terça-feira, 23 de novembro de 2010

21 de Novembro - Grande Prémio ARCD Mendiga

Ao fim de 45 anos foi tempo de inovar. Nunca comemorei um aniversário assim. Levantar cedo, meter no carro em direcção à Mendiga, em plena Serra de Aire, para correr 16Km. Ahhh, saudável maluqueira. Com a família e amigos lá nos metemos todos ao caminho. O dia ameaçava alguma chuva mas era mais o sol que as nuvens negras de aguaceiros. Em Santarém abandona-se a A1 e lá vamos por vales de paisagens bem bonitas até que já não há alternativa senão subir a ladeira até chegarmos à Mendiga. Uma estreia para mim esta prova simpática que se realiza num sopé a cerca de 300 metros de altitude. Embora em plena Serra de Aire a prova é relativamente plana e com declives muito pouco acentuados. 

O Luis e a Dora iam para a caminhada e eu para a prova principal. Chegada e reencontro com a equipa sem problemas. Participação relativamente interessante da equipa. Prova com bastantes atletas (454 chegaram ao fim). Do lado da organização, desde que chegámos que os grelhadores enchiam o ar de carne no carvão. 

Lá partimos para um percurso simples. Estrada fora fomos a Serro Ventoso, a cerca de 8Km, e voltámos à meta. Desde a maratona do Porto que tenho andado a descansar mais do que a treinar, mas ainda estou num bom pico de forma porque me ia a sentir muito bem e com um ritmo relativamente elevado. Para mim abaixo dos 4m30s/Km de forma sustentada significa uma boa forma. A parte pior foi na aproximação ao ponto de retorno. Uma daquelas nuvens bem negras veio cumprimentar-nos. Chuva grossa gelada e um vento forte fustigaram-nos durante uns 3 Kms. Mas ao voltarmos para trás e agora com o vento a favor e o sol a aquecer-nos a alma foi tudo bem mais fácil. Consegui apanhar o meu companheiro Bernardino. 30 anos nos separam e nunca tinha conseguido chegar-me perto dele. É muito andamento para mim. Mas desta vez ia bem. Apanhei-o e senti que podia ter prosseguido. Estávamos então a 4m20s e sentia-me francamente bem. Mas fui ficando por ali. Fomos falando um pouco sobre a fantástica forma dele e como eu também gostaria de chegar aos 75 anos a fazer meias maratonas com pouco mais de 1h30m... Decidi que era uma excelente forma de comemorar os meus 45 anos. Cortar a meta ao lado dele. Até porque pela 1ª vez tinha conseguido correr ao seu nível. E desta vez tinha a equipa de reportagem familiar na meta. Claro que não deixaram escapar o boneco. Muito bom momento desportivo, um dos mais altos da minha carreira. Obrigado Bernardino, muitos e bons Kms por muitos e muitos anos.


Após a prova veio o momento menos bom do dia. De repente a água nos balneários foi-se. Não sei o que terá acontecido. Tive de improvisar com um fio de água gelada num lavatório... brrrr...
Ultrapassado esse momento e com meio banho tomado, desta vez não ficámos para o tradicional almoço. Estávamos perto do Solar dos Amigos e do seu polvo na telha. E em dia de aniversário era preciso ir comemorar a coisa com um pouco mais de força :) Para variar continua em força e valeu bem o passeio.

O track está disponível e os tempos estão neste link. Para a semana é conquistar o Castelo de Palmela, beber uns moscatéis e comer um peixinho. Apareçam que já sabem do que é que eu estou a falar!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

14 de Novembro - Trilhos de Casainhos

Foi uma semana de descanso, merecido diga-se. Um ou outro treino apenas para ver se tinham ficado algumas mazelas e de resto sopas e descanso.  De modo que este ano a Nazaré ficou a ver navios. Precisava de qualquer coisa aqui mais perto de casa só para desentorpecer as pernas. E no calendário do Carlos Fonseca lá estavam os trilhos de Casainhos (2ª edição). Bom, sobreviver à 1ª já é sinal de alguma teimosia que merece o nosso apoio.

