 cartões, pelos quais faço o sacrifício de gastar mais uns cêntimos num selo do correio e oferecer à Administração do Metro do Porto e à sua família. Os 4 € irão seguramente ajudar-vos a passar um Natal mais desafogado neste período de cortes. São estas atitudes mesquinhas que vos devem equilibrar o défice de milhares de milhões de Euros. Parabéns.

Também uma nota muito negativa à televisão que pagamos nas nossas facturas de electricidade e a um suposto serviço público que faz pelo desporto nacional quase tanto como um bom coveiro de 1ª categoria. É uma pena não haver nunca hipótese de transmitir este tipo de acontecimentos. Estiveram 8 mil pessoas nas provas, seguramente muitas dezenas de milhares de familiares directos em casa e muitas outras dezenas de milhares de pessoas que gostam também de outros desportos, para além do enjoo futebolístico do costume. 

Quantos facturas de electricidade são precisas para transmitirem uma maratona portuguesa, organizada por portugueses, para portugueses e estrangeiros?
Deixo esta pergunta às gerações futuras porque esta já está como há-de ir. 

Ora vão lá mas é treinar que isto de estar muito tempo na net faz mal á vista :) 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

31 de Outubro - Corre Jamor

Soube desta prova quase em cima da data e acabei por ir mais por causa da Dora. Tive de fazer um malabarismo com o plano de treinos, mas há coisas mais importantes que cumprir um raio de um plano que foi furado muitas vezes por coisas menos importantes. Neste dia estava planeado um ultimo treino já não muito longo (18Km). Mas dado tudo o resto e mais o facto de ser uma prova nova e em que havia pessoal do meu clube envolvido na organização lá nos inscrevemos.

Há imenso tempo que andava para ir conhecer melhor o Jamor. É sempre assim com as nozes e os dentes... mas começando pelo princípio: este é um fim de semana em que tradicionalmente não há muita escolha de provas "grandes". Talvez porque muita gente vá à terra nesta data, as organizações evitam-na. Portanto a data, do meu ponto de vista, foi muito bem escolhida. Tempestade ou não, pelo menos para mim isso seria indiferente. Mas sabia que o Domingo ia ser um dia mais calmo com um ou outra nuvem tresmalhada a fazer asneiras. Lá fomos. Nós e as nuvens tresmalhadas.

O Jamor está muito bonito. Boas instalações num vale que tem conseguido resistir à pressão imobiliária que tudo arrasa.
Entre uma ou outra carga que teimava em cair lá conseguimos aquecer um pouco antes de nos dirigirmos para a partida. 1500 pessoas numa primeira prova é uma excelente marca. Também será difícil fazer melhor pois acho que alguns pontos iniciais do circuito são bastante estreitos e estão no limite do aceitável para tanta gente.

A partida foi sem separação. Um tudo ao molho que talvez não seja o mais recomendado. A mim não me fez grande diferença já que me posicionei numa zona mais à frente onde estava pessoal que ia para correr num ritmo mais forte; ao contrário de mim que só ia para curtir um pouco o circuito. Claro que de certeza que há pessoal que se vai queixar do tudo ao molho e se calhar é um ponto a rever. Não dá assim tanto trabalho separar o pessoal e de facto é melhor para todos.

O circuito é muito divertido e a prova correu muito bem. Uma voltinha inicial ali pelo vale, pelas pista de canoagem, depois toca a subir, a subir até à mata onde andamos para trás e para a frente, num sobe e desce, até que contornamos o estádio por fora para depois passarmos pela tribuna de honra e toca a descer o até ao vale em direcção à meta. Uma boa introdução ao trail. Alguma lama e poças. Os ingredientes certos para uma manhã divertida.

Foi também o dia para o meu amigo Luis voltar às provas agora já com uma boa preparação. A coisa correu bem e parece que agora temos atleta para as próximas. A Dora acabou um bocado exausta mas é normal dado que foi num bom ritmo e havia algumas subidas para desgastar as forças.

Os 5 magníficos (a 5ª magnífica está atrás da máquinas :)
Tudo pesado acho que foi um grande sucesso. Como dizia alguém relativamente às 1ªs provas o melhor é ir porque para o ano não se sabe se volta a haver. Não creio que seja o caso. Só vai depender da vontade da organização porque publico há com fartura.

Quanto ao meu tempo fiz 44 minutos. Visitem o site da prova que está muito bem conseguido: www.correjamor.com

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Maratona do Porto de "Helicóptero" com o Google Earth

Para quem não conhece o circuito, ou para quem já conhece mas quer recordar, aqui fica uma visita aérea a bordo do Google Earth. Apertem os cintos, instalem o que vos faltar e bonne voyage!

