quinta-feira, 20 de março de 2014

Get Ready for... UTAT 2018!!!



Ao contrário de outras aventuras nesta vamos sair da Europa. Abandonar o nosso cantinho confortável. Não fosse o suficiente vamos para África amigos. África não vos vai deixar indiferentes. Garanto-vos. Não sei se vão gostar ou detestar mas garanto-vos que os sentimentos serão fortes e vão deixar marca. Não vamos encontrar a África das florestas e dos animais selvagens, mas é seguramente África amigos. Mãe África.
Para além de ser África, é um país muçulmano. Muito europeu e nada fundamentalista, é um facto, mas ainda assim uma cultura radicalmente diferente da nossa, embora as semelhanças por vezes nos confundam.
Por isso e porque seguramente muitos de vós nunca foram a Marrocos, preparei este pequeno breefing, da prova e da nossa viagem. Divirtam-se.

Marrocos é um país de contrastes. E isto não é uma frase feita. Se por um lado em grande parte do país podemos pensar que estamos em Portugal, também tem dunas e deserto e também tem montanhas e neve, pistas de ski, praias, florestas com macacos, cidades europeias com metro de superfície, aldeias perdidas nas montanhas a horas de uma estrada, e um sem fim de maravilhas cada qual a mais inesperada.
Na nossa viagem vamos apenas deparar-nos com 2 realidades radicalmente distintas. A cosmopolita Marraquexe, um misto de modernidade com tradição e exotismo, demasiado turística, demasiado mesmo, e o Atlas com as suas montanhas, o povo berbere, cultura de subsistência, pessoas que vivem em locais e condições que desafiam a nossa compreensão. Se me perguntarem qual prefiro, digo-vos sem hesitar que prefiro o humilde povo berbere e a sua genuinidade, a sua pobreza, à exuberante, ostentativa e mega turística Marraquexe. Em Marraquexe podemos dormir em fabulosos resorts por 500€ por noite mas sinceramente esse luxo não me diz nada, não é isso que procuro nas viagens a Marrocos.



 Segurança 

Marrocos é um país extremamente seguro. Claro que hoje em dia e com a quantidade de pessoas doentes que acham que as suas paranóias lhes permitem tirar a vida alheia por dá cá aquela palha, a segurança é algo muito muito relativo, como se vê em inúmerdas capitais europeias. Mas nunca em todas as minhas viagens a Marrocos, mais de 60 dias que por lá passámos ao longo dos anos, mais de 10.000 Km de carro, de avião, nunca senti o mais pequeno receio. O mesmo já não posso dizer de algumas zonas de Lisboa à noite...  por exemplo. Se têm dúvidas perguntem a qualquer pessoa que já tenha visitado o país ou tenha vindo connosco fazer a prova.

 Como ir e quanto custa      (datas e valores para 2018) 



Praticamente não terão de gastar dinheiro à excepção da viagem e da inscrição uma vez que a organização assegura todos os serviços no preço da inscrição. Assim o valor de inscrição na prova (350€) já contempla:

- o transfer do aeroporto de Marrakech para o local da prova bem como o regresso ao aeroporto;
- 5 dias (4 noites) em regime de meia pensão (jantares e pequenos almoços incluídos) em tendas no exterior. Podem utilizar todos os serviços do albergue: bar, duches, WC, etc.
- caso acampar não seja a vossa cena, poderão ficar numa camarata no albergue do Club Alpin Français (CAF) por 20€/noite adicionais (80€ para as 4 noites)

De fora ficam apenas 2 ou 3 almoços (depende da prova que forem fazer) que podem ser feitos nas tascas da aldeia por cerca de 8€ cada.