A Dora que tinha estado a semana inteira a tentar livrar-se de uma carraspana teve uma recaída forte no Sábado de modo que só restei eu e o Luis. E lá fomos. Casainhos é a seguir a Loures, a caminho de Bucelas, e depois de Loures começa-se a perceber o que lá vem. Ventoinhas e montes. Fomos bem recebidos embora com alguma desorganização nas inscrições. Mas a vontade é muito superior a esses precalços e também ao número de atletas. Na partida devíamos ser uns 50, mal medidos. Mas acho que o ano passado eram 20 e poucos. Mais parecia uma prova familiar.

Mas dada a partida tudo isso se torna irrelevante. O pessoal da frente desaparece monte acima e o resto lá vai gerindo a coisa. As pernas muito presas, o piso ora com muita pedra ora com muita lama devido à chuvada da véspera. A vista muito bonita. De um lado o Tejo ao longe, do outro Bucelas lá em baixo. Os aero-geradores rodavam calmamente. Estava um dia simpático e a chuva não apareceu. Entre o sobe o desce e a conversa com o Paulo das Lebres do Sado e mais um companheiro de Casainhos a coisa lá chegou ao final.

Seguiu-se um almoço competente, oferecido pelo clube, que decorreu sem qualquer percalço. É de louvar o espírito deste clube. Com tão poucos meios mas muita boa vontade e apoio local a prova estava bem marcada, os escuteiros apoiavam nos cruzamentos, na distribuição de água e tudo decorreu como as provas dos grandes. Até chip havia com um equipamento mais rudimentar mas pelos vistos funcional (embora a lista de classificações não esteja no site). Por falar nisso a meio da prova comecei a pensar que era engraçado a dedicação de um clube que, com tão poucas inscrições até tinha um tapete, chips, etc. quando me lembrei que o chip tinha ficado no carro :) por isso me ia a sentir tão leve. Não havia problema, quando chegasse, o Luis devia estar por ali e pedia-lhe o chip antes de cruzar a meta. Nem foi preciso porque ele já tinha dado por isso. Assim ainda antes de entrar no estádio (leia-se campo da bola) o Luis passou-me o chip. Se houvesse uma foto da chegada havia de ser uma linda figura a correr agachado com o chip junto ao tapete :)

Ficou uma manhã de Domingo bem passada, nem foi preciso acordar muito cedo, voltámos para casa já de barriga cheia e demos por bem empregue a viagem a Casainhos. Obrigado e continuem. Têm aí uma prova  simpática, ideal para quem quer experimentar a corrida fora de estrada. A ver se para o ano vos faço uma nova visita.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

7 de Novembro - Maratona do Porto



E pimba! Já cá mora mais uma. Mas comecemos pelo princípio. Esta maratona tinha vários objectivos. A saber e por ordem de importância:

1 - Passar um fim se semana divertido com amigos e família no Porto;
2 - Fazer a viagem no Alfa;
3 - Terminar a minha 2ª maratona;
4 - Melhorar o tempo da maratona de Lisboa (3h43m).

Desta vez descarreguei e segui, desde Agosto, um plano de treinos para 3h30. Um pouco mais exigente é um facto, mas dado que em Lisboa tinha feito 3h43, não ia treinar para 3h45. Portanto por mais que suspeitasse que 3h30 não era uma marca ao meu alcance, teria obrigatoriamente de seguir esse plano.

Na 6ª à noite, mesmo antes de ir dormir (só para terem uma ideia do nível de planeamento e sofisticação da coisa) estive a olhar para os tempos por km da maratona de Lisboa, passei tudo para um Excel, simulei, experimentei e concluí que era impossível fazer 3h30m. 3h30 são sensivelmente 5m/km durante os 42 Km! Não tenho essa capacidade. Talvez numa meia. Mas numa maratona....

