segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril - 34ª Corrida da Liberdade


Desta vez com uma inscrição no local lá fui com o Luis tratar do assunto. Deixámos o carro nos Restauradores e apanhámos o metro para a Pontinha.

Montes de gente conhecida, desde os mais craques, aos mais coxos. Dia muito bonito, com algum calor e sol forte. Após a partida e alguns Km's com um ritmo mais lento vejo o Zé Alves à distância. Como ele ia à conversa com um companheiro acabei por me aproximar e fazer a prova quase toda com ele. Dado o estado lastimoso em que está a minha forma só o consegui acompanhar porque ele seguia a um ritmo baixo.

Este percurso já não é o mesmo do que a ultima vez que fiz a prova neste sentido. E ainda bem. Aquele bocado da 2ª circular era desnecessário. É mais agradável irmos pelo meio dos prédios até desembocarmos no Campo Grande.

Na saída do túnel da Av. da Répulica o Zé meteu a 5ª velocidade e eu que já ia no limite fiquei a vê-lo acelerar.

Mesmo sem grande preparação, tirando o dificil Km 8 que inclui o ultimo túnel e a subida até ao Saldanha, o ritmo foi sempre a subir tendo acabado nos 4´06/km. Não estão mau para um coxo.
Mal senti a minha lesão. Acho que está na altura de começar a meter carga na coisa e voltar a perder a meia duzia de kilos que acumulei com a brincadeira.

Achei que estava mais gente, embora não tenha ido o ano passado. O espírito do 25 de Abril está vivo, pelo menos nesta prova....
A unica coisa que eu sugeria era que se fizesse uma revolução na hora de partida. 10h30 parece-me hora de dorminhocos. Que tal antecipar uma hora à coisa? Acho que ninguem tem medo de acordar cedo e fazíamos uma prova bem mais fresquinha. Fica a sugestão.

Foram 50'00'' de saudável exercício físico.

domingo, 24 de abril de 2011

23 de Abril - Grande Prémio da Páscoa - Constância e Almoço Blogger


Em boa hora decidimos dar um 'saltinho' a Constância. Uma vila bem bonita que merece uma visita. Inscrição à ultima da hora numa das poucas provas que permanece gratuita. Foi também determinante para a nossa deslocação a realização do 4º almoço blogger, um evento anual que reúne a comunidade que na internet se dedica a escrever em prol das corridas. O ano passado na Costa da Caparica escapou-se a oportunidade de participar no 3º de modo que este ano não podia deixar escapar a oportunidade. Chegámos a tempo de dar uma voltinha matinal na vila ainda adormecida.



Na zona da partida encontrámos alguns dos amigos a que nos iríamos juntar após a corrida. Acabei por ficar por ali e fazer uma corrida à conversa com vários amigos. 



A Dora e o Luís vinham um pouco mais atrás e de vez em quando vinha cá atrás fazer-lhes uma visita e voltava para o grupo da frente. No final ainda voltei atrás para terminar com a Dora, já que tinha vindo tão devagar não ia perder a oportunidade de cortar a meta com ela (não acontece muitas vezes).
Não foi preciso voltar muito atrás porque eles vinham logo ali.

Após a prova e um duche nos bombeiros da vila dirigimo-nos para o local do almoço, o Ti Coimbra.

Seriam quase 60 pessoas. Não tenho a lista oficial dos bloggers que participaram mas logo que apareça um relato mais oficial do convívio irei incluir aqui o link.

O almocinho decorreu lindamente. Um discurso inicial do Orlando Duarte que referiu todos os bloggers e respectivos blogs presentes, depois uma sopinha de peixe, uma grelhada mista e serradura. Tudo bem regado com vinho tinto ou branco ou refrigerantes do costume. Nem faltaram umas entradinhas para entreter. O Nuno Romão está de parabéns porque decorreu tudo na perfeição.




A grande Analice. As mulheres não se medem aos palmos!


No final o Nuno entregou a chave do próximo evento (2012) ao Fernando Fonseca que vai ter a difícil tarefa de organizar um treino + almoço. 


Após a foto e antes do regresso ainda fomos passear um pouco pela feira de exposição de artesanato. Muito interessante. Artesanato muito bonito. Vale bem a pena visitar Constância nesta altura do ano em que decorrem as festas da Vila. 