A forma mais cómoda de ir é na TAP com voo directo de Lisboa. Um pouco mais caro que o voo da Iberia (com escala em Madrid) ou o da Air Maroc (com escala em Casablanca), mas muito mais rápido para ir e regressar. Também podem ir em low costs via Madrid mas com o tempo que se perde na escala, mais a necessidade de levar bagagem de porão (para quem levar bastões), bem como o risco dos atrasos e de perder voos de ligação, acho que não vale a pequena diferença final. O grupo de 2017 vai viajar na TAP portanto para quem quer vir connosco aqui ficam as datas:


Saída de Lisboa dia 5 de Outubro às 10h00, chegada a Marraquexe às 11h40

A maioria do grupo regressa na 3ª feira (dia 10). Ficamos uma noite extra em Marraquexe e aproveitamos para passear, fazer resmas de compras ou apenas desfrutar da gigantesca medina da cidade. Quem não puder ou quiser ficar esta noite extra pode ir direto para o aeroporto e regressa dia 9 de Outubro. A logística dessa noite extra será tratada por mim e combinamos os pormenores no grupo dos participantes

Saída de Marraquexe dia 10 de Outubro às 12h20, chegada a Lisboa às 14h00

O voo da TAP custa à data de hoje 230€.
Para a noite extra em Marraquexe contem com 50€ para alojamento e refeições.
Vão ter de ter o passaporte válido, desde logo para comprarem o bilhete de avião. Não é preciso visto para entrar em Marrocos.

Uma coisa é certa. Darão o vosso investimento por muito bem empregue, nunca esquecerão esta viagem e provavelmente irão querer voltar.
Caso queiras juntar-te à nossa comitiva adere ao grupo do Facebook
https://www.facebook.com/groups/388379407848421 onde poderás encontrar mais informação ou manda um mail para utat.pt@atlas-trail.com

Se queres vir integrado no grupo de Portugal certifica-te que no processo de inscrição aderes ao grupo Go Portugal. Vais precisar de uma password que será fornecida a pedido.

Mais informação
Site oficial da prova: www.atlas-trail.com
Facebook da prova em Português: https://www.facebook.com/utat.portugal
Facebook: www.facebook.com/UTATofficielle

 Clima 

Vamos deparar-nos com 2 climas distintos. Marraquexe onde poderão estar 30 graus e as montanhas onde estarão com sorte 12 graus de dia e bem menos à noite. É nas montanhas que vamos passar quase toda a viagem exceto no regresso onde ficaremos Sábado e Domingo. Para lá mal conta porque saímos do aeroporto diretos à montanha.
Clica nas imagem para a previsão de Marraquexe e de  Oukaimeden:
Praça Jema El Fna

Oukaimeden

 Dinheiro 
A moeda local é o dirham. 1€ vale mais ou menos 11 dirhams (11,25 para ser mais exato). Obviamente o Euro é facilmente aceite pelos comerciantes locais que farão amavelmente um câmbio arredondado a 10 dirhams por 1€, para facilitar claro….

É fácil levantar dinheiro nas ATM’s com os vossos cartões de débito VISA, Mastercard etc. No aeroporto e em Marraquexe há ATM’s com fartura. Em muitas lojas de Marraquexe é possível pagar diretamente com o cartão de débito ou crédito, tal como cá. Não se deixem enganar pelo aspeto da loja, provavelmente o tipo tem um terminal para pagar com cartões na gaveta.

Se em Marraquexe se vão sentir em casa no que a infraestruturas diz respeito em Oukaimeden (base da prova a 2700m de altitude) pouco ou nada há. E ATM’s não há. Deverão levantar dirhams no aeroporto.

Não há muita coisa onde gastar dinheiro na montanha. Exceções: o bar do albergue (jolas, cafés e cenas equivalentes), os almoços dos dias em que não corremos 7-8€ cada nos tascos típicos locais. Há 1 restaurante “produzido” com preços mais europeus. Tirando isto só sobra algum artesanato local que queiram comprar (convém regatear até á exaustão) ou algum produto nas mercearias locais, para além do merchandising da prova.

Façam as vossas contas e levantem dirhams de acordo. Não faz mal se levarem dinheiro a mais porque se ficarem mais um dia em Marraquexe no final os preços já são turísticos.