Então olhando para o Excel (que nem é um Excel porque uso e recomendo o Open Office :) delineei uma estratégia que me iria permitir fazer entre 3h35m e 3h40m. Na altura fiquei a olhar para a folha de cálculo a pensar, 3h40m., raios isto são apenas menos 3m do que Lisboa.
Mas ao mesmo tempo 3m são 3m e só dá valor a estas diferenças quem anda nestas vidas. Portanto a estratégia passava por fazer os primeiros 8 Kms a 4m50s, depois aguentar o máximo a 5m e acabar o que sobrasse a 5m20s. Não se esqueçam que tinha os tempos da minha maratona anterior como referência.
Isto iria dar no mínimo 3h35m e no máximo... no máximo logo se via.

De qualquer forma não ia ser um escravo de tempos. Aliás tornei a levar a máquina fotográfica e lá fui fazendo a reportagem possível. O tempo é para mim um aspecto secundário.

Sábado lá zarpámos para Entrecampos onde apanhámos o Alfa. Só se ouvem coisas boas deste comboio e não me arrependi de dar uns (bons) cobres à CP para ir de comboio. Claro que para 4 pessoas irem ao porto no Alfa não compensa nada. 1 sim, 2 talvez, o resto é lucro da CP. O unico aspecto positivo é o conforto, o descanso e a viagem de regresso, após a maratona, no relax total. O Alfa é de facto excelente. O único senão é não conseguir ter uma velocidade sustentada por volta dos 200 Km/h. Os momentos em que atinge os 220 Km/h são poucos e depois lá vai ali nos 140-170, tirando as excepções em que vai mesmo devagar. De qualquer forma valeu a viagem. Gosto imenso de combóios e foi também uma experiência fantástica para as míudas. A CP marcou pontos para a geração seguinte. Oxalá haja CP na geração seguinte. Arranjei-lhes 2 clientes.

Chegados ao Porto outra boa surpresa. O Metro do Porto é porreiro pá. Depois de deixarmos as malas no simpático, central e em conta, Hotel S. José, mesmo ao lado da rua de Sta, Catarina e à beira do Bolhão (e da respectiva estação de metro), lá fomos levantar os dorsais e almoçar a Pasta Party. À noite uma bela de uma francesinha no Capa Negra e tivemos de recolher aos aposentos cedo porque as perninhas já estavam a pedir descanso. O Metro foi um bom companheiro e gastámos bem o passe diários que comprámos.

Domingo 7h45. Pequeno almoço light que a partida era às 9h. Vá mais uma viagem de metro para a partida. A chuva molha parvos teimava em cair. Muita gente. Boa organização. Café e chá à disposição. Bom toque. Um cafezinho, muito bom, a 5 minutos da partida. Ahhhh!!!

Venham lá esses 42195
Partida. Mais uma maratona. Estava totalmente em paz e nada ansioso. O truque foi encarar a prova não como 42Km mas sim como uma prova de 10Km que afinal era uma meia que depois teria de ir aos 30 e a partir daí se me tivesse portado bem e feito os trabalhos de casa, tinha de conseguir chegar á meta, até porque ali junto ao Douro não há Metro.

Bela moldura humana. Muito muito muito espanhol. Logo a seguir à partida uma subida ingreme leva-nos à rotunda da Boavista, e a partir daí esperavam-nos 7 Km de descida suave. É uma fase muito importante pois permite aquecer bem os músculos enquanto descemos em direcção ao mar. Aproveitámos para rolar em 4h50m sem grandes dificuldades. O Sérgio que se tinha isolado lá mais à frente acabou por ser apanhado, mas reduzimos para os 5m e deixámos outra vez de o ver durante muito tempo. Seguíamos, eu e o Rogério, nos 5m num grupo castiço de pessoal na brincadeira e o tempo ia passando sem grande problemas. O creme de aquecimento que o Zé Alves me tinha posto nos joelhos começava a fazer-se sentir. E de que maneira. Bolas que aquilo estava a deixar-me os joelhos em brasa. Não sabia se aquilo me estava a fazer bem ou mal, mas lá me convenci que devia ser bom. Também não havia nada a fazer. E então quando o sol abria em força, parecia que os joelhos iam incendiar-se.