Em resumo, um Sábado muito bem passado. Uma prova simpática sempre à beira do Zêzere, um almoço impecável em que pude rever imensos amigos e conhecer outros novos e uma feira que merecia termos ficado mais um pouco, quicá para jantar. Uma prova a voltar com mais tempo. Sabe bem desfrutar do descanso que se sente naquela zona. 
Mais fotos neste link.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

18 de Abril - 7º Treino Lunar


Após uma semana de sol fantástico, uma semana de chuva estava na calha. Desta vez não nos íamos safar. Logo hoje que a Leonor ia levar as favas!!! Já percebi que favas não era uma comida da sua preferência.

Até nem tinha estado um dia de chuva pegada, era mais tipo descargas violentas. Mas para o final do dia a coisa começou a ficar mais permanente. A Dora cortou-se logo. A trovoada estava cada vez mais perto. Relâmpagos gigantescos rasgavam o céu.

Eu lá preparei os queijos que tinha comprado para entrada e dirigi-me para o local enquanto pensava que desta vez é que não estava lá ninguém. Mas se houvesse alguém para correr estava pronto.

Quando cheguei já lá estavam vários carros. Este pessoal ainda é mais maluco que eu :)

Portanto, o cancelamento estava fora de hipótese. Dirigimo-nos ao Mar Puro onde já estavam mais 2. O João tinha chegado mais cedo ainda. Ali ficámos a combinar o que íamos fazer. A chuva não era problema obviamente. Já a trovoada impressionava um pouco mais e o pessoal dividia-se. Enquanto uns asseguravam que era perfeitamente seguro correr na praia com trovoada, outros torciam o nariz e outros avisavam contra o uso de objectos de metal. Lá em baixo na praia os pescadores alheios a tudo puxavam as redes e faziam o seu trabalho...

Estávamos nós a decidir o que íamos fazer, o sr. Helder informou-nos que não estava a contar connosco e que ia fechar o bar dentro de pouco tempo. Estava em risco o petisco. Não podia ser.

Optámos por fazer apenas o pontão enquanto tentávamos pensar num local ou procurávamos outra alternativa. Ainda falámos com o Costa In que não se importava de nos acolher a troco de algum consumo. Seria uma hipótese.

Regressámos rapidamente ao Mar Puro já que apenas fizemos o pontão e seguimos outras hipóteses. Alguns dos cafés da avenida por detrás do pontão estavam fechados e com alguma dose de lata optámos por, temporariamente debaixo de umas arcadas, usar 3 mesas de uma esplanada que estava desmontada. Claro que no final deixámos tudo na mesma ou melhor do que estava.


Assim, num cantinho que não desse muito nas vistas, afinal estávamos entre 2 esplanadas que estavam a funcionar..., lá montámos a nossa banca. Não éramos muitos e ainda bem. As favas da Leonor, acabadinhas de fazer fumegavam. As moelas do Paulo, já prato habitual, franguinho assado, queijos e as sobremesas. Desta vez as sobremesas estavam a rigor. Um excelente pudim e o já famoso arroz doce da Leonor com amêndoas da Páscoa.

O resto foi puro convívio. Desta vez foi mais comida que exercício. Que desgraceira..

Entre os presentes foi tomada a decisão de alterar o local de encontro. Vem aí o verão com as noites mais quentes que nos permitem estar mais em contacto com a natureza. Só temos de salvaguardar a hipótese da chuva não nos estragar os planos. Qualquer cantinho coberto com umas mesas serve. Em ultimo caso até basta o cantinho coberto e levam-se mesas de campismo.

Aceitam-se sugestões. Também podemos fazer Treinos Lunares itinerantes, variar o local do Treino, visitar outras paragens, aceitam-se convites.

O próximo vai ser já no dia 3 de Maio. Aguardem pela confirmação do local de encontro.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

10 de Abril - Maratona de Paris



A parte mais complicada na maratona de Paris é a antecipação com que é preciso fazer a inscrição. Para esta maratona as inscrições abriram em 15 de Setembro e esgotaram em 21 de Novembro de 2010. Para se beneficiar do melhor preço não dá para haver muita hesitação porque os primeiros 12.000 lugares a 60€ voaram em poucos dias. Depois o preço ia subindo até que em 21 de Novembro os 40.000 lugares estavam esgotados. Claro que, quando em Setembro nos comprometemos com uma prova em Abril do ano seguinte, isso vai ditar grande parte do que vamos fazer uns meses antes, em que provas se vai participar, etc. 
Nessa altura ainda nem há calendários de 2011 para sabermos o que vamos falhar. 