Os Dirhams não têm valor fora de Marrocos e não são aceites pelos bancos de cá para cambiar de volta para Euros. Antes de saírem do país podem no entanto voltar a cambiar para Euros pagando as inevitáveis taxas.

 Costumes  

Marraquexe é cosmopolita. O turista é rei e podem andar como quiserem, estou a falar principalmente para o sexo feminino. Quando passearem pelo centro tanto podem ver uma fulana de burca como uma jovem de mini saia. A tolerância impera.

O álcool é caro devido às taxas que o estado cobra. E nem todos os locais têm hipótese de pagar a licença necessária para vender álcool. Outros mais rígidos não vendem por opção. Se em Marraquexe é mais fácil encontrar locais com cerveja ou vinho, na montanha apenas o bar do albergue e provavelmente o tal restaurante “produzido” têm álcool. Os tascos destinam-se à população local que maioritariamente não consome álcool, muito menos em publico, por isso não têm sequer licença para vender. Obviamente também não encontram à venda nas mercearias de Oukaimeden. Uma lata de cerveja no albergue custa 3€.

 Oukaimeden e o CAF 

Oukaimeden é uma aldeia de montanha a 2700m de altitude. Na realidade não se trata de uma verdadeira aldeia ou vila. Apenas um conjunto de vivendas e 2 ou 3 hotéis à beira da estrada. Tal facto resulta do planalto e da encosta enorme onde estão os meios mecânicos e as pistas que no inverno fazem as delícias dos marroquinos amantes dos desportos de inverno. Para além de quase deserta nesta altura do ano, em que não há neve, ficam a descoberto muitas das fragilidades que a neve esconde na época alta.

Por isso o local não tem a vida própria de uma aldeia com os seus habitantes. Apenas existe um conjunto altamente básico e precário de infra-estruturas de apoio ao turista, que nesta altura do ano quase que não existe por ali. Alguns restaurantes “típicos” de Marrocos e 2 ou 3 lojas/mercearia/drogaria onde poderão encontrar alguns produtos básicos apenas. De facto Oukaimeden fica apenas a 1h30 de Marrakech pelo que é perfeitamente possível aos locais desfrutarem dos desportos de inverno saindo de manhã cedo e regressando ao final do dia. Daí o reduzido desenvolvimento das infra-estruturas locais.
O CAF é o albergue onde ficaremos. CAF é a abreviatura de Clube Alpino Francês e de facto o albergue é uma sucursal Marroquina desse clube. Ambiente e condições típicas de abrigos de montanha. Camaratas de vários tamanhos com beliches.
Preparem-se para o ambiente de partilha durante aqueles dias. Iremos seguramente partilhar uma ou mais camaratas com outros companheiros ou apenas entre nós. Felizmente seremos uma grande família com um único objetivo comum pelo que tudo irá decorrer da melhor forma. Saco cama e almofada são fundamentais. Tampões para os ouvidos são aconselhados para os sonos mais sensíveis.
Como o número de lugares no CAF é limitado quem já não conseguir lugar ou simplesmente não quiser pagar o adicional de dormir lá dentro, terá acesso a todas as infra-estruturas no CAF (bar e WC) mas terá de dormir cá fora num acampamento de tendas montado pela organização. Uma experiência ainda mais radical. Prever saco cama bem quente e roupa extra para as frias noites da montanha. Nesta opção tem-se a vantagem da privacidade que no CAF não é possível, pelo menos a privacidade visual já que a privacidade sonora também não é possível. No CAF existem alguns quartos mas estão reservados para a organização e respetivos convidados.

 A prova 


Com partida às 6 da manhã a prova dos 105Km tem 36 horas como tempo limite.

Esta não é uma prova como as que estamos habituados aqui em Portugal. Desde logo pelo material obrigatório do qual falarei mais abaixo, uma lista apreciável de material fora do vulgar. Mas acreditem que poderão vir a precisar de todo e ainda mais algum.

