3600 Km depois, muitos camelos, dunas, deserto, um país fantástico e hospitaleiro e um grupo fantástico de amigos que teimaram em ajudar a concretizar um sonho, eis que estamos de volta ao ram ram do costume.
Mas nem tudo é mau. Estão de volta as corridas. Após 10 dias de rabo sentado no Vitara e outros tantos a reentrar na atmosfera rotineira de uma capital europeia chegou, quase sem calçar os ténis, chegou a obrigatória corrida do Metro. 15 Kms, sempre bem organizados, com bons presentes no final. Nem o SLB consegue fazer sombra a esta prova. Tenho uma costela SLBiana e fui a todas até agora. Gostei e não gostei. É ler os relatos para perceber porquê. Volto a ir a outra quando não escolherem, à ultima da hora, datas já escolhidas por provas muito mais credíveis. Além disso 10Km dão-me sono e já passei 3 vezes por dentro do estádio da Luz. Portanto a corrida do SLB este ano, para mim, temos pena.
Já estávamos quase prontos para sair de casa quando se começa a ouvir uma carga daquelas a cair. A Dora ainda resmungou qualquer coisa mas até ela já percebeu que a meteorologia não tem nada a ver com o atletismo. Lá fomos.
Contrariamente ao que eu pensava, não ia ser uma descarga rápida. Estacionámos ao pé da entrada para a estação da Avenida e esperámos. Esperámos. Esperámos. Às 9h15 já não valia a pena esperar mais. Eu segui para o Campo Grande e ela foi para o Rossio. 10 minutos antes das 10 o S. Pedro conseguiu umas abertas para aquecermos.
E depois lá partimos. Notava-se um pouco o efeito SLB e o efeito S. Pedro a fazer alguma mossa no numero de participantes. O circuito foi interessante. Muito rápido com grandes descidas. Foi óptimo descer a Almirante Reis (dia 1 vou subi-la).
Ia a sentir-me bem. As férias e o descanso fizeram-me bem. Notava alguma dificuldade em manter um ritmo forte mas ao mesmo tempo sentia o corpo descansado e com capacidade de resposta. Ao Km 6 apareceu o Joaquim e fomos a falar até depois da Portugália. Ele parou para apertar os atacadores e segui sozinho. Ao Km 10, no reabastecimento, troquei de garrafa de água. Procurei um balde para a garrafa que trazia e o balde estava por detrás da banca das águas no passeio (?!?!?) tirei as medidas, calculei a velocidade a que ia, a velocidade do vento, a curvatura da terra, a inclinação da avenida e fiz um fabuloso lançamento de 3 pontos. Foram mais de 15 metros em plena corrida. Os populares explodiram em aplausos. Não faço outra nos próximos 500 Kms :)
Embora me fosse a sentir bem, e estivesse a fazer um bom tempo sabia que a prova ia ser muito rápida, com aquelas descidas enormes, e também este ano a sweat shirt para os 1ºs 500 não estava ao meu alcance. Não tinha treinado portanto teria de ficar para o ano. Mas para variar estava a fazer um final muito forte, há muitos Kms que não parava de ultrapassar gente e na rua da Prata foi mais do mesmo. Com a meta à vista comecei a ver os tipos da organização a prepararem-se para fechar os 1ºs 500. Atónito porque se calhar afinal ia conseguir, nem tive tempo de reagir e também já não ia conseguir ultrapassar o próximo. O tipo da meta com a faixa contava e escolhia o 501....e era.... EU!!! Pimba. Você para a direita. EU!!! Que galo. Fiquei sozinho com um corredor novinho à minha frente. Ah!!! Tão perto e acabei de castigo. A brincar com a situação lá segui para receber os presentes. Ahhhh!!! Tinha ficado com ele atravessado :) Mas pronto. Não tinha treinado, nem tinha pensado que fosse possível e alguém tem de ser o 501. Meio agri-doce, sem sweat shirt mas feliz com o meu desempenho por quase conseguir, lá fomos para casa. A Dora também tinha feito uma boa prova.
Quando cheguei a casa e fui ver os resultados finais na net fiquei frustado. 468º 468!!!! Então? Que coisa. Então mas.... Toca a mandar um mail para a Xistarca. Onde está a minha sweat ó meus? Não é pelo paninho mas já agora. Há vários anos que vou ao Metro e agpra que consegui uma coisa que não me parecia possível aqui há uns anos... já agora....!
A resposta veio pronta. Embora eu tenha chegado de facto em 501, faltavam ainda na classificação as meninas. E também estavam a mais 8 meus que foram desqualificados por não terem chip. Contas feitas o meu lugar foi o 492º e de facto tem brinde que a Xistarca me há-de fazer chegar.
Tudo esclarecido e quebrada mais uma barreira que não pensava ser tão fácil de bater. Ainda o ano passado bem mais em forma a coisa falhou por pouco. Os tempos estão aqui mas na altura em que escrevo este post ainda não estão totalmente correctos pois agora apenas estão 104 atletas na listagem :) Quando estiverem correctos deverei estar em 492 com 1h 07m e mais uns picos.
Para a semana vamos fazer o 25 de Abril ao contrário. Vamos do Carmo para a Pontinha, ao contrario do que aconteceu à 36 anos. Só espero não instaurar uma ditadura.
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