segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

19 de Janeiro - 1º Treino Lunar


Pode parecer pouco humilde o tipo da ideia vir para aqui anunciar que foi um sucesso mas de facto foi o que aconteceu. Aliás, suba-se a fasquia, esta 1ª edição dos Treinos Lunares não foi um sucesso, foi uma pequena maravilha.

Como "organizador" que se preze fiz questão de chegar cedo. Mesmo assim não sei se fomos os 1ºs mas por volta das 20h eu e a Dora chegámos ao local da partida. Em simultâneo chegaram 1 ou 2 carros e mais tarde percebemos que já estava um pequeno grupo num dos barbas mais à frente (na realidade há 3 barbas e o que indiquei como ponto de encontro até estava fechado). A pouco e pouco, vindos de todo o lado os piratas lá vão surgindo. Há quem diga que alguns até do mar vieram, tendo deixado a nau fundeada ali para os lados do Bugio.

A noite estava uma verdadeira delícia, para uma noite de inverno claro está. 12ºC, leve brisa de Este, céu limpíssimo mostrando uma fabulosa lua a 1h20 de estar totalmente cheia (a lua cheia iria ocorrer às 21h21m). O pessoal lá ia chegando e cumprimentando-se. Desde os que estão sempre presentes, aos que já vou conhecendo, passando obviamente pelos totalmente estranhos que fizeram questão de estar presentes também. "Eu sou aquele do....", "Eu fui o tipo que...", eram as frases da noite. O verdadeiro espírito do pessoal das corridas. Para mim era um desfilar de gente sem fim, perdoem-me por não ter fixado quase nenhum nome, coisa em que sou um desastre. Mas para as caras podem contar comigo!

Entre conversas, fotos e cumprimentos lá chegámos á hora da partida. Um ou dois últimos atrasados e um pequeno breefing para sintonizar toda a gente na mesma onda. Os anúncios de ultima hora incluíam uma surpresa para todos. Primeiro avisar que iríamos fazer a coisa não por distancia mas sim por tempo. Tínhamos muita gente com os mais variados ritmos, inclusivamente vieram 2 pessoas de Lisboa para fazer caminhada. A única forma de garantir que todos nos iríamos divertir, cada um dentro do seu ritmo, era marcar uma hora idêntica para todos, para o retorno. Sendo que eram 20h40 iríamos na direcção da Fonte da Telha até ás 21h21, hora da lua cheia. Todos inverteriam o sentido a essa hora e todos chegaríamos de novo á partida à mesma hora, independentemente do ritmo ou da distância máxima que conseguíssemos atingir.

A surpresa que surgiu no Sábado e já com muita publicidade distribuída, teve de ficar mesmo uma surpresa para não baralhar o pessoal. O Joaquim Adelino lembrou-se de contactar o restaurante Mar Puro, apoio de praia nº 25, e como tinham sido tão bem recebidos quando lá fizeram um almoço na meia da areia de 2010, perguntou se podíamos usar a zona de esplanada coberta para fazer o nosso convívio final. Fica aqui uma palavra de agradecimento ao Sr. Helder do restaurante Mar Puro, pela sua colaboração. Deixou-nos usar um espaço fantástico, com música ambiente, tendo apenas como contra partida, sem qualquer obrigação, qualquer bebida que alguém entendesse tomar. Obviamente várias pessoas consumiram alguns produtos do bar, nomeadamente no final, muitos cafés. Creio que a parceria foi benéfica para todos. Um final de noite diferente também para o Sr. Helder.

Aliás as coisas correram tão bem neste aspecto também, que o local de partida e chegada para a próxima edição está já definido. Esqueçam o barbas. A partida e chegada será do Mar Puro, apoio nº 25, quase no final do pontão. Estacionamento por trás do restaurante não falta, poupamos 1,5 Km de pontão e pelo mesmo tempo vamos conseguir chegar à fonte da telha. Também poupamos uns minutos na chegada e vamos conseguir ser mais eficientes. A coisa tem de estar bem oleada para que o efeito repetição se mantenha. Tem de haver um mínimo de logística e um máximo de divertimento.

