segunda-feira, 28 de março de 2011

19 de Março - 5º Treino Lunar


Foi um treino Lunar diferente. Foi o dia dos amigos e dos miúdos. Para além do pessoal do núcleo duro claro. Esses já nem vivem para outra coisa.

Um Sábado que ficou marcado em termos lunares por uma Super Lua. Uma Lua invulgarmente perto da terra, numa das maiores aproximações dos ultimos 20 anos. Estava um luar fabuloso. A dimensão era um pouco maior do que o normal, mas o que era mais estranho era a potência do luar. Fantástico. 

Velhos amigos juntaram-se, vieram as mulheres, vieram os miúdos. E toda a minha gente correu e andou. Também faltou muita gente que tinha confirmado mas à ultima da hora... nicles. Pior para eles.
Para além do luar fantástico estava uma noite sem vento, na sequência de um dos melhores dias do ano. Uma verdadeira noite de Primavera antecipada.

Desta vez fui sempre cá em baixo junto à água. E é onde vou passar a ir sempre. Gosto mesmo de correr ali. Alguns ribeiros ocasionais obrigavam a ligar o frontal para perceber onde devia passar e mesmo assim por vezes, flop, flop, flop. 

Como estávamos com os miúdos e muita gente ia andar apenas e no dia seguinte era a meia maratona da ponte, optámos por fazer apenas 30+30 minutos.

Como não íamos para o Mar Puro aproveitámos os bancos em frente e montámos a barraca por ali. O Zé até levou o material de campismo, mesa e cadeiras :)
Para variar nada faltou. Desde frangos, bolinhos, empadas, moelas, lambrusco, o belo verde tinto etc. etc.

Os miúdos deram um tom ainda mais divertido à coisa. Foi uma noite de Sábado totalmente diferente. Obrigado a todos, espero que se tenham divertido e quero ver-vos a voltar para mais. Eu sei que vão!

Quase a fechar ainda apareceram o Ricardo e a Xana que iam a caminho de Andorra e fizeram um desvio para uma surpresa à Dora: um bolinho de parabéns. A Guida que não pôde comparecer também estava na agenda para o bolinho. Mais fotos aqui.





O próximo Treino Lunar, dia 3 de Abril, a convite do companheiro Orlando Duarte vai ser de manhã ao invés de ser á noite.   Será excepcionalmente um Treino Solar. Assim como assim é dia de Lua Nova portanto não havendo Lua ela não se importa que vamos de dia.
Vamos juntar-nos ao Correpraia que é organizado pelo CCCA. Todos os detalhes podem ser obtidos neste link. Notem que será preciso inscreverem-se tal como indicado. O preço inclui o almoço e com sorte ainda passamos um bom bocado na praia. Vai ser um fartote de corrida, boa disposição, almocinho e boa vida de papo para o ar a apanhar sol. What else? 
Visitem a página no evento no facebook mas se quiserem ir tratem também de se inscrever.Fico à vossa espera.

domingo, 27 de março de 2011

20 de Março - Meia Maratona de Lisboa



Mais uma. Um dia lindo de Primavera embora ainda faltasse um dia para a dita cuja. Este ano repetimos a fórmula de sucesso do ano passado. Carro no parque do pragal, a pé até à portagem. Descemos com bastante facilidade o acesso à praça da portagem. Em 5 minutos, com alguma sorte na escolha do acesso, estávamos lá em baixo.

Mas o caos do costume reinava nos acessos. Lá em baixo o problema estava a começar a formar-se. Quando passámos na portagem ainda entrámos pelo sítio correcto. Mas o acesso à zona da mini era já um caos. Muito mal organizado com uns cartazes escondidos a indicarem o acesso correcto, quando a separação devia ser feita muito mais atrás. O caos era gerado porque só se sabia qual era a porta correcta em cima da portagem e depois o pessoal da mini tinha de ir para a outra porta.

Este ano em vários sítios se percebeu que a desorganização imperou. É triste quando ao fim de 21 edições as coisas pioram... quando era simples melhorar o que já funcionava bem.