Nota: os marcadores são milhas (1,6Km).

sábado, 30 de outubro de 2010

Macaquinhos no sótão

Eis que a data se aproxima. 

Mais uma maratona está a chegar. É preciso ter estado atento ao meu blog, ou já perceber um pouco desta coisa de correr, para dar o devido valor às linhas que agora escrevo. 

Uma maratona envolve, no mínimo, uma preparação de 3 a 4 meses de treinos específicos. 3 ou 4 por semana, às vezes 5. Desta vez tenho a pequena vantagem de já ser a 2ª vez que vou fazer uma maratona. Mas a vantagem é de facto muito pequena. Chegados a esta altura em que é tempo de reduzir a carga de treinos e de Km’s para deixar o corpo acumular energia e reservas para o grande dia, não nos conseguimos abstrair das habituais duvidas. Terei treinado o suficiente? Estarei bem preparado? Conseguirei chegar ao fim? Irá correr bem? Irei sofrer muito (mais do que o necessário)?

Mas de facto poucas certezas há. Não temos ponteirinhos e luzinhas que nos indiquem como estão os níveis. 

Para além disso há toda uma série de riscos que o Murphy diz que vão correr mal. Coisas perfeitamente banais em qualquer altura podem-se revelar autenticas frustrações nesta altura: uma constipação à ultima da hora, um mau jeito, um buraco ou um pé mal colocado num treino, um entorse. Tudo o que possa deitar por terra vários meses de investimento. Embora não se viva obcecado com isso (eu não vivo), reconheço que me passam pela cabeça por vezes. Sobretudo depois de quase acontecerem. Safa! Olha se.... 

Mas esta angustia é apenas parte do processo natural. Creio que deve afectar de igual modo amadores e profissionais. Se um profissional tem a vantagem de ter corrido já bastantes maratonas e de conhecer muito melhor o seu corpo, as suas capacidades e o seu momento de forma, também as suas responsabilidades são muito maiores, corre por objectivos muito mais exigentes e tem uma margem de erro muito inferior.

Este texto funciona também como um exorcizar de espíritos maus. Xô! 

Neste momento e apenas a uma semana da maratona do Porto, vou treinando aqui e ali, participando em provas já mais para libertar um pouco o stress, enquanto espero pelo big one.  

Tal como há um ano, fisicamente acho que estou pronto. Os kilos a mais das férias já foram. Creio que consegui um bom pico de forma. Não há lesões de assinalar. All systems GO! 

Olhando para a coisa de um ponto de vista estatístico e sem grandes preocupações científicas, agregando apenas os ultimos 3 meses antes da maratona, obtenho os seguintes valores:


2009 2010
Contagem: 39 Actividades 48 Actividades
Distância: 463,04 km 572,21 km
Hora: 43:31:18 h:m:s 54:03:32 h:m:s
Ganho de elevação: 6.734 m 5.322 m
Veloc. média: 10,6 km/h 10,6 km/h
RC méd.: 147 bpm 149 bpm
Calorias: 41.540 C 40.278 C


Isto dá-me algum descanso e confiança. Claro que nada diz quanto à qualidade do que andei a fazer mas diria que segui um plano semelhante, um pouco mais exigente apenas. Contando com os 10Km de hoje que não estão ainda reflectidos neste total, foram mais 12h, mais 120Km. Epá isto só pode estar pronto.

Portanto os macaquinhos estão arrumadinhos, no sótão. Felizmente nunca tive de colocar em prática, literalmente,  a máxima: instrução difícil, combate fácil, mas adaptando ao mundo da corrida, estou pronto para uma batalha fácil. 

Claro que é preciso conjugar uma série de outros factores mas a parte motora e psicológica está desejosa de mais um desafio. Voltarei a este tema para uma pequena reflexão e análise do percurso e do ritmo que vou tentar cumprir. 

Descansem que é altura dele (mas não exagerem :)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

24 de Outubro - Corrida do Tejo



Após a ausência de 2009, ano em que fomos à corrida de Santiago de Compostela, voltámos à Corrida do Tejo. A prova cresceu muito em participantes desde 2008. Segundo indicações do Manzarra num púlpito pendurado num guindaste estavam 11.000 pessoas. Mas consultando o numero de pessoas que cortaram a meta (9262) não me parece que quase 1800 pessoas não tenham acabado a prova ou se tenha inscrito e não tenham aparecido. Seja como for esta prova, para além de outras coisas, é a maior corrida, em número de participantes, de Portugal.