Feitos os avisos era hora de diversão. Soa o apito (que comprei para o Trilho dos Abutre e que apita muito bem) e siga com o treino. E lá foram eles. Uns com mais pressa outros mais lentinhos, outros a andar, até uma bicicleta nos acompanhou. Aliás, acho que abrir isto ás bicicletas é capaz de não ser má ideia. Pedalar naquela areia compacta é um excelente exercício dado que é um pouco mais exigente que rolar em alcatrão. Um bom desafio portanto. 1,5Km nos separava do areal. Seguimos pelo pontão. Eu aproveitava os últimos candeeiros para tentar fazer uns filmes do pessoal a passar. Mas logo ali estava o mar e a praia à nossa espera.

A maré, como previsto, estava minúscula lá bem em baixo. O areal era gigantesco. Plano, sem poças, firme, o piso ideal para correr. A lua forte iluminava demais. Os frontais eram desnecessários. Apenas as estrelas mais fortes se conseguiam ver no céu tal a força da lua. Sem vento o mar estava calmíssimo e mal se ouvia. Apenas se via a espuma das ondas que reflectia a luz da lua e sobressaía naquele cenário, de forma quase mágica. Os pirilampos espalharam-se ao longo do areal e iam até perder de vista. Via-se que cada um ia a curtir uma felicidade própria. Alguns grupos mais animados iam entretidos na conversa. Eu tentava fazer um pouco o papel de anfitrião e ia metendo conversa com toda a gente, ora tentava chegar-me a um grupo ora ia para outro.

A coisa que mais me custou ontem foi voltar para trás. A cavaqueira estava tão boa, a noite magnífica a todos os níveis, quem é que queria voltar? A Fonte da Telha estava ali mesmo á frente. Pareceram-me 5 minutos tão depressa o tempo passou. Mas não havia hipótese. O combinado com todos era voltar para trás às 21h21. Há-de haver outros dias, outras oportunidades de irmos mais longe. Soa o apito e, supostamente, todos invertem a marcha. Vamos para o petisco!

O regresso foi tão ou mais divertido que a ida. A conversa girava em torno dos trilhos e claro dos abutres onde alguns dos que ali estavam, entre os quais eu, vão estar também no Sábado. E quase por magia o mesmo fenómeno aconteceu. 5 minutos. Garanto-vos, pouco mais foi. Estávamos de volta. Pensar que quando faço aquilo sozinho o tempo parece que pára, conto as praias, as gaivotas, as poças e não há meio de chegar. Mas assim, nestas festas, é sempre tudo 5 minutos.

Chegada ao barbas praticamente de toda a gente em simultâneo. Palmiers e Lambrusco aguardavam-nos na meta! Um mimo. Em menos de nada estávamos todos ali. Apenas um pequeno grupo que ignorou a ordem de regresso e seguiu em frente, não estava presente. Esperámos alguns minutos mas como não tinham voltado para trás conforme combinado não sabíamos sequer qual era a sua ideia não adiantava estar à espera. Seguimos para o petisco final, na minha opinião a melhor parte da noite, dado que correr qualquer um consegue fazer em qualquer lado, agora conhecer pessoal novo, trocar experiencias, combinar novas aventuras, conhecer novos trilhos para participar, etc. essas coisas não se conseguem fazer sozinho.

Desta vez ainda foi preciso metermo-nos nos carros e ir para o Mar Puro. Em menos de nada estava o arraial montado. E o resto já se sabe. Petiscos, conversa, repor energias. Conheci uma data de malta, combinámos a viagem para o trilho dos abutres, arranjei um trilho para ir fazer aos Açores em Dezembro (será?), o morangueiro e o verde tinto eram uma delícia, rimo-nos um bom bocado e mais uma vez esta parte da noite foi, para mim, a mais memorável. E dentro do horário pensado, pouco passava das 23h30 quanto os últimos resistentes fecharam a loja e se despediram do 1º Treino Lunar. Claro está que levámos comida e bebida a mais. E aquele pessoal que nada levou e que se baldou fez falta na mesma para ajudar. É pena que alguns tenham desistido desta parte porque não levaram nada. Já referi várias vezes que isso é irrelevante. É sempre assim: metade leva coisas para o dobro dos que vão. Felizmente que o que sobrou o João levou para doar aos sem abrigo e nada se desperdiçou.

Espero que se tenham divertido tanto ou mais que eu. Espero que tenha valido a pena saírem da vossa zona de conforto e virem divertir-se um pouco até à Costa, durante a semana, conhecer malta nova, desfrutar da magnifica praia e noite que tivemos. Estas pausas na nossa rotina diária ajudam-nos a superar tudo o resto que nos chateia e deprime (e ultimamente há tanta porcaria e vergonha a acontecer pela calada neste país). Haja muitas.