Eu lá seguia feliz, a tirar fotografias e mais fotografias. A chuva tinha desaparecido, o sol brilhava no meio das poucas nuvens. E a máquina não parava no bolso. Tal como no Alqueva testei o conceito de ir a tirar fotos durante a prova. É um bom exercício contra a monotonia. Nem todas ficaram bem e apaguei muitas tremidas. Algumas poucas ficaram excelentes. Espero que vos permita reviver o momento, para quem foi, e ter uma ideia do que é a prova, para quem não conhece. Mais abaixo podem ver o percurso com as fotos no Google Maps ou no Google Earth (preferível para quem tiver instalado).
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Era tempo de passar a Ponte D. Maria para Gaia e dirigir-mo-nos para o ponto de regresso aos 21 Km. Estava a conseguir manter os 5m/km, ou perto disso e estávamos quase a fazer meia maratona. O plano estava a ser cumprido. Regresso à ponte D. Maria para passarmos para o lado do Porto de novo. Aí comecei a ver que o Rogério não estava a conseguir manter o ritmo e estava a ficar para trás. Ainda mais atrás vinha o Reis e segui descansado pois ele iria seguir com o Reis ou receber algum apoio se fosse preciso.

Eu estava a sentir-me bem e estava fora de questão abrandar ou ir lá atrás falar com ele. Apenas porque estava certinho no meu ritmo e poderia estragar tudo se abrandasse. Não dá para abrandar. Até porque estava apenas a meio e tão preocupado como os demais com o que ainda estava para vir.

Depois de passar de novo para o Porto ainda tivemos de fazer mais umas pontes antes de voltarmos para trás. Estávamos no Km 26 até ao 28 Km e picos foi tempo de começar a cruzar com pessoal mais acelerado . Alguns companheiros surpreenderam-me pois levavam um bom avanço sobre mim. Eu olhava para o relógio e via que o meu ritmo cardíaco ia estranhamente baixo e continuava a conseguir rolar nos 5m. Impressionante! Às tantas começo a ver o Sérgio ao longe. O que se estaria a passar? Não pensava que o voltasse a ver, mas ele estava logo ali. E aproximava-se a passos largos. Quando passei por ele perguntei-lhe se estava tudo bem. Não estava obviamente. Em condições normais eu não conseguiria aproxima-me e ultrapassar o Sérgio com tanta facilidade. Respondeu-me "mais ou menos". Naquelas alturas pouco dá para fazer. O fòlego é pouco, conversas só cansam mais. Ficar por ali poderia dar cabo de mim ou colocar ainda mais pressão nele. Pouco mais pude fazer do que esboçar-lhe um "força, está quase" e manter o meu ritmo. Eu próprio já estava a ficar em piloto automático...

A minha sina de seguir sozinho estava a revelar-se novamente. Estava então por volta do Km 30 e naturalmente o ritmo ia começar a degradar-se. Já começava a sonhar com o Castelo do Queijo e com o Km 40... mas ainda era um sonho muito longínquo.  O ritmo variava agora entre os 5 e os 5m15s. Por um lado ir mais devagar era penoso e acelerar um pouco até sabia bem. Mas já não havia força para manter um ritmo vivo sustentado. Mas foi só no Km 36 que comecei de facto a penar e a ver o Castelo do Queijo ao longe que nunca mais chegava. Nesta fase passei pela ultima pessoa conhecida que tinha cruzado e que ia bem mais à frente e que não imaginei ser possível ultrapassar. Até porque pensava que estivesse bem mais preparada do que eu, mas ia a passo. Só tive tempo para um breve "força estamos quase lá". Devo-lhe ter dado mesmo força, porque ao consultar os tempos finais vi que fez só mais alguns minutos do que eu. Ahhh! Nada como um bom incentivo :)

Durante algum tempo ainda tive de lutar contra o vento que surgiu de repente. Obrigadinho pá. Estavas mesmo a fazer falta. Não se arranja antes aí uma chuvinha?

