segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

LCHF - Que combustível usar numa prova longa


Deparei-me com esta duvida na maratona de Roterdão, conforme relatei neste post. Já há mais de 6 meses que tinha reduzido drasticamente os hidratos de carbono de todas as fontes (pão, mas também massa, arroz, batatas, produtos de pacotes, bebidas, etc.). Mantive um certo nível de hidratos provenientes de legumes, vegetais, alguma fruta e algumas leguminosas.

Em trails e ultra trails, nunca tive muitos problemas. O ritmo não é tão exigente, pelo menos para mim, e se for preciso dá sempre para andar um pouco, nem que seja numa subida. 

Quando se eliminam os hidratos de carbono dos nossos treinos, o corpo vai obviamente protestar. Afinal estamos a tirar-lhe a fonte de energia de mais fácil acesso. Durante alguns meses teremos de passar um período de abstinência, em que a nossa performance se degrada, enquanto o corpo "aprende" a ser mais eficiente na queima de gordura, quer seja nossa ou externa.

Mas à medida que a maratona se aproximava a dúvida era grande quanto ao combustível a usar na prova. Se vamos fazer uma prova no nosso limite, ou perto dele, se falharmos as reservas de combustível não vamos conseguir andar cerca de 3 horas a correr na casa dos 4'15/km.

Como carregar as reservas sem entupir a pança de massa no dia antes? Na realidade, mesmo para um atleta que não restrinja o consumo de hidratos, o carbo-loading na véspera é mais uma piada, um evento social, do que outra coisa qualquer. 

Deixo-vos 2 links do site da empresa que produz um produto interessante chamado Vespa e que pude experimentar durante a maratona de Roterdão. Dado que não está à venda por cá e mandar vir dos USA fica extremamente caro, acho que a informação que o dono, Peter Defty, disponibiliza no site, acaba por ser mais importante do que o próprio produto.

Afinal depois de estarmos "adaptados a gordura" é um bocado irrelevante o combustível que metemos.

Vejam os links dos quais resumo algumas das dicas que acho mais úteis.

Hidratos estratégicos e como incorporá-los nos eventos de endurance



- Um longo e calmo período de aquecimento no mínimo de 15 a 20 minutos;
- Aguardar 1 a 2 horas, dependendo do evento e da intensidade do mesmo para começar a reabastecer com calorias;
- Nunca reabastecer grandes quantidades de calorias de cada vez;
- Corre com fome, acredita na tua capacidade de consumir gordura;
- Aposta em mais calorias se estiver muito frio ou em mais hidratação e sal se estiver calor;

Estas são obviamente dicas genéricas e para quem já estiver bem adaptado a este regime. Principalmente que tenha feito os seus treinos já plenamente adaptado. Quanto ao combustível principal, numa maratona, em que as limitações são maiores, usem o mesmo que usaram nos vossos treinos longos e que tenha funcionado bem. Nos trails e ultra trails as opções e as hipóteses são maiores. Podem levar mais coisas convosco ou abastecerem-se do que houver disponível. Tudo depende do vosso grau de fundamentalismo, ou preferência. No trail, a não ser que andem lá na frente e aí não tenho nada para vos dizer, a tolerância é muito superior e compatível com qualquer escolha vossa. Usem a regra dos 80% e  sejam felizes.

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