Na zona da meia faltavam 20 minutos e decidimos aquecer um pouco. Começámos a correr um pouco em direcção às portagens e estranhei tanta gente, de repente.... Começo a olhar para os dorsais a pensar como era possível tanta gente na meia a aquecer por ali. Qual quê. Eram aos milhares, autentica massa humana de minis que avançava em direcção à partida. Mas como era possível? Aquela era a zona da meia. E nem sequer havia acesso de entrada por ali. De onde vinha aquela enxurrada? Só podia haver uma explicação. O caos para entrar era tanto que a desorganização deve ter decidido abrir as portas e deixar a marabunta tomar conta de tudo. Rapidamente invertemos a rota e tentámos dirigir-nos para a partida. Já eram aos milhares, velhos, crianças, tudo ao molho. Subimos as laterais de relva e conseguimos ficar inclinados mesmo em cima da linha de partida. Atrás de nós tudo fechou com uma massa compacta de minis. Tivemos sorte de não ser abafados por aquele tsunami de gente.


Até tivemos sorte, pois graças aquele tsunami precipitámo-nos para a partida e iamos arrancar mesmo à frente, logo a correr. À nossa frente uma zona tampão sem ninguem seguido da zona VIP. Não se percebe bem o critério da zona VIP. Algumas pessoas conhecidas, meia duzia de jarretas, até crianças, para além de alguns com aspecto de verdadeiros corredores. Pavoneavam-se por ali num luxo negado aos outros que de facto pagaram e queriam correr. Mais uma parvoíce oferta da desorganização desta prova.


Na partida, pela primeira vez começamos logo a correr. Fui com a Dora até meio da ponte num ritmo descansado. Não estava com muita vontade de ir depressa. Já se sabe que me ando a conter devido à minha lesão. Às tantas iamos atrás deu polícia de mota que seguia lentamente pela berma da ponte. Respirar escape de mota não é das coisas mais interessantes quando de vai a correr. Estiquei um pouco para ultrapassar o polícia sem perceber qual era a lógica de uma mota ir ali aquela hora. A Dora que já vinha um pouco acima do seu ritmo ficou para trás.

Ia a sentir-me bem, sem esticar muito. Ia nos 5m/Km e assim tencionava fazer toda a prova. Mas a pouco e pouco subia o ritmo. Cheguei a andar a 4m40 mas sentia a minha lesão a reclamar. E não houve muita história até ao Km 16. Já tinha encontrado a Dina na mini que me falou. Mas aos 16 ia todo entretido a acelerar e encontro o companheiro Silvino. Nem mais, fico já aqui na conversa pensei. E assim foi. Baixei um pouco e fui com ele mais outro companheiro até ao final.

Consegui acabar no limite de 1h45. Nunca pensei que conseguisse uma marca tão boa com a minha lesão. Mas ainda bem porque Paris está mesmo aí.

Não sei se fui eu que não reparei mas não me lembro de haver tapete de controlo em Algés. No ponto mais longe da prova. Só me lembro do tapete aos 20Km... Ui tantos records pessoais que vão ser batidos... Muito mau.

Após a meta estava a começar a ficar uma fila enorme para receber o saco com águas e pouco mais. Depois percebi porquê. Apenas meia duzia de tipos com sono e pouca vontade, entregavam os sacos da meia. Obrigado á desorganização. Mais um bom momento.

Por fim só faltava regressar. Íamos fazer como o ano passado. Apanhar um autocarro para Campolide e depois o comboio de volta para o Pragal onde o carro esperava. Na zona dos autocarros 2 funcionários da Carris ajudavam a desorganizar uma fila gigantesca. O resto era feito pela habitual falta de respeito e de educação das pessoas. A custo lá conseguimos apanhar um autocarro que se arrastou até Campolide.

Em Campolide já não havia comboios nenhuns especiais para levar as pessoas de volta. Deixaram toda a gente espalhar-se ao longo da plataforma. Claro que como conhecemos aquilo sabíamos que àquela hora o comboio era de 4 carruagens e só ocuparia metade da plataforma. Alguem avisou as pessoas? Claro que não. Quando o comboio chegou entrámos directo e depois ficámos à espera que toda a gente corresse para as carruagens mais atrás. Uma vergonha.

Este foi o ano em que menos tempos demorámos a chegar à partida. Foi o ano em que começámos logo a correr. Até podia ter batido o meu record pessoal numa meia, não estivesse coxo. Mas para mim as pontes acabaram. Fui 5 vezes. Em 2007 na mini onde tudo começou para mim e mais 4 meias nos anos seguintes.