E o Queijo lá foi conquistado. Raio do Queijo! Claro que antes de subir a Boavista ainda foi preciso ir à rotunda seguinte ver novamente o camaroeiro gigante antes de voltar para a recta da meta. A 2 Km da meta já pouco importa se estamos a subir, a patinar ou a escalar. Todos os meses de preparação e a dedicação que tivemos estão ali à distância de uma unha negra. Vamos conseguir vencer mais uma. Muita gente da organização, e não só, está espalhada pela avenida abaixo e incentiva o pessoal (como se fosse preciso) mas sabe bem na mesma. O cheiro a meta é já insuportável. Antes mesmo de curvar para a meta (que não fica na avenida mas sim 50 metros para dentro, encontro o que vinha à procura já há uns tempos no meio de tanta gente: um grupo de malucas a festejar no cimo de um palanque, retribuo efusivamente e sigo para a meta que corto com 3h36m. 7 minutos menos que em Lisboa há quase um ano. Já não soube obviamente ao mesmo, claro. Mas é sempre um sabor de vitória imenso. Tanta coisa que podia ter corrido mal desde Agosto. Tanto investimento. Mas isto é como tudo: a conjugação de dedicação, investimento, uma pitada de casmurrice, 2 colheres de maluqueira, tudo nas proporções correctas e sai uma maratona bem feitinha, sem lesões, sem frustrações e com um óptimo sabor. Consumir bem quente e de preferência regar com uma barraquinha de imperial geladérrima. Que néctar dos deuses e que ideia fantástica. Imperial a gastar para maratonistas. YES!

Tal como nos trilhos do Alqueva deixo-vos com o trilho e as fotos que tirei durante a prova (85) no Google Maps (qualquer browser dá) ou no Google Earth (tem de estar instalado). Vejam lá se não parece mesmo que estiveram lá?

Foi com agrado que soube que esta é agora a maior maratona de Portugal. Por uma unha negra em numero de atletas que terminaram, é um facto: 1180 no Porto contra 1153 em Lisboa (lolol) mas isso é pouco importante. Até porque deve haver outros critérios e cada um puxa a brasa à sua sardinha. Mas a concorrência, desde que saudável, só faz é bem. Vamos ver se Lisboa consegue superar-se e assumir de novo a liderança. O ano passado estiveram mal nalguns aspectos, desde logo a vergonha com a Pasta Party que era só para estrangeiros. Palermas! Valerá a pena poupar uns fios de massa e uma colher de carne picada, causando a indignação dos atletas nacionais? Sovinice ou Visão Estratégica? A ver vamos.

O Porto merece ter uma prova destas e espero voltar, mais cedo do que tarde. Um abraço ao Rogério pela sua 1ª maratona e porque foi quem lançou o desafio em Abril, prontamente aceite por mim, para irmos ao Porto. Ao Sérgio que embora não seja um cliente assíduo destas andanças também meteu na cabeça que estava na hora de ir testar e superar os seus próprios limites. Eu não sei se me atrevia a uma incursão de igual calibre, em 2 rodas, safa! Que o facto de não ter corrido exactamente como pretendiam que vos sirva de incentivo para a 2ª. Obrigado pela vossa companhia. Quanto a mim já se sabe que não há duas sem três. Amanhã volto à estrada que no fim de semana há mais e há que começar a pensar qual vai ser a estratégia para preparar a próxima. Ainda antes de Paris, oiço Sevilha a chamar por mim....

Notas negativas finais: À CP/Metro do Porto porque vergonhosamente roubam os visitantes não lhes permitindo devolver os cartões Andante na estação da Campanhã. É uma atitude vergonhosa que não vale pelos 50 centimos por cartão que extorquem às pessoas. Só a mim comeram-me 8 cartões, pelos quais faço o sacrifício de gastar mais uns cêntimos num selo do correio e oferecer à Administração do Metro do Porto e à sua família. Os 4 € irão seguramente ajudar-vos a passar um Natal mais desafogado neste período de cortes. São estas atitudes mesquinhas que vos devem equilibrar o défice de milhares de milhões de Euros. Parabéns.

Também uma nota muito negativa à televisão que pagamos nas nossas facturas de electricidade e a um suposto serviço público que faz pelo desporto nacional quase tanto como um bom coveiro de 1ª categoria. É uma pena não haver nunca hipótese de transmitir este tipo de acontecimentos. Estiveram 8 mil pessoas nas provas, seguramente muitas dezenas de milhares de familiares directos em casa e muitas outras dezenas de milhares de pessoas que gostam também de outros desportos, para além do enjoo futebolístico do costume. 

