domingo, 24 de julho de 2016

Haute Route - Dia 1 - Chamonix -> Col de La Forclaz

( post anterior Haute Route - Como nasce uma aventura )

Ainda antes de vos teletransportar para a mítica Place du Triangle de l'Amitié em Chamonix, local onde se vivem fortes emoções com a partida e a chegada de tantas aventuras e onde já estive apreensivo e também feliz uma série de vezes, uma pequena nota para a mochila, fonte de todas as atenções a uma semana de partirmos. 

material na mochila
Já o ano passado tinha percebido que é possível passar 5 dias a correr com tudo o que é preciso para uma aventura destas. Quanto menos precisarem, mais leves vão e mais fácil vai ser correr. Claro que estamos nos Alpes, a subir é virtualmente impossível correr, com inclinações que podem chegar a 45%, mas a descer.... é só uma questão de hábito.
Este ano e dado que a mochila já tinha de ir pronta de casa e não preparada em Chamonix, houve um cuidado redobrado para garantir que nada faltava e sobretudo nada ia a mais. O objectivo eram os 5Kg. E foi atingido! Ora vejam aqui o conteúdo. Nada faltou e provavelmente para a próxima ainda elimino uma ou outra coisa. A lógica de levar 2 mudas de roupa, para além da que levava já vestida de casa tinha a ver com a dificuldade que poderia existir em secar a roupa do dia anterior, principalmente se estivesse a chover (sim era preciso lavar a roupa diariamente para tornar a usar, não ia andar 6 dias com 3 t-shirts). Assim haveria sempre 1 muda de backup.

a bela da mochila "oficial"
A mochila em si não é muito importante. Diria que qualquer mochila de 20 litros é óptima. No nosso caso e dado que este ano houve repetentes do ano passado, confirmámos que a mochila da Decathlon Forclaz 20 Air por 19,99€, à falta de melhor, é uma opção muito competente. Está a tornar-se a mochila oficial destas aventuras. Não precisam de bichosidades caríssimas de trail running, embora se conseguirem levar uma xpto de 5 litros com tudo o que precisam, sorte a vossa. Eu prefiro um pouco mais de espaço e facilidade de arrumação. Dá perfeitamente para correr com um mínimo de oscilação, também não se trata de nenhuma prova. A ideia é ser confortável.

A praça da falicidade
E arrumada a mochila e as questões da mochila, de repente estamos em Chamonix a dizer adeus ao condutor da Alpy Bus. A ultima réstia de planeamento fidedigno desapareceu rua abaixo. Era a vez das nossas pernas cumprirem a sua parte. Em Zermatt voltaríamos a ver a carrinha da Alpy Bus.
Depois da foto da praxe com a igreja ao fundo, eu o Melo e o Hugo despachamos rapidamente a questão de comer qualquer coisa e iniciamos o percurso.

Para verem o percurso bem como todas as fotos do dia georeferenciadas, explorem a aventura no Garmin Adventures clicando no símbolo (abre uma nova janela e podem continuar a ler)

Este primeiro dia era apenas um aquecimento. Progredir um pouco rota adentro aproveitando a tarde, já que não dava para chegar antes da hora do almoço a Chamonix. Assim o plano era fazer apenas 26Km e cerca de 1500m D+ e já dormirmos na Suiça para no dia seguinte iniciarmos a sério o percurso.

Ensaiamos os primeiros trotes ligeiros a sair de Chamonix. CREDO! como era possível correr com um anão às costas? Eram só 5 Kg mas pareciam 20. O percurso segue ao longo do vale em direcção a Argentière num trilho típico da zona. Cascatas, pontes, subidas íngremes mas curtas, a habitual beleza da floresta alpina. Em Argentière começamos a subir para Le Tour. mas a verdadeira subida do dia só começaria em Le Tour para o Col de Balme. Ainda também um aquecimento de subida. Hoje era tudo muito light.

Em Le Tour o céu tinha fechado e gotas grossas fazem-nos resguardar e vestir o impermeável. Ainda caiu bem alguns minutos mas foi chuva de pouca dura. Só mesmo para refrescar. Iniciamos a subida que começa junto ao teleférico quando surgem o Luis e o Eduardo. Um pouco mais atrás o resto da comitiva. Ao longo da subida já dava para ver toda a gente. Na subida para o Col de Balme fomos presenteados com um glaciar e com uma vista impressionante de todo o vale até Chamonix. O dia meio chocho não deixa a fotografia fazer justiça à magnífica paisagem.


No Col de Balme a quase 2200m os primeiros sinais de gelo mas ainda sem atrapalhar a descida que foi feita sempre a rasgar. Já deu para sentir o peso da mochila nos joelhos e nos quadriceps. Cá em baixo no vale via-se Trient de uma prespectiva diferente do UTMB vale abaixo, mas a nossa rota mandava-nos subir novamente em busca do hotel do Col de La Forclaz. Suibida curta e grossa. Quando vislumbro o hotel apercebo-me que tinha sido na esplanada do hotel que o ano passado nos tínhamos sentado a beber umas fresquinhas. Nem de propósito!

       

Não fomos mal tratados, pelo contrário, mas felizmente a fasquia foi sempre subindo ao longo da viagem. O hotel tem demasiado movimento para o nosso gosto. Perto da estrada que desce para Trient só podia ser. Montes de gente a jantar. Aqui tomámos o primeiro contacto com a realidade dos ridículos preços suíços. Será razoável pedirem-se 50€ por MEIO LITRO de zurrapa de vinho Suíço? Deixámos o vinho para os patos. Depois de um banhinho e de termos enchido o papinho, o merecido descanso. 

O conta quilómetros parcial marcou 26,5 Km e 1500 D+ (em 5h e 15m)

Amanhã a coisa vai ser a sério...

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