Mas agora é tempo de dizer basta. Estou farto da falta de respeito que a desorganização tem pelas pessoas que vão ali para correr. Fica a ideia que tudo é feito para levar cada vez mais gente sem a minima preocupação por garantir infra-estruturas adequadas. Este ano só não faltei porque a prova para onde me tinham convidado eram 55Km serra acima e serra abaixo e isto não está bom para isso. Mas não voltarei à ponte a não ser que as coisas mudem. Foram muitos anos em que a unica coisa que acontece é piorarem as condições e o respeito por quem quer correr. O tempo que se demora para correr uma meia não é razoável. 6 horas para correr 1h45 e admito que somos dos que mais rápido fazemos todo o trajecto.

Tenho alguma pena de abandonar uma prova onde comecei a correr mas estou farto. Então a da outra ponte é uma autentica seca a palhaçada dos autocarros.

Como nota positiva fica o facto de haver cada vez mais gente na meia maratona. Parabéns a todos. Esse foi o unico aspecto positivo deste ano. Quase mais mil pessoas do que o ano passado. Quase 6500 pessoas a terminar a meia maratona é excelente.

12 de Março - Mini Trail Solitário de Cachopo


Neste fim de semana rumámos a Sul. Este é o Algarve que mais gosto. O do verão, entupido de gente de papo para o ar e de lagostas nocturnas que se arrastam em romaria, já foi chão que deu uvas. Não é coisa que me motive por aí alem. Claro que se um de vocês me convidar para passar uns dias na vossa casa paradisíaca na Quinta do Lago, estamos a falar de um animal completamente diferente :)

Deixando portanto as massas lá em baixo de molho, sobra-nos a magnífica Serra do Caldeirão. Sempre que vamos a Cachopo esta é uma das minhas actividades favoritas. Desaparecer durante um bocado serra fora.

Desta vez levei a máquina e partilho convosco a deslumbrante natureza que esta serra oferece. Apetece não parar e seguir sempre para o monte seguinte. Fruto deste passeio fiquei também a conhecer um projecto magnífico. A Via Algarviana. Uma via por trilhos que atravessa o Algarve de Alcoutim ao Cabo de S. Vicente. 300Km de natureza. A Via é divulgada por uma série de entidades, tem um site muito bom, tem voluntários que a percorrem, limpam e mantêm em condições na primavera.



Para além de toda a informação no site, os tracks, etc. Têm ainda um livro em pdf muito bem escrito, util e organizado. Todo o projecto é um exemplo de como deveriam ser feitas muitas coisas neste país.



Toda a informação em www.viaalgarviana.org. Embora esteja no site aqui fica o link para o livro também.

Todos os anos em Abril há várias actividades organizadas de travessia da mesma. Um dia quem sabe se não me dá na telha fazer estes 300 Km... Entretanto e para quem esteja a pensar o que há-de fazer este ano em Abril deixo-vos a recomendação. Visitem o site e escolham o que mais se adequar. Até um travessia de burro lá está!!! E é coisa que não falta no nosso país....

Deixo-vos com algumas fotos que tirei de parte do percurso desta via que fiz, na zona de Cachopo.

sábado, 26 de março de 2011

Mais um segredo bem guardado - iherb.com - A minha parafarmácia na California

Mais um segredo bem guardado.

Os que investigaram e perseguiram mais a fundo a questão da vitamina D, revelada no ultimo Segredo Bem Guardado, já deram por uma coisa chamada iherb.com, de passagem no outro texto.

De facto, como referi na altura, não é possível encontrar no nosso mercado as potências que o artigo refere. Numa breve análise que fiz na altura, o que estava à venda nos poucos e caríssimos locais do costume (não vale a pena referir nomes, vocês sabem do que é que eu estou a falar) era fraquíssimo, ou seja impossível de usar para o fim descrito e a uma preço…. Uii uiii. O costume.

Esta questão da vitamina D permitiu-me também na altura descobrir esta fantástica loja online chamada www.iherb.com

Não se deixem enganar pelo aspecto simplório. É apenas o layout. Por detrás está um site muito bem estruturado, eficiente e repleto de produtos a um preço muito mais coerente.

Esta loja não vende medicamentos. É um site de suplementos alimentares e similares. Com base na California, claro está que por vezes o que é considerado medicamento não corresponde exactamente ao que é considerado por cá.

