Trail Running? Subir montanhas, atravessar rios, descer encostas íngremes, escalar paredes, atascar na lama? Pfff. Muito visto. É para meninos.
O que está a dar agora é o Pain Running.
Há vários meses a braços com uma tendinite na inserção superior dos Isquiotibiais, tal como descrevi neste post, após várias tentativas com vários tipos de profissionais do ramo, uns mais profissionais outros com mais imaginação, o que é um facto é que até agora os melhores resultados e avanços que consegui, foram com base no que tive de ir pesquisando e descobrindo.
Sou agora um especialista do tema. Conheço os maiores investigadores, já li vários estudos, sigo-os no twitter, oiço conferências e podcasts. Não tenho avançado muito na resolução do problema, é um facto, mas tenho uma clara percepção do problema:
- grande parte das pessoas nunca consegue resolver este problema
- provavelmente faço parte dessa grande parte
- o problema não desaparece parando de correr, até acho que se agrava
- não sei se vou resolver a coisa, mas faço questão de tentar até conseguir, provavelmente para sempre
Entre várias coisas que fazem parte do meu plano de recuperação e com o qual não vos vou maçar, a principal é condicionar os tendões a suportar cargas progressivas, modelar o nível de dor, treinar o limiar de dor, no fundo. Depois, recuperar e voltar à carga para mais. Se estiver a correr bem o limiar de dor vai subindo, ou mantendo-se, desde que exista recuperação e capacidade de tentar subir a parada.
Será parvo este método? Talvez, mas é o melhor que tenho. Parece aquela cena da democracia ser o pior sistema, tirando todos os outros....
Esta é uma lesão cobarde. Porque chega devagarinho e nos engana, faz-nos querer parar, normalmente paramos quando temos dor e voltamos a correr quando passar. Mas parece que aqui o truque é domesticar a dor. Ou então parar e ficar assim. Mas se dói na mesma, então que se lixe. Que venha de lá o Pain Running!
Com tempo até estou a pensar fazer a APRP, Associção de Pain Running de Portugal, lutar por escalões de maleitas, escalão das tendinites, escalão da ciática, associados crónicos e agudos, tipo entorses ou estiramentos, coisas fraquinhas que depois desaparecem...
O Pain Running é todo um novo horizonte de possibilidades que se abre. Os treinos são um suplício, as provas um calvário. Só pensas em parar e que chegue o dia seguinte, para avaliares os estragos ou as melhorias.
Para quê ter dores só aos 30 Km, ou no dia a seguir, se podes ter dores a partir do primeiro quilometro?
Traz as tuas dores e junta-te a nós. Juntos temos mais dores!
Que travessia.. Boa sorte, Paulo. É bom que tenhas pelo menos essa luz ao fundo do tunel. De resto, conheço alguns casos de pessoas que se habituaram precisamente a lidar com o Pain Running. Força nisso.
ResponderEliminarBoa! Associados para a APRP :) Venham eles!
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