Devido ao plano de maratonas que planeei, Lisboa este ano ficou fora do circuito, como maratona claro. Sendo assim lá me preparei para a meia maratona. Ou por outra, não me preparei nada. Ou era o frio, ou era a chuva, ou era a moleza, o que é certo é que mais uma semana passou e desta vez nem os ténis calcei. Para ajudar aos treinos, na véspera ainda tive de ir a Évora à entronização de um amigo na Confraria Gastronómica do Alentejo. Depois foi preciso um almoço de celebração com receitas do livro de culinária da Infanta Dona Maria (séc. XVI) e tinto da Fundação Abreu Callado que é uma fundação com um trabalho fantástico muito para além do excelente tinto que bebemos.
Portanto como vêem estava preparado para a Meia Maratona de Lisboa...
E lá fomos. A Dora para a corrida da família ou lá o nome que tinha e eu para a meia. Acabámos por chegar quase em cima da hora de partida da maratona. Eu não ia partir dali, do estádio 1º de Maio, só a Dora.
O meu irmão ia fazer a sua 1ª maratona e lá estava já alinhado. Um abraço de boa sorte e siga. Assisti à partida. É estranho estar do lado de fora...
A meia partia da 24 de Julho dentro de 1h30.
A Dora partiu de seguida para a sua mini coisa. Eu e a minha cunhada apanhámos o Metro para o Cais do Sodré. Ela ia de bicicleta para poder dar apoio ao meu irmão.
A partida da meia era uma coisa assim meia a granel. Ali a seguir ao Mercado da Ribeira em plena 24 de Julho, um mar de gente. O pessoal da maratona que começava a passar por ali também (iam quase com 1h30 à meia maratona) deve ter tido algumas dificuldades porque no meio de tanta gente, uns a aquecer outros nem por isso... enfim. A organização da prova já há muito tempo que demonstrou que não há dinheiro para investir ou gastar sequer. Por isso casas de banho... tá quieto. Um stand de automóveis ao ar livre que há por ali viu-se obrigado a fechar de emergência porque tinham um muro muito grande e muito apetecível. Eu estava tão noutra que quando a buzina da partida soou esta aí a 100 metros da partida num cantinho a resolver também o meu problema. É triste mas o que se há-de fazer? Pelos vistos o que pagamos é pouco. Tivessem feito em casa, não é?
E lá fomos. Eu ia manter-me sempre nos 5m/Km. Calminho, não fosse o cozido da Infanta lembrar-se de sair. Até levei o meu ipod com um podcast do Twit. A malta do costume desta vez passava por mim. E eu calminho, ouvindo o que o Leo Laporte e os convidados achavam do Wikileaks...
(... aqui um pequeno parênteses. ia deixar um link para a wikileaks mas devido aos recentes acontecimentos e aos ataques que estão a fazer ao site o endereço wikileaks.org está em baixo. Portanto se querem ir ao site googlem wikileaks e vai aparecer-vos de certeza um link funcional. Não tenho uma opinião formada sobre todo este processo mas detesto censura portanto wikiliquem à vontade)
O vento constante chateava. As rajadas ainda mais. Quando cheguei a Algés e voltei para trás pensava que ia finalmente ter a ajuda do vento. Tá quieto! O gajo também se virou ao contrário. Que seca. Por falar em seca chuva nem vê-la. Por volta do Km 22 (da maratona) vejo o meu irmão que ia para Algés ainda. Inverti o sentido e acompanhei-o durante um bocado. Ia bem disposto. Queixou-se que já tinha uma bolha a chateá-lo. Contas rápidas ia com mais de 2h30 à meia maratona, portanto faria sempre mais de 5 horas na maratona isto se não parasse muitas vezes. Mais um boa sorte e toca de voltar de novo á rota certa. A coisa prosseguiu sem história. Veio o Cais do Sodré, o Terreiro do Paço, a Praça da Figueira e a Almirante Reis. Ia bem. Como fui num ritmo lento não achei difícil subir a Almirante Reis. Tirando aqueles últimos 200 metros... safa.
E pronto. Ainda consegui chegar ao lado do meu companheiro Veríssimo que estava a fazer a maratona e só mesmo partindo a meio é que consigo chegar ao lado dele. Ainda apanhei o Paulo Quaresma, que conheci nas Terras do Grande Lago e que vai estar em Sevilha também. Lá pusemos alguma escrita em dia. Ele tinha passado por mim ao princípio mas pelos vistos abusou no andamento e a subida acabou por se fazer pagar cara.
A chegada também foi pobretanas. Medalha na mão e toca andar. Para nós foi o tempo de ir buscar o saco ao bengaleiro e dado que faltavam ainda mais de 2 horas para o meu irmão chegar, não íamos poder esperar.
Fica aqui um PARABÉNS!!!! 1 ano depois de mim, sem grande preparação, pouco mais do que uma grande vontade de sofrer (que é o que resta a quem não paga a factura nos treinos) entrou para o clube dos maratonistas. Foi a única coisa de relevo que esta maratona teve.
Acho que Lisboa merecia e tem potencial para ter uma maratona muito melhor.
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