Quando decidi experimentar uma alimentação pobre em hidratos de carbono e rica em gorduras, uma das grandes duvidas era como o corpo se iria comportar em treinos e provas.
Por um lado todos sabemos que sem os hidratos de carbono não temos energia, certo? Então como podemos sequer pensar em praticar qualquer desporto? Sem energia?
Primeiro vieram os incrédulos, "sem hidratos não tens energia", depois vieram os profetas da miséria "gordura? isso faz colestrol", depois os pessimistas "eu quero ver quando fores fazer análises", depois os descrentes "não comer hidratos faz mal a saúde".
Lá fui ignorando as várias espécies de agarrados aos dogmas e às velhas crenças. Mesmo lendo muito, e pesquisando não é fácil, porque embora comece a existir alguma informação, também existe muita contra-informação. Se num sitío se lê "fantástico" noutro lê-se "pura parvoíce".
Ao princípio o corpo tem de passar por um desmame. Habituado a ter energia fácil, proveniente da glicose em circulação armazenada sobre a forma de glicogénio no fígado e nos músculos, nas primeiras semanas o corpo vai reduzindo as suas reservas e sendo forçado a consumir outro tipo de energia. Por isso é normal uma redução de capacidades, falta de força, pernas pesadas. De repente estamos completamente fora de forma.
Mas a pouco e pouco e continuando a batalha nas 3 frentes (menos hidratos, mais gorduras e treinos) começam a desaparecer as dificuldades. O corpo é literalmente forçado a "aprender" (na realidade optimizar) o consumo de gordura. Embora seja mais eficaz, este consumo dá mais trabalho ao metabolismo e por isso espera-vos uma longa fase de aprendizagem.
É importante nesta fase usar o método MAF treinando sem ultrapassar as 180-idade pulsações por minutos. Sim é lento, mas é o que vai permitir criar uma base aeróbica. A pouco e pouco irão conseguir aumentar a velocidade sem ultrapassar o limite.
A fórmula tem umas nuances pelo que é importante visitarem a página e lerem o artigo https://philmaffetone.com/180-formula/
No meu caso e com 51 biscas, a fórmula daria 129 ppm, com mais 5 ppm por treinar há mais de 2 anos e ter feito algum progresso sem lesões, podia correr a 134 ppm. Claro que podia correr o que quisesse, mas sempre que estivesse a fazê-lo nas 134 estaria teoricamente no valor optimo para que o corpo se adaptasse mais rapidamente ao novo combustível. Sendo um gajo mal mandado nem sempre o fiz, mas nunca me esqueci quando estava a prevaricar. E é engraçado quando medimos o comportamento do nosso corpo, as coisas que se aprendem. No início dos treinos o coração disparava, mas a certa altura a coisa acalmava e a pulsação descia para valores mais razoáveis e era mais simples gerir a pulsação máxima com ritmos aceitáveis.
Com o passar do tempo o corpo não tem outro remédio senão começar a viver da gordura, da vossa gordura. E da que comem claro. Vão sentir menos fome, menos necessidade de comer a toda a hora, barras e géis serão coisas do passado. Podem começar a ir treinar de manhã sem comer, podem mesmo saltar o pequeno almoço, treinarem e só depois almoçarem. Há muita coisa para aprenderem neste novo paradigma. Durante uns tempos o foco deixa de ser o treino mas sim o comportamento do vosso corpo, as alterações e adaptações, umas subtis outras nem por isso. A principio vão notar que suam mais, que estão mais ofegantes, vão precisar de mais sal na vossa alimentação.
Tudo parvoíces e loucuras, dirão uns. Sei bem o que isso é. Ouvi tantas vezes.
Mas com a ajuda de outras pessoas, com muita pesquisa e informação vamos aprendendo e melhorando. Na altura criei um grupo no Facebook para trocar experiências com outras pessoas. Não somos muitos, nunca somos muitos em Portugal, e temos um feitio tramado, não somos muito de partilhar e comunicar, mas é o que há. Se quiserem aderir irão encontrar alguns conteúdos que vos ajudam a encontrar os tópicos e as fontes corretas. Também podem colocar as vossas duvidas que serão prontamente respondidas: https://www.facebook.com/groups/307285012997052. Vou poupar este post porque se tiverem realmente interesse no tema, no grupo do facebook estão os links para várias questões que podem perseguir.