Um dos problemas que os mais amigos do comércio electrónico  já podem estar a ponderar é o facto da loja estar nos Estados Unidos e daí uma série de duvidas com a alfândega. Quando experimentei a loja pela primeira vez investiguei um pouco sobre essa questão e encontrei uma pauta aduaneira que refere explicitamente que os suplementos alimentares estão isentos de qualquer taxa ou imposto até ao limite de 200€.
Claro que estas questões de importação são sempre um mistério para o cidadão comum sendo que a regulamentação está sempre a variar e entrarem e a saírem coisas das pautas aduaneiras, pelo que é impossível saber se todos os produtos estão de facto isentos. O que vos posso garantir é que dos vários produtos que já mandei vir, só paguei os portes, sendo-me sempre entregue, no máximo em 10 dias úteis, sem qualquer encargo adicional.
A embalagem tem todos os códigos em evidencia pelo que a alfandega seguramente estará a validar se os produtos em causa estão abrangidos pela isenção.

Já fiz mais de meia dúzia de encomendas, todas com sucesso. Os preços são excelentes, muito mais baratos do que por cá. Os produtos são de marcas conceituadas embora desconhecidas. É outra realidade. Podem sempre usar o feedback de outros clientes para validarem se os produtos correspondem ao que pretendem.

O preço dos portes é de $4USD por embalagem (menos de 3€), sendo que em cada embalagem podem vir até $80USD (56€) de produtos no máximo e menos de 1,3Kg.

O que é já testei dali? Batidos substitutos de refeição. Uma refeição nutritiva por alguns centimos... Bom para gordos e tesos ou ambos. Glucosamina, Vitamina D, L-Carnitine, cremes para a dama, produtos para o acne, etc.

Agora já sabem onde comprar suplementos alimentares de qualidade a um preço que nunca viram. E com portes grátis é aproveitar ao máximo.

Usem o código PIR717 e terão um desconto de $5USD na vossa primeira encomenda. Os portes são muito baratos. Nunca excedam os 50€ por encomenda. É um conselho. Se precisarem de encomendar mais de 50€ dividam por mais do que uma encomenda.

terça-feira, 8 de março de 2011

6 de Março - Inesquecível Trail Convívio em Barrancos



Este fim de semana foi uma feliz conjugação de vários factores. Desde logo o desafio lançado na Laminha para o Francisco organizar uma coisa ali por Barrancos. Depois o Francisco que organizou uma coisa ali por Barrancos. Depois o Ricardo e o José Magro que começaram logo a combinar que íamos todos. Depois o facto ter termos mesmo ido todos. Desprezando uma emblemática prova em Cascais, que vos digo sinceramente e cada vez mais, foi o que menos me custou.

Tudo combinado e arranjado lá nos fizemos á estrada. Nunca tinha ido a Barrancos. Quem já foi a Barrancos? 
É por isso que Barrancos é como é. Não está a caminho de nada e é precio ir lá de propósito. E desta vez tínhamos um propósito. A expectativa era gigantesca desde que vi as fotos do Francisco no facebook. Que maravilha de natureza nos esperava. Um colega meu também já tinha andado ali para os lados do castelo de Noudar e eu já tinha explorado virtualmente a área. Até já estivemos para ir passar um fim de ano no monte de Coitadinha… no mais profundo Alentejo. Portanto sabia ao que ia.

Chegámos a Barrancos e encontrámos toda a gente, quase por magia. Na praça principal, onde fazem os touros de morte, decorria um casamento. Foi tempo de tomar uma mine, esperar mais um pouco e seguimos para o jantar. Nas instalações da escola básica tivemos um mega jantar de convívio. Bem regado e animado, com tão ilustres companheiros a conversa girava obviamente em torno das grandes provas de trail. Uma delícia para os ouvidos de maçaricos aprendizes. Não posso deixar de referir o licor de chocolate branco com gengibre, produção da Paula. Vou ter de ficar à espera de uma oportunidade para adquirir uma garrafinhas deste surpreendente néctar.

Infelizmente, devido ao tempo instável e ao frio que apareceu esta semana não fomos dormir ao Castelo de Noudar como inicialmente pensado. Foi uma pena. Tinha adorado a experiência. Mas face ao frio e ao possível mau tempo o Francisco fez bem  em mudar o hotel para o pavilhão gimno-desportivo da vila. Dormimos descansados sendo que ainda caiu uma carga de água durante a noite.