Mas o Rogério foi quem lançou o repto e eu que andava a pensar nesta maratona há uns tempos nem pensei duas vezes. Inscrição feita foi esperar que as low cost abrissem as vendas para essa altura enquanto escolhíamos também um apartamento para ficar.

Optámos por fazer uma semana de férias em que havia vários objectivos para todos os gostos: um primeiro contacto com Paris (agora já sei onde é), fazer a maratona e levar as míúdas à Disney. 

O apartamento foi uma excelente opção. Através da Homelidays.com encontrámos esta pérola. Um excelente preço (a comparar com a oferta dos hotéis), no centro de Paris, perto de uma estação principal de Metro/RER, supermercados a 100 metros, num prédio renovado, totalmente equipado como em nossa casa,  maquina de lavar loiça, lavar e secar roupa, cozinha completa, LCD com centenas de canais, leitor DVD,  Wifi grátis, etc. Estávamos de facto em casa, só que em Paris :)

Não achámos os preços das coisas nos supermercados muito diferentes dos nossos. Como não frequentávamos locais destinados a aliviar os nossos bolsos ainda mais, achámos tudo em conta e não houve muita dificuldade em gastar menos do que tínhamos planeado. Um formato a repetir em eventos internacionais futuros. 

Na 6ª já não chegámos a horas de ir à Expo Marathon buscar os dorsais. Mas já sabíamos que ia ser difícil chegar a horas na 6ª. Assim no Sábado encaixámos a visita à Expo Marathon com a Arroz Party e com o resto do passeio pensado para esse dia.

Foi o 1º contacto com a verdadeira dimensão da prova que iríamos fazer. Um pavilhão enorme num parque de exposições aguardava-nos. Ainda tivemos de esperar 5 minutos cá fora numa pequena fila que felizmente não tinha qualquer relação com o que se passava lá dentro. Apenas tentavam garantir que não iríamos acotovelar-nos lá dentro. Passado esse pequeno compasso de espera entrámos no pavilhão. Cá fora ficou o sol bastante forte. Foi super simples levantar o dorsal e o saco das ofertas. Relembro que a prova tinha 40.000 participantes. Esperei talvez 20 segundos pela minha vez mais 20 segundos para me darem o dorsal. Depois com o dorsal levantámos os sacos das ofertas sem qualquer espera. Uauu!


Desembocámos na feira da maratona. Todo o pavilhão estava repleto de enormes stands com as melhores marcas. Musica, luzes, festa!!! Tivemos de nos controlar e fomos primeiro almoçar. Arroz Party....! Ok. Arroz Uncle Ben, 3 sabores à escolha: caril, camarões ou cogumelos, 2 bananas e água à descrição. Quantidade qb. Serviço rápido. As bananas podiam repetir-se, bastava pedir mais. 5€ por pessoa, os atletas também pagavam. Achei o preço justo.


Depois foram umas horas para digerir a feira. 200 pavilhões. Não conseguimos visitar tudo e a grande maioria nem sequer deu para perder muito tempo. Acabei por gastar quase todo o tempo para fazer um Asics Dynamic Test em que filmam a nossa corrida e depois com base na passada vemos se somos pronadores ou supinadores, etc. etc. Foi interessante. Também gostei de conhecer os 2 colaboradores da Asics Portugal que estavam no stand. Um deles foi o que me fez o teste. Fiquei a saber que já corro com os Asics mais indicados para mim. Os Nimbus. Baah! Não vai ser por aqui que a coisa vai melhorar ehehhehe.



A custo lá nos arrastaram para fora da feira. Ah! Também gostei muito do stand que vendia roupa interior desportiva e cujas colaboradoras estavam vestidas,,,, com essa mesma roupa interior. Muito bom :)


Quando saímos percebemos que tínhamos ido à hora certa. A fila estendia-se agora cá fora por muitas centenas de metros encaracolava aqui virava acolá. Safa!!!! Do que nos livrámos. 

Agora só faltava um jantarinho de massa que isto de Arroz Party é para meninos. 