Uma nota muito especial para quem, contra mitos e desculpas, se meteu no carro e veio da outra margem. Não havia fila na ponte sequer.
Também para quem veio de Vila Nova de Gaia (obviamente não de propósito). É de valor alguém que vem a Lisboa por outro motivo ter conhecimento desta maluquice a apresentar-se ao serviço pronto para o combate. Seguramente foi uma viagem inesquecível aqui à Mouraria! Forte abraço a todos.

Agora amigos, é passar a palavra. Dia 3 de Fevereiro (5ª feira), Lua Nova (escuridão máxima), vamos à luz das estrelas. Partida e chegada do restaurante Mar Puro, não se atrasem, Saímos ás 20h30 e desta vez vai dar para chegar á Fonte da Telha. Tragam petisco e até lá não se esqueçam de treinar muito. Já sabem o meu lema. Basta 1 para me fazer companhia, mas se formos muitos é mais divertido.

Falta muito?

Deixo-vos um pequeno vídeo que resume bem tudo o que aconteceu nessa noite. Até dia 3.

9 comentários:

  1. Para um evento sem "organização" isto esteve muito bem organizado.
    Eu fui um dos caminheiros e diverti-me à grande na praia e depois o convívio foi espantoso.
    O pessoal corredor que conheci é absolutamente fora de série e quase me convenceram a começar a correr. Vamos ver o que fazer a vinte e tal quilos de carga a mais.
    Sempre que puder vou estar presente.
    Ao Paulo os meus parabéns. Se já o admirava por ser um gajo que mudou de de vida, fico banzado com a capacidade de organização.
    Até ao próximo treino lunar.
    LFR

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  2. Vim de Gaia e foi com muito prazer que participei na iniciativa do Paulo, que está um pró nesta tarefa de organizar (e em melhoria contínua!!). O contrato com o S.Pedro foi muito bem elaborado, nada foi deixado ao acaso (iluminação, temperatura, condições do piso... :):) ) do MELHOR!

    acho que todos devemos agradecer pela ideia e pelo empenho na org,

    Abraço e até breve (em treino ou prova!)
    Sérgio

    http://sempreaesticar.blogspot.com/

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  3. Foi uma noite maravilhosa, Paulo. Gostei muito de tudo e encontramo-nos de novo na próxima acompanhado com alguns bolinhos. Os hidratos de carbono no fim de uma corridinha sabem tão bem...
    Obrigado e Um Abraço.

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  4. Obrigado amigos. Vamos voltar a testar a parceria com o S. Pedro já no próximo dia 3... não se esqueçam. Quem puder vir traga os amigos e a família toda, o cão e o gato, os pássaros e os peixes. E passem ao pessoal das biclas que não gosta de ficar em casa todos os dias.

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  5. boas Paulo, o primeiro treino lunar já lá vai, foi espectacular com tudo a nos ajudar?? venha o próximo e que o tempo ou a noite estejam novamente do nosso lado e com muito mais gente para nos acompanhar, e claro está, não se esqueçam da buchasinha e bebida,, tenho pena é do verdinho que se acabou?? um abraço paulo, e obrigado pela genial ideia que tiveste...

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  6. Olá a todos, fiquei a conhecer estes treinos pelo site do Vitor Dias, Correr por prazer, pelo que vos agradeço terem partilhado esta experiência que não conhecia, isto porque os treinos se centram normalmente na Quinta da Marialva em Corroios, mas agora só preciso de organizar-me e um dia destes têm mais uma companhia, isto se houver espaço para mias um. Obrigado por esta ideia.

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  7. Olá Filipe, em boa hora o Victor me pediu para fazer um texto para divulgar o evento. Também costumo ir para Corroios às vezes. Aparece sempre que quiseres. Passa a palavra ai nessa zona. Venham divertir se connosco.

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  8. Olá Paulinho. Esta tua ideia dos Treinos Lunares é magnifica e, certamente que, um dia destes eu o Sérgio vos faremos companhia. Mesmo não participando, divorto-me a ler as tuas descrições e gostei, especialmente, do teu texto de lançamento onde contagias a malta com o teu bom humor. Um beijinho para ti, e claro, para a minha Amiga Dora. Sandra Duarte

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  9. Fico à vossa espera para uma próxima e nem que seja a andar também tens de participar. Bjs!

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