O dia acordou muito bonito e prometia ser nosso amigo. Fomos para o Castelo de onde iria ser a partida. Uma voltinha para apreciar o fantástico Castelo de Noudar. O local é magnífico, com vistas deslumbrantes. O castelo está relativamente bem conservado e é possível subir à torre para desfrutar de paisagens que nunca mais se esquecem. O rio Ardila e a ribeira de Murtega serpenteiam entre montes sem fim criando a ilusão de estarmo rodeados de vários rios. Uma maravilha. Fotos e mais fotos e siga que se faz tarde.


Nota: vejam todos os filmes no youtube em full screen para desfrutarem das paisagens em formato HD.


Descemos até um vale verdinho, tudo é verdinho por ali, e subimos a um cerro perto para voltarmos a descer e encontrarmos a ribeira de Murtega. Os cheiros enchem-nos o espírito. As estevas, o funcho, tudo de mistura numa poção que eu ficava ali a saborear sem mais nada para fazer. Fica para outra oportunidade mais calma. 
Corríamos livres por prados de relva verdejante que nos ensopava os pés. Sem fitas e sem preocupações que não fossem desfrutar da paisagem, dos amigos na galhofa e tirar muitas todos. Saltávamos cancelas ou rastejávamos por baixo do arame farpado. 

O plano era agora voltar ao Castelo pela ribeira. A encosta do rio ficava cada vez mais íngreme e escarpada. Logo logo a corrida se transformou em escalada. Progredíamos com enorme cuidado. As lajes de xisto húmidas e com limos não admitiam brincadeiras. A malta adorava a dificuldade. Apareciam as primeiras comparações e elogios ao traçado do Francisco. Brincava-se com o facto de outras provas bem conhecidas da nossa praça serem para meninos e aquilo sim, é que era dureza. Às tantas era tempo de abandonar o rio e escalar a íngreme encosta até tomarmos o Castelo novamente. Demorámos mais de 1 hora nestes primeiros Kms, tal a dureza do percurso. Cá em cima felizes e cansados esperámos pelo Prudêncio que não se sentia muito à vontade naquele “terreno”.

Contornámos o Castelo por trás e descemos agora a encosta para Este em busca do Rio Ardila. Com passagem por um moinho de rio seguimos depois ao longo do rio numa zona bem desafogada. 

Finalmente corrida mas num terreno bem irregular. Ao fim de uns kms a minha lesão na coxa começou a queixar-se. Felizmente abandonámos a rio e subimos até á estrada, ou seja oportunidade para descansar um pouco J
Iamos deixar o Prudèncio no caminho mais directo para o Castelo. Estávamos agora com cerca de 2h30m. O Ricardo que se ia a queixar da perna desde o início e o José Magro aproveitaram e fizeram companhia ao Prudêncio regressando mais cedo para Barrancos.
Sem o Prudêncio temi que passasse a ser eu o coxo de serviço a atrasar o pessoal. A minha coxa pedia-me para ir com eles já para Barrancos. A meu cérebro dizia-me nem penses. Fiquei ali indeciso por uns momentos até porque não estava à espera que o Zé e o Ricardo também quisessem ir…. O cérebro ganhou. E lá seguimos e voltámos a descer para o rio. Em breve o cenário iria repeteir-se: o vale começava a estreitar, a margem do rio começava a desaparecer e a única hipótese de progredir era por zonas de escarpa. Não aconselhável a gente nervosa ou com vertigens.

Ora subíamos aos cerros de onde desfrutávamos de vistas espectaculares, ora descíamos até ao rio desbravando trilhos e inventando acessos. Navegávamos à vista e decidíamos as melhores estratégias de progressão. O Francisco avisava-nos que não tinha ido por ali mas podíamos tentar…. E tentávamos. 
Estávamos em sítios fantásticos, inacessíveis por outros meios que não aqueles que usámos. O silencio era interrompido apenas por alguns pássaros e o ligeiro fluir do rio. Que magnífica natureza que pudemos desfrutar.

A hora do almoço começava a ficar severamente em risco. Progredíamos com muita dificuldade. O Carlos era agora o elemento mais lento e não se sentia minimamente á vontade naqueles “terrenos”.

Enquanto esperávamos que o Carlos conseguisse ultrapassar o obstáculo que era aquela descida desfrutávamos da calma mágica daquele lugar.