Lembrem-se que a prova é em Outubro. Só iremos perceber a tendência do clima na semana anterior. Estará bom tempo? Mais ou menos? Tempestade? Neve? Vamos passar aos 3600 metros. Não façam confusões. A maior parte de nós nunca esteve acima dos 2000 metros, na Serra da Estrela, e sabemos bem que se não estiver um dia bom, as coisas não são fáceis.

Portanto desde logo o meu 1º conselho é: não poupem no material obrigatório. Vamos estar em alta montanha e em alta montanha não se brinca. Se as coisas correm mal é a nossa vida que está em jogo. Mesmo com bom tempo aos 2700 metros na nossa base, é um pouco imprevisível como estará o topo. E não esqueçam que, infelizmente, vão lá passar de noite. Portanto ponto número 1 e o mais fundamental: alta montanha, equipamento a sério. Como só na semana anterior iremos ter alguma certeza do tempo para essa semana, não deixem para a ultima da hora arranjar o equipamento necessário. Pode até não ser todo necessário, mas guardem a decisão final para a véspera e se necessário deixem o que não fôr preciso na camarata.

Levem um bom frontal. As marcações são feitas com tinta refletora. Nalguns sítios não é refletora… mas com um bom frontal minimizam os problemas. Esqueçam os frontais da treta. Além disso vão ter de levar 2, convém que um deles seja de total confiança.

Caso alguém não tenha lido ainda a minha experiência é importante que o faça. Aí terão uma boa descrição do percurso e sobretudo aprendam com os meus erros. Sigam este link.

Partindo do princípio que treinaram e que estão a 100%, peço a vossa atenção para o gráfico da altimetria. 

1ª e fundamental diferença com as nossas provas: os reabastecimentos! 3 Reabastecimentos sólidos durante toda a prova. 3! Três! Quase 50 Km’s entre o 1º e o 2º! Uma montanha de 3600 metros de altitude entre o 2º e o 3º!

Escusam de se ir queixar que tem poucos reabastecimentos. A prova é mesmo assim. O termo semi-autonomia é levado bem a sério aqui. É bom pensarem bem a vossa alimentação porque 50 Km de montanha sem abastecimento sólido é muito tempo. Estamos a falar de 10h sensivelmente, para quem vá a um bom ritmo. Aliás a um muito bom ritmo. Contem com 12h para 50Km é mais seguro. Pessoal mais lento 14h.

Agora que seguramente já tenho a vossa atenção passemos ao percurso.

Esta prova só começa verdadeiramente aos 30 Kms. A subida inicial é feita por estradão e embora a subida nos leve logo acima dos 3000 metros é uma suave subida, excluindo alguns troços mais ingremes para descansar um pouco :)

Conquistados os 3000 metros espera-vos uma imensa descida em Z’s de mais de 1000 metros em 10 Kms. Atenção ao lombar, é muita inclinação e quando chegarem cá abaixo vão sentir os estragos se não tiverem reforçado todo o vosso core em condições. Irão tomar o pequeno almoço no ultimo reabastecimento até ao final da tarde. Gozem-no bem. Em toda essa zona iremos começar a atravessar as primeiras aldeias e o piso ficará um pouco mais técnico aqui ou ali. Mas até ao km 30 são os estradões a ditar a lei.

Depois de reabastecerem de água no Km 30 a prova vai começar. Os trilhos estreitam e os caminhos empinam, a subir e a descer. O piso degrada-se. Pedra e mais pedra. Pedra sem fim. As paisagens são deslumbrantes, os vales sucedem-se às montanhas, os picos enormes sempre presentes. Às vezes num vale, depois de uma curva está uma aldeia perdida nos confins do nada. E aquele trilho é a auto-estrada para lá….

Levem dinheiro. Perdido no nada poderá estar um miúdo mais empreendedor com um balde de bebidas geladas. Não, não vai haver cerveja. Sim, podem tentar regatear. Não é fácil baixar o já reduzido preço de uma água ou de uma coca-cola, mas podem conseguir um bom preço pagando uma rodada ao grupo de malta que estiver convosco na altura.