Quantos facturas de electricidade são precisas para transmitirem uma maratona portuguesa, organizada por portugueses, para portugueses e estrangeiros?
Deixo esta pergunta às gerações futuras porque esta já está como há-de ir. 

Ora vão lá mas é treinar que isto de estar muito tempo na net faz mal á vista :) 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

31 de Outubro - Corre Jamor

Soube desta prova quase em cima da data e acabei por ir mais por causa da Dora. Tive de fazer um malabarismo com o plano de treinos, mas há coisas mais importantes que cumprir um raio de um plano que foi furado muitas vezes por coisas menos importantes. Neste dia estava planeado um ultimo treino já não muito longo (18Km). Mas dado tudo o resto e mais o facto de ser uma prova nova e em que havia pessoal do meu clube envolvido na organização lá nos inscrevemos.

Há imenso tempo que andava para ir conhecer melhor o Jamor. É sempre assim com as nozes e os dentes... mas começando pelo princípio: este é um fim de semana em que tradicionalmente não há muita escolha de provas "grandes". Talvez porque muita gente vá à terra nesta data, as organizações evitam-na. Portanto a data, do meu ponto de vista, foi muito bem escolhida. Tempestade ou não, pelo menos para mim isso seria indiferente. Mas sabia que o Domingo ia ser um dia mais calmo com um ou outra nuvem tresmalhada a fazer asneiras. Lá fomos. Nós e as nuvens tresmalhadas.

O Jamor está muito bonito. Boas instalações num vale que tem conseguido resistir à pressão imobiliária que tudo arrasa.
Entre uma ou outra carga que teimava em cair lá conseguimos aquecer um pouco antes de nos dirigirmos para a partida. 1500 pessoas numa primeira prova é uma excelente marca. Também será difícil fazer melhor pois acho que alguns pontos iniciais do circuito são bastante estreitos e estão no limite do aceitável para tanta gente.

A partida foi sem separação. Um tudo ao molho que talvez não seja o mais recomendado. A mim não me fez grande diferença já que me posicionei numa zona mais à frente onde estava pessoal que ia para correr num ritmo mais forte; ao contrário de mim que só ia para curtir um pouco o circuito. Claro que de certeza que há pessoal que se vai queixar do tudo ao molho e se calhar é um ponto a rever. Não dá assim tanto trabalho separar o pessoal e de facto é melhor para todos.

O circuito é muito divertido e a prova correu muito bem. Uma voltinha inicial ali pelo vale, pelas pista de canoagem, depois toca a subir, a subir até à mata onde andamos para trás e para a frente, num sobe e desce, até que contornamos o estádio por fora para depois passarmos pela tribuna de honra e toca a descer o até ao vale em direcção à meta. Uma boa introdução ao trail. Alguma lama e poças. Os ingredientes certos para uma manhã divertida.

Foi também o dia para o meu amigo Luis voltar às provas agora já com uma boa preparação. A coisa correu bem e parece que agora temos atleta para as próximas. A Dora acabou um bocado exausta mas é normal dado que foi num bom ritmo e havia algumas subidas para desgastar as forças.

Os 5 magníficos (a 5ª magnífica está atrás da máquinas :)
Tudo pesado acho que foi um grande sucesso. Como dizia alguém relativamente às 1ªs provas o melhor é ir porque para o ano não se sabe se volta a haver. Não creio que seja o caso. Só vai depender da vontade da organização porque publico há com fartura.

Quanto ao meu tempo fiz 44 minutos. Visitem o site da prova que está muito bem conseguido: www.correjamor.com

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Maratona do Porto de "Helicóptero" com o Google Earth

Para quem não conhece o circuito, ou para quem já conhece mas quer recordar, aqui fica uma visita aérea a bordo do Google Earth. Apertem os cintos, instalem o que vos faltar e bonne voyage!

Nota: os marcadores são milhas (1,6Km).