Quando finalmente transpusemos a parte mais difícil do Rio estávamos com 18 Km’s, a 6, no mínimo, da ponte que inicia o trajecto para o Castelo de Noudar. Sendo que daí eram mais 3 Kms até Barrancos. Dado o adiantar da hora começamos a tentar atalhar ao máximo, tendo mesmo regressado ao estradão nos últimos Kms. Ainda passámos por uma lindíssima lagoa onde decorria um concurso de pesca, corremos com vacas solidárias que fizeram 100 metros a correr connosco e trepámos os 2 ultimos cerros para conquistar Barrancos. 

Eu estava moído dos pés à cabeça. Mas ainda tive força para fazer os últimos 2 kms com dignidade e chegar junto com os gurus. Já não sabia se me doía mais a minha lesão, ou se o dedo negro que ganhei num tropeção algures por ali. Na duvida subi aqueles últimos Kms a correr e juntei-me a eles.
Era tempo da ultima logística, banho, buscar os carros que tinham ficado no Castelo e almoço no monte do Fernando onde nos aguardava uma dose maciça, pornográfica mesmo, dos mais magníficos enchidos e carnucha de porco preto. Que festim. Mesa posta no alpendre, uma mesa cheia das melhores iguarias que vocês possam imaginar e mais além, muito mais além, amigos, vinho, cerveja, medronho. Não é possível imaginar melhor recompensa para um dia que já de si tinha sido de arrasar.

Ficou uma vontade enorme de voltar a desfrutar da simpatia e do ambiente familiar em que o Francisco nos recebeu. Ficou uma inveja enorme por uma qualidade de vida impressionante que se tem por ali. Mas trouxe novos amigos, trouxe a melhor e mais dura “prova” de trail que já fiz. Mesmo após ter feito esta pequena descrição, digo-vos que não tenho palavras para descrever este fim de semana.
Amigos, eu sou maçarico nestas coisas e portanto a minha opinião vale o que vale, mas digo-vos que este fim de semana teve entrada directa para o TOP. Só espero que o possa ultrapassar vezes sem conta na vossa companhia.

Se quiserem ver todas as minhas fotos sigam este link. Quando houver mais fotos disponíveis actualizo.

Também fiz o habitual track + fotos georeferencidas que podem consultar aqui. Sigam o track e vejam onde cada foto foi tirada.

Se preferirem ver no Google Earth vejam antes neste link.

Dedico esta crónica ao Francisco Bossa e a toda a sua família pela dedicação e hospitalidade com que nos receberam em sua casa. 

4 de Março - 4º Treino Lunar

Desta vez houve uma inovação nos Treinos Lunares. Por intermédio do João Cunha preparámos em, relativo, segredo uma pequena aula introdutória de Yoga. Era a surpresa da noite. Para além do facto de ser Carnaval e ter havido quase meia dúzia de atletas que se lembraram da data e fizeram questão de a deixar na história deste treino carnavalesco.

Assim lá cumprimos a tradição Lunar. De véspera uma fornada de bolos energéticos foi processada. Por volta das 20h seguimos para o Treino. Eu a Dora com umas belas cabeleiras surpreendemos o pessoal que não se lembrou que estávamos em pleno Carnaval. Ou então que pura e simplesmente não liga a essa tradição. Não os censuro. Eu próprio não ligo a isso. Mas desta vez achei que ia ser surpreendente e assim foi. Ainda fui ao facebook lembrar o pessoal que estávamos na época do Carnaval mas pelo vistos ninguém, ou quase, reparou.

Lá conseguimos reunir 31 malucos que persistem em fazer o seu treino na praia à noite. Há pessoas que manifestam alguma tristeza por sermos poucos ou por sermos menos. Eu não partilho dessa opinião. Para mim trata-se já de um reunião de amigos e não se contam amigos. Os amigos que podem estar presentes estão, e pronto. Os dias do evento vão avançando ao longo da semana. Isso é bom e mau. Pode fazer com que algumas pessoas não possam vir nalguns dias mas outros só poderão vir nesses dias. Também fazer sempre no mesmo dia da semana acaba por criar uma certa rotina que vai contra o espírito da iniciativa. Há quem alimente a esperança que com o bom tempo é que vamos ser muitos, ou quando chegar a primavera, ou outra coisa qualquer. Logo se verá.
Assim é mais democrático e dá mais oportunidades a todos de participarem. Venham quando e se puderem . Senão venham ao próximo. O meu lema é sempre o mesmo, se formos 2 já vou. No final comemos umas barritas ou uns bolos energéticos e está feito o treino.

