Este ano não podia ter falhado esta prova. O ano passado tinha tudo preparado e falhei à ultima da hora retido do outro lado do Atlântico com um voo perdido. De modo que lá fomos. O dia prometia estar um espectáculo embora o termómetro do carro chegasse a mostrar 3º...
O local da prova é muito bom. A 1h de Lisboa e a 5 min. da saída de Fátima da A1. A hora mudou neste fim de semana o que nos roubou uma preciosa hora de sono. Ossos... Dorsais entregues sem grande confusão às 9h ninguém queria estar na partida. Teve de ser o speaker a chamar o pessoal para a partida. Estava frio e só a ausência de vento tornava a coisa mais suportável.
E lá partimos em direcção às grutas da Moeda. Muito engraçadas. Pequenas mas todas arranjadinhas, merecem bem uma visita. A temperatura de sauna na gruta contrastou com a temperatura à saída. Uiii que frio outra vez.
Depois começaram os trilhos. A paisagem é fantástica. O piso é tramado. Muita pedra, muita pedra. Sendo os pés a minha zona mais fraca e tendo aleijado o dedão logo ao Km 10, (ainda por cima nunca chegou a recuperar totalmente desde Almourol onde ficou bem dorido), sofri bastante nas descidas. Mais uma escolha de meias errada para ajudar à festa.
Mas a paisagem ajudava a esquecer tudo. Que vistas magníficas. Descidas bem complicadas ajudavam à festa.
Perdi a conta à quantidade de vezes que torci o tornozelo. Algumas bem fortes, pensava que iam deixar mazelas mas até agora nada.
Após uma grande descida para uma aldeia num vale incrível esperava-nos uma subida daquelas de deixar os bofes de fora. Quase a pique por uma escadaria talhada na terra. Às tantas em plena subida o meu unico erro no percurso. Ia jurar que o gajo à minha frente tinha entrado numa gruta. Sabia que por ali havia uma falha na rocha que tinhamos que atravessar. Entrei na gruta mas 10 metros depois a coisa começou a ficar negra. Literalmente. Não se via nada. Era impossível progredir. O pessoal que entrou todo atrás de mim começou a duvidar que quisessem que explorássemos mais grutas. Até que alguem gritou lá para dentro que não era por ali. Desfeito o engano era preciso subir um pequeno patamar e entrar numa gruta semalhante mas essa rapidamente se transformou apenas num desfiladeiro apertado com 10 metros de comprimento.
Descidas a pique, escadarias talhadas na rocha com cordas para ajudar a descer, trilhos no eucaliptal. De tudo um pouco ia surgindo. Até que ao faltarem apenas 500 metros para a meta desembocámos da floresta directamente na vila de S. Mamede. Exactamente 3 horas depois. Uma boa média atendendo à dificuldade do percurso. Embora haja algumas subidas e descidas extremas, grande parte do percurso é feito com pequenos desníveis. Ora isto dificulta o descanso e obriga a correr. Daí talvez ter achado esta prova muito desgastante e dura. Mas foi um conjunto de factores sendo que o piso ajuda bastante por ir moendo a pouco e pouco, torcendo os tornozelos, massacrando os pés. Uma desgraça.
Os reabastecimentos também estavam bem. Só um sólido e água nos outros. Podia ser melhor mas foi suficiente. No final frutinha da boa e água à descrição. Se não comi 3 laranjas andei lá perto.
Chegado enfim à meta foi tempo de reencontrar a Dora e a Margarida que tinham ido à caminhada. O Verísssimo também já andava por ali pois tinha feito 2h30m. Que craque! O almoço decorreu sem stress, carne grelhada com arroz de feijão. Reposta a energia toca a regressar.
Resumindo uma excelente prova, dura, mas muito bonita e muito bem organizada. À medida que fôr tendo mais info e fotos actualizo o post.
Agora é altura de umas pequenas férias e a próxima só está agendada para dia 18 de Abril. Vamos ligar a tracção às 4 e rumar até ao deserto. Boas férias para todos. E não façam como eu. Não deixem de treinar :)
Sem comentários:
Enviar um comentário