No Km 50 haverá novo ponto de água ou nem isso. A água será a vossa companhia antes deste abastecimento e se quiserem beber da ribeira não vale a pena esperar pelo Km 50. A fonte é a mesma. Se forem esquisitos prevenidos ou paranóicos, os comprimidos desinfestantes fazem parte do material obrigatório... mas demoram 30 minutos a actuar. Feitos estes primeiros 50 Kms a prova está longe de estar concluída, muito muito longe. Lembram-se que só começou aos 30?

O próximo objectivo será atingir o abastecimento sólido aos 68 Km. Chegar aqui com menos de 12h de prova é simpático. Alimentem-se bem se conseguirem. Preparem a subida. Vai ser duro. A luz do dia estará a dar as ultimas antes ou durante a subida.

Próximo obstáculo, sem contar com a dura escalada aos 3600 metros, é a complicada descida. Vão descer quase 2000 metros sendo que 1000 metros são verdadeiramente a pique. Inclinação brutal, cascalho solto, os pés ameaçam escorregar a cada passada. Força de braços e boa técnica de descida com bastões são essenciais para se progredir rapidamente. Não é fácil, nada fácil. Eu perdi a conta ao número de vezes que caí. A ver se desta vez a coisa corre melhor.

Quase no final da descida importa agora chegar a Imlil. Uma pequena cidade que vive do turismo de montanha. É a base de todos aqueles que querem subir ao ponto mais alto do norte de África. Vai ser estranho encontrar uma cidade ali, embora o alcatrão saiba bem ao fim de tantas horas de calhau. Depois de se alimentarem novamente é hora de prosseguir e faltarão talvez pouco mais de 1500m D+ para acabarem esta mega aventura. Mas guardem forças. Sobretudo os últimos 1000m D+ são demolidores. O cansaço, o piso, os pés, a noite sem fim, tudo somado…

Mas falta pouco para verem as bandeiras que assinalam a entrada no vale e tudo irá fazer sentido quando terminarem esta magnífica travessia do Atlas.


 O Equipamento 


Depois de vos ter alertado para as particularidades do percurso e para o facto de irem enfrentar uma invulgar prova de trail, pelo menos para os padrões das actuais provas portuguesas, aqui ficam alguns aspectos que deverão ter em conta no equipamento obrigatório. Tal como no percurso, não subestimem o equipamento e comecem desde já a pensar em adquirir o que vos falta e sobretudo a escolherem e a testarem o que forem usar de novo. A lista seguinte é muito baseada no UTMB e irei comentar os itens que achar necessário. Tal como no percurso, se houver dúvidas é só perguntarem, mas tal como no percurso já percebi que só vão ter dúvidas no dia da prova. Pois, amanhem-se!

Material obrigatório UTAT 105 km :