Mas por enquanto somos mais que 2 e o núcleo duro não desiste de estar presente. A Sport Life até nos fez o favor de divulgar o evento mas usou um link pouco recomendável para o fazer pelo que o retorno para o evento foi nulo. Ninguém se vai dar ao trabalho de escrever o endereço que está na revista e mesmo quem o faça dificilmente irá acertar na coisa e desiste ao fim do segundo 404 not found.

Mas desta vez uma surpresa nos aguardava. O centro de yoga da Costa da Caparica foi dar-nos uma aula de Yoga. Eu não percebo nada de Yoga e simplesmente abri o espírito para receber alguns dos ensinamentos que a professora nos transmitiu. Também pensava, como muitos diziam, que Yoga não fazia sentido antes de correr. Puro engano. O Yoga tem a capacidade de nos energizar e preparar para uma prova. A “aula” que tivemos centrou-se precisamente nalguns exercícios específicos para esse fim. E o certo é que quem se aplicou nos exercícios rapidamente ficou sem frio. Porque aquelas posições fazem mesmo trabalhar os nossos músculos e trabalham a nossa flexibilidade, uma área sempre descurada por quem só faz corrida. Todas as explicações que a professora nos transmitiu foram muito uties, fizeram imenso sentido e gostei muito do meu contacto com o Yoga. Uma coisa a explorar sem duvida.

Bem quentinhos e cheios de energia lá partimos para mais um. Desta vez com algum atraso mas sendo uma 6ª feira não era grave. O meu treino foi muito lento e calmo, não por causa do Yoga mas porque não queria forçar muito a perna. No dia seguinte ia rumar a Barrancos para 35Km de trail por montes e vales. Há que poupar o material.

Assim fizemos apenas 1 hora. Regressámos mais cedo e ajudámos a montar o arraial. O costume. A D. Leonor excedeu-se novamente e trouxe uma quiche de atum acabada de sair do forno, um pão caseiro delicioso e o famoso arroz doce. A Guida fez uma bola, alguem trouxe umas tranças cheias de creme, muita fruta, um pão de ló, etc. Para além do tinto e outras bebidas menos alcoólicas. 



A habitual cavaqueira e desta vez fomos ficando até à meia-noite. Poucos mas bons. 


Obrigado amigos. Espero que se tenham divertido, aproveitado bem o treino e desfrutado do yoga. Resta saber como vai ser o próximo. Na véspera da meia maratona de Lisboa num Sábado à noite... 
Sabem que mais? Eu vou! Até dia 19 de Março. Treinem bem.

terça-feira, 1 de março de 2011

27 de Fevereiro - 2º Trail Terras do Sicó


Pela 2ª vez lá fomos ao Sicó. Se não se lembram como foi a 1ª podem ser ler a crónica aqui.
Tal como da outra vez saímos na véspera para um fim de semana de passeio pela região. Depois de um leitão em Miranda do Corvo rumámos a Gondramaz onde fui mostrar uma das inúmeras cascatas. Um cheirinho a Abutres. Para além do resto da família, acompanhava-nos também a família do Luis. A Dora e o Luis iam estriar-se nos trails. E logo numa prova de 15Km. Isto prometia.

Ao final da tarde passámos pelo pavilhão para reencontrar os amigos da corrida. Grande animação. Por ali estivemos um pouco até que chegou a hora da janta e tínhamos de ir tomar posse administrativa das instalações que tínhamos escolhido para este ano: o café Pariz em Campizes (a 4km de Condeixa).

Um belo jantarinho de enguias fritas serviu para fechar a noite. Os quartos numa vivenda anexa cumpriram a sua função e por um preço ainda mais em conta que a pensão do ano passado não se podia pedir muito mais.

A simpatia e a genuinidade são as principais características deste local, bem como a comida com um sabor caseiro.

Dormimos bem, numa tranquilidade total, de tal maneira que só de manhã na casa de banho dei pela existência do relógio da igreja, daqueles que toca o avé maria de hora a hora. Um pequeno almoço no café com a aldeia ainda no 3º sono e lá nos dirigimos para Condeixa enquanto quem não ia correr ficou a dormir até ás tantas.