De véspera tínhamos também testado o acesso mais directo aos Champs Elysées para que no dia da prova não andássemos perdidos nos túneis do metro de Paris. Navegar no Metro e no RER de Paris é simples desde que se saiba que linha e sentido se precisa de apanhar, e nas trocas a mesma coisa. Idealmente uma aplicação para Android ou Iphone é o companheiro ideal nestas alturas. Basta dizer onde estamos (ou se puder use o GPS), para onde queremos ir e ele calcula todas linhas, sentidos e trocas necessárias. Somos autênticos parisienses com estas apps.

Para Android ou iPhone recomendo vivamente esta app que usei. Tem tudo o que pode imaginar num guia turistico interactivo e muito mais. Traça rotas, usa o GPS, tem todas as informações dos locais como horários, preços, tem toda a rede de Metro e RER e Autocarros. Até gera roteiros do que visitar com base nos seus gosto e preferências. Por 4,5€ é dificil arranjar algo mais útil. Obrigatório. Uma aplicação verdadeiramente útil para visitar uma cidade que não conheça.

No dia da prova lá fomos. A partida estende-se por grande parte da avenida dos Champs-Elysées. Os Chamsp-Elysées são a Avenida da Liberdade lá do sítio. Como não tinham o Marquês de Pombal espetaram o Arco do Triunfo no topo e foram um pouco menos megalómanos na largura da avenida. A parte central é comparável à nossa mas depois tem apenas uns passeios largos e não vias adicionais.. O transporte mais  rápido para nós era o RER que tem poucas estações de modo que ficámos na estação do Arco do Triunfo, no topo dos Champs-Elysées. Na véspera tínhamos visitado o Arco do Triunfo e foi uma agradável surpresa ver a rotunda tomada de assalto por milhares de atletas que, tal como nós, se dirigiam para a partida. O transito não estava cortado pelo que os poucos automóveis que circulavam faziam-no lentamente e respeitavam aquela confusão de gente.
Quem buzinava fazia-o para celebrar a festa e todos se entendiam. A rotunda é parecida com a do Marquês de Pombal e para aceder ao Arco do Triunfo, no meio da rotunda, é necessário usar um túnel. Mas nessa manhã não. Era um festa de gente que brotava de todas as ruas. 

Começámos a descer a avenida em direcção à nossa box de partida. Íamos partir da box azul para 3h30m. Isto pensava eu em Setembro de 2010 claro. Para variar o acesso à partida foi extremamente fácil. Toda a zona de partida está vedada com redes altas e o acesso é feito apenas por portas específicas com a côr do dorsal respectivo. Facilmente descemos a avenida até encontrar a nossa zona e a porta respectiva. Mesmo aí não havia confusão. Um segurança garantia que só entrava naquela porta quem tinha um dorsal com a côr correcta.

Despedidas finais da família, ultimas combinações para o encontro após a prova e ala lá para dentro. Em plena avenida dos Champs-Elysées a vista é magnífica. Nas nossas costas o Arco do Triunfo e um mar de gente até lá acima. Para baixo ao longe a Place de La Concorde e outro mar de gente. Estávamos à vontade, sem confusões e não podia deixar de pensar como tudo tinha sido tão simples e tão bem organizado. 40.000 pessoas prontas para correr a maratona e até ali tudo tinha fluído como água.
Claro que ali não há amadorismos de nenhuma espécie e nada poderia já correr mal. Uma organização que faz as coisas desta maneira, sem margem para problemas, não brinca em serviço. Parece simples parece. Mas quem costuma ir às corridas das pontes que é do mais parecido que temos por cá, pode ficar descansado: NÃO TEM NADA A VER, OK! NADA DE NADA.
Claro que começa logo pelas próprias pessoas. Todos são atletas. Todos estão ali para fazer a maratona. Todos sabem ao que vão. Parece que não mas faz toda a diferença. Só assim é possível uma prova desta dimensão decorrer desta maneira. Naqueles momentos de tensão antes da prova aproveitei para recuar a Setembro de 2010 e fiquei feliz. Toda a preparação, toda a antecipação, escolha, decisões, estava prestes a terminar em beleza. Bom trabalho. Comprado com isto correr a maratona ia ser uma brincadeira. Ao contrário de Sevilha não estava minimamente preocupado com a minha lesão e sabia perfeitamente que iria gerir o problema até final. Mais dôr menos dôr... bof!