- Copo pessoal 15cl mínimo
- Reserva de água mínima de 2 litros 
  • podem sempre beber água das ribeiras sobretudo a alta altitude pois as ribeiras que correm nos vales das aldeias são usadas pelas populações locais para todos os fins
- 2 Frontais em bom estado de funcionamento com pilhas de reserva
- Manta de sobrevivência 1,40m x 2m mínimo
- Apito
- Kit de socorro: anti-diarreico (imodium por ex.), paracetamol (2 g), antiseptico, compressas, banda elástica adesiva que permita fazer uma ligadura (minimo 80 cm x 3 cm), comprimidos para a descontaminação e desinfecção química da água (aquatbs por ex.)
  • o material deste kit deve ser visto como uma recomendação do que deve conter um kit de primeiros socorros. Não é obrigatório que as coisas tenham os tamanhos especificados, ou que levem paracetamol se preferem ibuprofeno ou outra coisa. são apenas ideias que devem seguir. Lembrem-se que poderão estar sozinhos na montanha, poderão perder-se, torcer um pé, etc. nunca se esqueçam que poderão estar por vossa conta e risco!!! os comprimidos desinfectantes é melhor alguém comprar e partilharem. Ninguém vai examinar os vossos kits de primeiros socorros, tal como poderá não estar mais ninguém convosco se por acaso precisarem de alguma coisa que não levaram... 
- Reserva alimentar (mínimo 3000 Kcal)
  • Não é fácil transportar 3000 Kcal. Cada barra ou gel tem 100 Kcal. Ninguém quer levar 30 barras ou géis, muito menos passar o dia a comer barras e géis. Lembram-se que vão estar 50 Km em autonomia total de sólidos? 12h de dura montanha! Pois acreditem que estas 3000 Kcal vos vão fazer imensa falta. Eu levei as 3000, um pouco contrariado é certo. E marchou tudo! Mais houvesse.! Portanto toca a investigar e testar. Vão precisar de se alimentar decentemente.
- Casaco e calças impermeáveis (tipo Gore-tex) que permitam suportar o mau tempo na montanha
  • Já sabem que um bom casaco impermeável com algum grau de respirabilidade é fundamental em montanha. Aqui a novidade são as calças. Optei por comprar umas calças semi impermeáveis mas ocupam pouco espaço e pesam pouco mais de 100g. Pesquisem e façam as vossas escolhas. Não vos recomendo as minhas porque não cumprem a 100% o regulamento. Acreditem que se estiver mau tempo vão precisar delas.
- Casaco ou camisola polar (segunda camada) com mangas compridas
- Chapéu
- Luvas
- Fósforos ou isqueiro funcional
- O road-book da prova

Fortemente recomendado:

- Telefone móvel com roaming activo para Marrocos (colocar na agenda os números de urgência da organização, não ocultar o seu número de telefone e levar as baterias carregadas)
- Casaco e calças quentes técnicas
- 300 dirhmas (mais ou menos 30€) para algum imprevisto

Aconselhado (lista não exaustiva):

- Bastões*
- Muda de roupa
- Bússola
- Faca
- Cordel
- Protector solar e óculos de sol
- Vaselina ou creme anti-fricção
- Pensos para bolhas (Compeed por ex.)
- Kit de costura

*Se escolherem levar bastões será para a duração total da prova

Saco de muda:

Os concorrentes do UTAT (105 km) podem deixar na zona da partida um saco com pertences para trocar. 
O saco deve estar identificado e será enviado para sensivelmente 2/3 do percurso (para Imlil - PC12 sensivelmente ao Km 88). O saco será depois enviado de volta para a partida no final da prova. Não são permitidos bastões nos sacos. A organização declina responsabilidade em caso de perda, roubo ou deterioração do conteúdo do saco.

Agora enquanto pensam onde vão meter toda esta tralha (não se esqueçam de fazer uns testes com a vossa mochila carregada com todo o material, só para verem se cabe) deixo-vos com os últimos conselhos. Esta é uma prova de pequena dimensão. Seremos talvez uns 150, se tanto, na prova principal. A organização é de excelente nível mas os PAC estão isolados na montanha podendo demorar várias horas entre alguns deles. Provavelmente ninguém vos vai revistar e perguntar pelo material obrigatório, embora o possam fazer ao longo de todo o percurso. Mas não se deixem enganar. Em alta montanha se as coisas dão para o torto é a vossa vida que está em jogo. Não subestimem o material obrigatório. Se escolherem não levar alguma coisa, saibam que, para além de poderem ser desclassificados, poderão arrepender-se seriamente caso essa falta vos leve a ter de abandonar a prova. Deixem para a ultima da hora a decisão de levar roupa mais ou menos quente pois não vamos ter a certeza do tempo que vai estar até poucos dias antes da partida.

Agora que ficaram finalmente preocupados, não se esqueçam de treinar e nos intervalos vão-se preocupando com o material e principalmente espaço para o levarem. Divirtam-se e boa prova!

2 comentários:

  1. Excelente Paulo, excelente! Até parece que vai ser fácil :)

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  2. Excelente serviço público! Com um guia destes qualquer pessoa pode chegar até à partida da prova... Terminá-la já será outra conversa.. Força nessa expedição tuga!

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