Nada do que eu diga vos fará perceber o que são os Picos da Europa. Por isso partilho este texto que veio parar à minha mailbox num mail do Bob Boulan, um apaixonado dos Picos que produz mapas digitais da zona e que vos aconselho seriamente a levar convosco se forem para ali em modo aventura.
O Bob não vende o mapa mas oferece-o a quem contribuir para a manutenção do site que dá suporte ao seu trabalho. Vale bem a pena ajudar: http://boulan.blogspot.com
O Bob não vende o mapa mas oferece-o a quem contribuir para a manutenção do site que dá suporte ao seu trabalho. Vale bem a pena ajudar: http://boulan.blogspot.com
Ao ler este texto revivi vários momentos da nossa aventura e ele resume de forma perfeita o que são os Picos da Europa. Não os Picos de ir a Potes, aos lagos e a Covadonga, ou de passear na Ruta del Cares, mas sim os Picos que conhecemos na nossa aventura. Aqui fica.
Para conhecer estas montanhas é necessário aventurar-se nelas.
Percorrer a sua orografia complicada, pelos seus trilhos, canais e jous* (sumidouros).
Subir as suas montanhas, picos e miradouros. Aproximar-se das margens dos seus rios. Ficar nos seus abrigos. Visitar as suas aldeias ...
Grande parte do seu interior, praticamente desabitado, é desconhecido por muitos que abordaram esses lugares de maneira esporádica.
O maciço dos Picos da Europa é uma das formações geológicas mais surpreendentes da Terra. A sua morfologia caótica, áspera e acidentada não é fácil de percorrer, mesmo para montanhistas.
São de longe as montanhas mais íngremes e acidentadas da Península Ibérica, e percorrer o seu interior, pouco sinalizado, é sempre uma tarefa difícil, que junta à dificuldade de orientação, o perigo latente da sua grande verticalidade.
Os picos são certamente um labirinto de pedra calcária onde, para ir de um lugar a outro, que vemos à frente, há que rodear, subir e descer várias vezes, às vezes usando as mãos - aqui não existem vales, apenas poços, "jous"
Não há praticamente trilhos. Em alguns sítios, só é possível orientar-se pelas marcas que deixa o trânsito de botas sobre a pedra e alguma mariola deixada por montanhistas.
Além disso, o seu clima sempre em mudança, tão próximo do mar, faz com que sua estranha beleza às vezes seja agressiva e perigosa. O nevoeiro, o maior inimigo, é relativamente frequente.
Não, não é fácil andar nessas montanhas.
E pronto, este é um bom sumário executivo do que foi a nossa aventura.
* jous - os Picos da Europa são a maior massa de pedra calcária da Europa. A pedra calcária dissolve-se na água da chuva, num processo conhecido por carstificação, cujo sinal mais visível são as estrias nas rochas, que as deixam como facas afiadas. Nestas paisagens é comum a existência de bacias de drenagem, antigos lagos que acabam por drenar através de passagens subterrâneas, resultantes precisamente deste processo de erosão. Os sumidouros, ou jous em castelhano.
Gostei.
ResponderEliminarFixe o texto.
Já percebi que esta foi uma aventura diferente e que deixou marcas em vós...
Mas acho melhor não repetirem!!!