 

Um minuto de silêncio pelo Japão e o embaixador Japonês, Pum! E lá vão eles. A andar até passar no portal da partida e nos tapetes de controlo e aí sim lá vamos nós para a Maratona. Saí mais 42.195 metros de festa.

E que festa amigos. A organização tinha preparado 80 pontos de animação ao longo do percurso. Bandas, Bombos, Orquestras, Rock, Clássica, Popular, DJ's, eu sei lá. 



Mesmo com tanta gente a correr havia espaço e facilmente se podia ultrapassar ou movimentar. Paris ia desfilando à nossa frente. Partimos às 8h45 e com o sol baixo a prova foi quase sempre à sombra. Ou estávamos em ruas com prédios que protegiam ou estávamos em zona de bosque e de uma maneira ou de outra lá íamos progredindo protegidos do forte sol que iria fazer a temperatura chegar aos 23º

A organização aliou-se ao site www.jiwok.com e ofereceu um ficheiro mp3 personalizável com o vosso tempo previsto para a prova e o tipo de musica que gostam. O ficheiro era gerado, descarregava-se para um leitor de mp3 e permitia ir a ouvir um guia turistico que nos ia explicando detalhes acerca dos monumentos nos momentos em que passávamos por eles. Gostei muito deste serviço. Foi um bom companheiro e aprendi muito sobre os monumentos e locais por onde passámos. Excelente iniciativa. Mais uma de tantas e tantas que nas ultimas semanas desfilavam no site oficial da prova. 




Nos abastecimentos a organização optou por fazê-los apenas de um lado da estrada. E embora estivessem bem sinalizados umas centenas de metros antes, incluindo o lado da estrada onde estavam, gerava sempre alguma confusão com muita gente a atravessar-se um pouco à doida para se chegar ao reabastecimento. Não dei por nenhum problema com ninguém mas talvez fosse boa ideia estarem dos dois lados. De qualquer forma a marabunta atacava logo nas primeiras mesas. Era suficiente continuar a correr e abastecer mais para o final da zona, já sem ninguém, dado que estavam todos cá mais atrás a amontoar-se.

Para variar aos 10Km estava a sentir-me super bem. Parecia que nem tinha começado a correr. Já tinha aquecido bem e sem qualquer cansaço parecia que aquela maratona ia ser feita sem grandes dificuldades. Seguíamos nos 5m30/Km. Um ritmo baixo mas o possível dadas as várias limitações existentes.

A meia maratona surgiu. Ao passar no tapete sabia que o sistema montado estava nesse preciso momento a enviar 2 SMS's com o meu tempo, um para a Dora e outro para o meu irmão. Mais números pudesse ter colocado.... Tentei imaginar o que estariam a fazer quando recebessem os SMS's. Mais 2 SMS's seriam enviados com a minha passagem aos 30 e à chegada. Uma boa ideia para a Dora poder saber a hora a que ia chegar e se preparar para o reencontro. 

Por essa altura começo a ver que o Rogério estava a dar sinais de dificuldades em manter o andamento. Tinhamos sido ultrapassados pelo balão das 3h45 e andámos ali uns km's na sua companhia, umas vezes mais perto outras mais longe. Não gostava de o ver fugir até porque estava a sentir que era simples acompanhá-lo, mas abandonei a idéia para ficar com o Rogério. Lá ia puxando por ele, tentando entusiasmá-lo com algumas das beldades que nos ultrapassavam. Rogério, olha esta loiraça tão jeitosa. Épá não dá para perder este material de vista. Nada. Às tantas percebi que poderia estar a dificultar-lhe ainda mais a tarefa a pressioná-lo e a incentivá-lo e decidi obedecer ao que ele já me vinha a pedir à vários Km's, épá vai-te embora, segue, segue. À francesa fiz-lhe a vontade e fui. Custou-me um pouco porque gostava de ter chegado com ele mas achei que a minha presença era desestabilizadora para ele. Sentir que me estava a abrandar estava também a causar-lhe stress. E lá segui, estávamos no Km 26. Íamos numa das zonas mais bonitas numa estrada que passa cá em baixo bem junto ao Sena. Os bateaux mouche, o céu azul lindo, um sol radioso, e aquele mar de gente compacto a correr. Uma maravilha. 