Mas vejamos o filme da coisa. Como em 2008, fomos deixar o carro junto ao forte em Oeiras e apanhar o comboio para a partida. Na viagem percebemos logo um dos problemas da organização ter passado o limite de inscrições para 10.000. A viagem de comboio é insuportável. As sardinhas em lata têm uma vida mais confortável. Acabámos por sair na Cruz Quebrada e fomos devagarinho a correr aqueles 1500 metros até à partida. Bem melhor que ir no forno entalado até Algés. Mas foi o único problema que houve. De resto a prova continua bem organizada e nem se dá pelos 10.000 a não ser após a partida e durante a prova. Tanta gente!!!

Muito carnaval, muito investimento, é uma festa enorme. Independentemente de tudo o resto penso que esta prova vale pelo que faz pela corrida. Certamente muita e muita gente começa ali uma paixão pela corrida. 

Esta foto faz-me lembrar algo... o que será... :)

Quanto à corrida em si a prova correu-me bem. Este ano fui participar apenas para descontrair um pouco. O plano de treinos tinha algo bem mais exigente marcado. 28 Km. Mas queria ir na mesma. A opção foi repartir os Km's pelo fim de semana porque também não queria fazer 28 no Sábado e 10 no Domingo. Acabei por fazer 7 na Sexta com a Dora, 20 no Sábado com o Sérgio e mais 10 hoje com 10.000 gajos. Foi o que se arranjou.

Mesmo sem querer lá levei um ritmo mais forte do que pretendia e acabei por fazer 44 minutos. A seguir fui para a meta ver se via a Dora chegar. É muito divertido estar na meta a ver tanta gente a chegar. Tanta gente feliz. Ia com 1h de corrida e nesse escalão chegam as pessoas que estão a começar a correr. Na meta 2 senhoras da organização relembravam quem ia chegando para levantar os braços e festejar o momento. Bom, estava tão entretido que passou a Dora e passou um amigo meu e não vi nenhum. É muita gente a chegar ao mesmo tempo. 

Mais uma frutinha, que diga-se não era de grande qualidade e foi meter no carro e voltar para casa. 

domingo, 17 de outubro de 2010

17 de Outubro - Ultimo treino longo para a maratona do Porto


E lá foi mais um esticãozinho de quase 34Km, só para o corpinho se preparar. Faltam agora 3 semanas para a grande prova. Desta vez foi o Sérgio que marcou presença. Saímos bem cedo para apanhar as poucas estradas que tínhamos para fazer quase sem transito. Embora o dia prometesse muito sol à hora que saímos ainda fomos a sentir o frio da noite em muitas zonas do percurso. A ideia era ir até à quinta da Apostiça e depois desfazer. E assim foi. 17Km até lá, depois era só regressar a casa. Foi um excelente treino a desfrutar do melhor ar puro existente num raio de muitos e muitos kms. Sossego total e muitos pinheiros só perturbado por um ou outro quad. Mesmo assim como fomos muito cedo livrá-mo-nos da maioria deles. Os únicos tipos que nos viam passar estavam todos de preto em cima de postes e de árvores e riam-se. Quuuuááá, quuuááá, quuááá, malandros dos corvos. Enormes e belos.
Terreno sobe e desce, piso massacrante com muita pedra solta na zona da Apostiça a deixar algumas marcas nos pés. Mas tirando o cansaço e algumas dores nas articulações que amanhã já cá não estão, as maquinetas responderam bem. Isto está tudo pronto. Venha ela.

Agora olhando para o plano de treinos, a coisa já vai ser a decrescer, embora sem tirar muito o pé do acelerador. Para a semana ainda há 27Km para fazer e mais a Corrida do Tejo no Domingo. Ainda não sei bem como vou repartir a carga mas 37 em 2 dias é muita fruta. Ide treinar e portem-se bem.

10 de Outubro - Meia Maratona da Moita



Este fim de semana havia provas grandes por todo o lado, de Norte a Sul. Foi também o fim de semana da estreia de mais uma Maratona em Portugal.

Assim tivemos no mesmo dia a meia maratona do Porto, a meia maratona da Moita e a Maratona (e a meia Maratona) do Algarve. Isto se contarmos apenas com provas de alguma envergadura e mais conhecidas. Outras houve seguramente.

Espero que esta nova maratona no Algarve vingue, embora ache ridícula a data escolhida. Menos de 1 mês antes da Maratona do Porto? Quais foram os critérios que levaram pessoas experientes na organização de provas a marcar as coisas em cima umas das outras? O país é assim tão grande e tem assim tanta gente a correr maratonas que justifique não haver uma coordenação e uma escolha mais bem pensada de datas? Obviamente que não e a resposta está na afluência que a prova teve. Cento e poucas pessoas à partida de uma maratona. É francamente mau. 106 atletas a cortar a linha da meta. De uma maratona. Era bom que esta prova tivesse sucesso. Afinal há tão poucas maratonas em Portugal. Só não se percebe é porque tentam matar as coisas antes de nascer.

