Ontem acordei a meio da noite, vá não era bem meio da noite, já não faltava assim tanto para o despertador acordar também. Daquelas vezes em que acordamos e percebemos que por hoje já está. Foi-se o sono, não há volta a dar. A primeira noite mal dormida com 52 anos.
Talvez por isso, mas não só, pus-me a pensar para passar o tempo e cheguei à conclusão que está na altura de fazer algo que muitos amigos e familiares me dizem há muito tempo.
Está na altura do Runbook se tornar real. Está na altura de escrever um livro. Vou escrever um livro!
Nesta altura não faço a mínima ideia se chegará a existir, se chegará a estar à venda. Apenas existe este blog e uma vontade.
Algumas coisas já sei. Já sei que não vai ser uma cópia deste blog. Para isso têm o blog. Sei que não é fácil aceder à informação que aqui anda, muito menos lê-la de forma sequencial. Há aqui muitas centenas de páginas, umas melhores que outras, umas mais interessantes que outras.
Tenho já muitas ideias alinhavadas, fruto da tal noite mal dormida, mas agora vai começar o trabalho árduo. Vai haver muito conteúdo novo e o que aqui está e que seja aproveitado será totalmente reescrito, enquadrado e melhorado.
Muitas vezes chutei a ideia para canto, mas agora está na hora. Vou fazer a minha parte. Sei que este blog ajudou muita gente e inspirou outros tantos. Está na hora de chegar a muito mais gente e espero ser útil, interessante e divertido, mesmo para os meus amigos mais atentos ao blog.
Não ponho prazos na coisa porque acho que o livro terá de se escrever a ele próprio (à custa do meu trabalho claro) e um livro nunca sabe bem quando é que acaba de se escrever.
É este o presente (envenenado dirão uns) que escolhi para celebrar 52 anos de vida e 10 anos de mudança.
Seria injusto se não referisse aqui 2 factos fundamentais que me levaram a assumir esta empreitada.
Por um lado o livro que o António Melo Ribeiro lançou e que se propõe ajudar outras pessoas com base na sua experiência de vida. O António tem 69 anos e embora não o conheça pessoalmente, já tive inúmeras conversas animadas sobre os temas do seu livro, Saúde sem Medicina, que vos recomendo sem restrições. Mesmo que só sigam 10% das suas recomendações seguramente vão melhorar a vossa saúde actual e sobretudo futura. É também uma experiência de vida diferente do habitual e tudo o que sirva para nos mostrar que é possível sermos mais saudáveis e vivermos de formas diferentes da nossa é sempre útil, mesmo que não concordemos com as suas opiniões. Para mim o seu livro, para além de muito interessante e cheio de pequenas dicas úteis, mostrou-me que se calhar também posso ajudar algumas pessoas a melhorarem a sua qualidade de vida. Publicar um livro permite chegar a um publico muito mais vasto. É que por mais amigos que se tenham nas redes sociais, acabamos sempre por só conseguir chegar a pessoas que já partilham os mesmos interesses ou gostos do que nós. O meu feed do facebook à 2ª feira é um desfilar de malta a correr, a cortar metas, a bater recordes pessoais, a superar-se em provas extremas. Isto não tem nada de mal mas comprova que por mais amigos que se tenham apenas um conjunto restrito vos segue ou vê os vossos posts. No fundo vive-se numa bolha digital e é muito difícil chegar a outras pessoas que não têm qualquer relação connosco.
Outro aspeto fundamental para a minha decisão foi o facto do meu amigo José Santos ter seguido vários dos ensinamentos que refiro e estar a obter resultados fora do comum para alguém com 48 anos e que começou a correr aos 40. Fazer uma maratona abaixo das 3h, por exemplo, é algo que não está facilmente ao alcance de atletas amadores e que exige um grande nível de forma. Não quero, de modo algum, reivindicar algum tipo de mérito meu no seus resultados, porque em ultima análise foi a sua dedicação que o levou a este pico de forma fora do comum. No entanto quando enveredei pela redução substancial dos hidratos de carbono e aumento de gordura saudável, fui inicialmente apelidado de maluco :) O homem queria ver as minhas análises, mas depois, a pouco e pouco lá foi incorporando os princípios corretos. O que é certo é que treinámos e fizemos uma boa maratona de Roterdão e enquanto eu tive de tirar o pé do acelerador para resolver uma tendinite o homem está em roda livre e corre cada vez mais depressa e com melhores resultados. O aluno já ultrapassou o mestre há muito tempo. Seria incapaz de vir aqui armar ao pingarelho e falar no seu exemplo se não fosse ele próprio referir a toda a gente e com orgulho que eu sou o seu treinador. Fico lisonjeado com esse facto (embora não o seja na verdadeira acepção da palavra), mas o que importa é que ele o valoriza, onde isso o levou, e com os resultados que estão à vista. É o meu case study e um grande exemplo do potencial das ideias que tenho defendido.
E o que sobra para mim é que, se provavelmente tive alguma influência neste excelente momento de forma que atravessa, então já não ajudei só pessoal a começar a correr com o meu exemplo. Será que ajudei alguém que já corria razoavelmente bem, a atingir um resultado excepcional?
Para tirar todas as duvidas o melhor é pôr por escrito alguma prosa que leve outras pessoas por este bom caminho. Já que não consigo fazer menos de 3h na maratona, como o meu pupilo, pelo menos pode ser que consiga inspirar mais pessoal a ser mais saudável.
Será que consigo? Será que é assim que se começa? A comprometermo-nos connosco e com o mundo? Será que depois de escrito alguém aposta na coisa para levar ao prelo?
Cá estaremos para ver.
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