5 minutos é o que se demora a fazer o percurso até Condeixa. Carro estacionado junto ao pavilhão e siga para a partida.


Tanta gente conhecida. O ambiente era fantástico. Deixei-me ficar bem cá para trás. Ia fazer a prova ao ralenti. A praça estava completamente cheia de gente. E com alguns minutos de atraso lá seguimos. Percurso inicial idêntico ao do ano passado mas ao fim de 4 Km’s divergimos e começámos a saborear as maldades que tinham preparado para nós. Não vou fazer um relato detalhado do percurso até porque não conheço os locais e isso já foi feito no fórum do mundo da corrida por quem sabe, com fotos e tudo.






Fiz a prova quase sempre com o Paulo Mota, o que ajuda bastante à diversão. Vamos sempre na galhofa e é um enorme prazer fazer as provas assim. Na 1ª subida comecei logo a sentir a minha amiga dôr na nádega e o Paulo subia a escadaria de pedras com uma ligeireza que eu não conseguia acompanhar. Depois na descida descolou e acabei por fazer até perto dos 15 Kma sozinho. Foi talvez também a parte mais chata pois após este monte inicial andámos por ali a atravessar vales. Aí já tinha colado novamente ao Paulo e começo a ver o José Fernandes e a Pintas um pouco mais á frente. Nesse abastecimento comi alguns queijos, e não foi a melhor ideia. Após recomeçar a correr o fígado começou a fazer ouvir a sua indignação. Na cabeça também ouvia o Orlando na véspera a dizer isso mesmo. Lição aprendida.


Momento fantástico o pequeno trilho que bordejava o cimo de um monte, depois mais uma descida violenta, à pedrada, tal como muitas outras. No chão um companheiro vitima de um entorse mas já estava á espera que chegassem os bombeiros.  Às tantas já não largo mais a Pintas e o José Fernandes. O Paulo descolou um pouco a partir do Km 25 e ficou com a Célia. Eu não queria deixar de chegar com a Pintas.

Ia folgado mas com a limitação que tenho e com a Maratona de Paris à espera não vale a pena esticar mais que a conta. Deixei-me ficar com eles e foi com grande satisfação que cortámos a meta. Connosco vinha também o Tiago que vinha já com enormes dificuldades com os joelhos. Mas para ele esta era uma grande vitória. Percebi quando me disse que tinha chegado aos 92Kg e depois deu-lhe um clique e agora estava ali. Com um aspecto fantástico diga-se.

A pintas a abastecer o camelbak


Na meta esperavam já por mim a Dora  e o Luis que tinham feito uma óptima prova. Como primeira experiência de trail, mesmo que mini, foi com certeza uma experiência fantástica. A Dora hoje estava um bocado empenada mas a satisfação de ter terminado a prova, acho que supera largamente o empeno. Eu também estou feliz por ela ter superado a sua auto imposta limitação de 10Km. O Luis está a caminho de me fazer companhia um destes dias. Parabéns aos 2.

Era tempo de regressar a Campizes onde um recuperador banho e um descansado almoço nos esperava. Foi uma boa opção. Um excelente polvo à Lagareiro e umas deliciosas francesinhas para os míudos ajudaram à recuperação. Era tempo de meter no carro e despedir do Sicó.

Em termos de apreciação geral o Mundo da Corrida superou-se mais uma vez. A organização escalou perfeitamente. Não tenho presentes os números mas as participações devem ter duplicado. A mudança do local da partida foi uma óptima ideia. Achei a prova bem marcada. Felizmente não demos pela maldade que fizeram nas marcações porque quando lá chegámos já devia estar corrigida. 
Nunca tive duvidas, não falhámos nenhuma fita e ainda corrigimos outros atletas que iam a subir o monte pela estrada quando era para amarinhar pelos calhaus.
Porque as comparações são inevitáveis a serra do Sicó tem uma beleza distinta da serra da Lousã. Até custa a crer que estando ali tão perto uma da outra sejam tão diferentes. No entanto creio que espremeram bem o que o Sicó tem para dar. Gostei mais da dureza acrescida deste ano e de alguns single tracks que incluiram. Não gostei muito da pedrada. Tanta pedra, tanta pedra, mas é uma das características do Sicó.

Algumas fotos mais aqui.

Em termos gerais foi mais um fim de semana fantástico na companhia de muitos amigos.

O próximo vai ser ainda melhor…