Compreendo que este não deve ser um investimento com retorno imediato e que vai ser preciso apostar durante alguns anos até a prova se auto-sustentar, ou desaparecer. Mas para quê complicar?  O ano tem 12 meses e se muitos estão interditos devido ao clima da região, também há que respeitar quem já cá está há mais tempo e já tem as suas datas marcadas na agenda há muito mais tempo. Não me parece que seja útil para ninguém este tipo de atitudes.

Espero que repensem a data escolhida e que saibam encaixar esta prova no calendário anual. Todos irão lucrar com isso.

E só falo da Maratona no Algarve no tópico da Meia da Moita porque, quando estava a planear a época e as provas em que ia participar, surgiu-me inevitavelmente esta prova na ideia. No entanto era uma maratona e eu não queria fazer uma maratona logo antes de outra maratona. Já tinha decidido que este ano ia fazer a do Porto e embora não tenha feito nenhuma das duas, conheço ambos os traçados e em termos de beleza, envolvente, participação, posso mesmo dizer organização, é como comparar…. nada…. não é justo comparar. Portanto a maratona do Algarve estava fora de questão. Sobrava ir fazer a meia ao Algarve. Mas para quê ir ao Algarve fazer meia maratona se já tinha uma meia a 30 minutos de casa, na Moita. Com muito menos impacto familiar, no fim de semana e no orçamento?

E lá foi para o espaço esta 1ª edição Algarvia. Fico á espera de uma data em que a coisa faça sentido. Senão olha, boa sorte. Pelo feedback que me chegou desta prova este ano, não é só a data que têm de mudar.

Assim sendo, lá formos para a Meia da Moita. Inicialmente havia a ideia de ir um pouco mais cedo para fazermos meia duzia de Km’s extra porque o plano de treinos para esta semana pedia mais que 21. Mas dado que um dos companheiros tinha puxado demais num treino da véspera a ideia foi abandonada.

O objectivo era testar o ritmo para a maratona. Mas qual quê. Estavam todos enloquecidos e eu que levava o conta quilómetros era a melga de serviço. Sempre a chamar o pessoal. Venham cá! Então não queriam ir a 5? O ritmo oscilava entre os 4”30 e os 4”40. Ah e tal depois quando fôr a subir já reduzimos. Tá bem tá.

Só por volta do Km 10, 11, já no caminho de regresso a Moita foi possível acalmar um pouco e testar o ritmo dos 5”. O Reis entretanto avisa que o joelho está a dar problemas e que vai ficar já por ali. Seguimos viagem para fazer os restantes 9 Km’s desta vez saindo da Moita em direcção oposta. Num ritmo já mais descontraído lá fomos, eu e o Rogério. Até que ao Km17 um problema com os atacadores o fez parar. Esperei um pouco embora me tivesse dito para seguir. Retomámos a marcha e logo de seguida nova paragem para resolver o mesmo problema. Mau. Segue segue, dizia-me, já te apanho. Lá segui. O que aconteceu a seguir já não me apercebi. Só estranhei que nunca mais me apanhasse e que nunca mais chegasse à meta.  3 minutos depois lá chega o Rogério furibundo. Lá fiquei a saber que tinha parado uma terceira vez com problemas nos atacadores e que lhe começou a dar uma cãibra. Diz que me chamou. Mas eu não ouvi nada. Lá foi socorrido por outro companheiro. E tudo acabou bem. Da próxima vez vou ignorar os pedidos para seguir. Nunca imaginei que pudesse ter tido algum problema muscular. Não é que o fosse ajudar mais ou melhor do que quem o ajudou. Quiçá até lucrou com isso, mas fica sempre aquela sensação que podíamos ter estado lá. Enfim.

A organização foi de uma eficácia fantástica e tudo decorreu sem qualquer problema. Abastecimentos pré-sinalizados 100 metros antes, bem colocados, Km’s bem marcados, partida a horas, chegada sem problemas. Um descanso, pertinho de casa. Uma meia com lugar cativo no calendário.

O tempo acabou por ser melhor do que o previsto dado que fomos a um ritmo mais elevado, mas mesmo assim não foi nada de especial. Em linha com a edição de 2009 acabei no mesmo minuto 1h42. Os tempos estão aqui.
O track com os restantes detalhes está na barra lateral, no sítio do costume.

No final era tempo de regressar a casa onde a Dora tinha uma belas dumas favas à espera. Maravilha!