Seguia agora sozinho na zona dos túneis. Tentei aumentar o ritmo para perto dos 5m/Km para recuperar qualquer coisa do tempo perdido, mas isto não é ciclismo, nem sequer eu estava em forma para essas piadas.  Mas mesmo nos 5m30/Km estava numa zona de pessoal bem mais lento. De modo que nunca mais parei de ultrapassar pessoal. Dali até ao fim devo ter passado milhares :)

Por volta do Km 30 reparo num tipo franzino, já nem me lembro o que dizia a t-shirt mas percebi que era brasileiro de São Paulo. Resolvi meter conversa. Cara! Que festa. Ficou super feliz de ouvir alguém falar português. Tinha vindo de São Paulo sozinho para fazer a Maratona de Paris. Tinha tido lá os filhos mas nunca lá foi. Mas agora para correr foi :) Não falava uma palavra de língua estrangeira e há vários dias que só comunicava por gestos lololol. Escusado será dizer que arranjei logo ali um companheiro até ao final.

Eu tinha vindo de trás e fiquei por ali um pouco à conversa com ele. Mas depois naturalmente ele começou a acompanhar o meu ritmo e lá fomos. Brasil, Portugal, até ao Km 38 havia fôlego para a conversa. Depois a coisa ficou mais séria. Já não havia palavras e por volta do 39 o Manuel começou a dizer Vai, vai, segue. Nem penses Manuel. Agora não. Já deixei um lá atrás. Tens de vir até ao final comigo. Olho para o Garmin para ver o ritmo. Porra! Sem bateria. Que estupidez não ter dado uma carga completa. 88%. Supostamente teria de dar para 4 horas de prova. Enfim....

Estávamos quase a acabar o monótono Bois de Bologne que ainda por cima àquela hora não tem o incentivo das meninas(?) que o frequentam quando o sol se põe... Meninas só a correr. Lá fui azucrinando a cabeça do Manuel. Eu também já tinha pouco para dar mas faltavam 2 Km's quer-se dizer, a coisa estava feita. Ainda encontrámos outro português, que só me lembro que era do Norte mas no abastecimento dos 40Km ele não parou e eu fiquei à espera do Manuel pelo que embora o víssemos à nossa frente já não era possível sprintar para o apanhar. Fiquei com o Manuel. 

A meta já se via. Ligo a câmera em modo vídeo e gravo a chegada do Manuel. Após a meta a emoção apodera-se do Manuel, abraço forte e lágrimas. Fiquei feliz por ele. Foi um belo final e acho que ele gostou também. Cheguei cansado mas ao mesmo tempo com bastante energia ainda para gastar. Vim devagar. Fiquei com o mail do Manuel para lhe mandar o link deste pequeno texto e para que ele veja algumas das fotos. 
Para mim foi o cumprir de um objectivo que demorou 7 meses a concretizar. Tudo tinha corrido tão bem ou melhor que a organização da prova. Todo o planeamento, estudo, preparação, escolha. Foi muito bom. Arrastámo-nos até à saída. Recebemos finalmente uma T-shirt, vermelha, linda, diz FINISHER, grande troféu. Uma medalha gigante dourada. Ainda passei por uns tugas acho que da Açoreana que cumprimentei em modo zombie. Lá me arrastei até à saída. Devagarinho procurava do lado direito pelo meu pessoal mas foi a Dora que me viu primeiro. Grande festa!


Enquanto o Rogério não chegava lá me estiquei todo, arrefeci, vesti o meu troféu.


Paris esperava por nós, ainda antes de irmos para a Disney. Ala que se faz tarde.



Voltarei a esta maratona. 
É mais fácil do que ir a algumas provas no nosso país. Apenas um pouco mais cara e com um pouco mais de logística e necessidade de antecipar em vários meses a participação. De resto é uma maravilha.

Altamente recomendada. 

Não deixem de ver mais meia duzia de fotos neste link (lol).

Com várias cameras de video junto aos tapetes de 5 em 5 Kms e com recurso a muita tecnologia é possível verem todas as minhas passagens nesses tapetes, em 22 cameras diferentes. Vejam este link. Os videos vão avançando automaticamente. Em HD só pagando mas grátis já é excelente.

À minha família e aos amigos que nos acompanharam e que fizeram desta uma semana cheia de momentos inesquecíveis.