Lá para Outubro surgiu num Treino Lunar a ideia de ir até Amesterdão para fazer a maratona de Roterdão. Como estava um bocado farto de provas de trail a cada esquina, e ainda em fase de adaptação a esta nova alimentação, porque não fazer um treino específico para a maratona?
Uma boa oportunidade para:
- Parar com a rotina semanal das provas de trail que já não tinha paciência;
- Treinar especificamente e exclusivamente para uma maratona;
- Testar o conceito Low Carb High Fat numa maratona;
- Tentar melhorar o meu tempo de 3h12m na maratona;
Primeiro passo estabelecer um objectivo. Razoável seria 3h05m, mas não se treina para 3h05m, por isso teria de ser para as 3h. Um objectivo agressivo, que sabia inatingível, mas ainda assim serviu para estabelecer os ritmos dos vários treinos específicos. Tal como não se treina para empatar, lá teve de ser.
Primeira dúvida: o corpo iria suportar a carga, o ritmo e o volume dos treinos?
E se suportasse, será que depois conseguiria sobreviver à maratona? Com uma alimentação pobre em hidratos e rica em gordura? Contrariamente ao que se lê por todo o lado? Seria possível ir contra todos os dogmas estabelecidos e melhorar o meu tempo de 3h12m?
Continua... no artigo O Desporto e Low Carb High Fat - A prova dos 9
Mas a pouco e pouco e continuando a batalha nas 3 frentes (menos hidratos, mais gorduras e treinos) começam a desaparecer as dificuldades. O corpo é literalmente forçado a "aprender" (na realidade optimizar) o consumo de gordura. Embora seja mais eficaz, este consumo dá mais trabalho ao metabolismo e por isso espera-vos uma longa fase de aprendizagem.
É importante nesta fase usar o método MAF treinando sem ultrapassar as 180-idade pulsações por minutos. Sim é lento, mas é o que vai permitir criar uma base aeróbica. A pouco e pouco irão conseguir aumentar a velocidade sem ultrapassar o limite.
A fórmula tem umas nuances pelo que é importante visitarem a página e lerem o artigo https://philmaffetone.com/180-formula/
No meu caso e com 51 biscas, a fórmula daria 129 ppm, com mais 5 ppm por treinar há mais de 2 anos e ter feito algum progresso sem lesões, podia correr a 134 ppm. Claro que podia correr o que quisesse, mas sempre que estivesse a fazê-lo nas 134 estaria teoricamente no valor optimo para que o corpo se adaptasse mais rapidamente ao novo combustível. Sendo um gajo mal mandado nem sempre o fiz, mas nunca me esqueci quando estava a prevaricar. E é engraçado quando medimos o comportamento do nosso corpo, as coisas que se aprendem. No início dos treinos o coração disparava, mas a certa altura a coisa acalmava e a pulsação descia para valores mais razoáveis e era mais simples gerir a pulsação máxima com ritmos aceitáveis.
Com o passar do tempo o corpo não tem outro remédio senão começar a viver da gordura, da vossa gordura. E da que comem claro. Vão sentir menos fome, menos necessidade de comer a toda a hora, barras e géis serão coisas do passado. Podem começar a ir treinar de manhã sem comer, podem mesmo saltar o pequeno almoço, treinarem e só depois almoçarem. Há muita coisa para aprenderem neste novo paradigma. Durante uns tempos o foco deixa de ser o treino mas sim o comportamento do vosso corpo, as alterações e adaptações, umas subtis outras nem por isso. A principio vão notar que suam mais, que estão mais ofegantes, vão precisar de mais sal na vossa alimentação.
Tudo parvoíces e loucuras, dirão uns. Sei bem o que isso é. Ouvi tantas vezes.
Mas com a ajuda de outras pessoas, com muita pesquisa e informação vamos aprendendo e melhorando. Na altura criei um grupo no Facebook para trocar experiências com outras pessoas. Não somos muitos, nunca somos muitos em Portugal, e temos um feitio tramado, não somos muito de partilhar e comunicar, mas é o que há. Se quiserem aderir irão encontrar alguns conteúdos que vos ajudam a encontrar os tópicos e as fontes corretas. Também podem colocar as vossas duvidas que serão prontamente respondidas: https://www.facebook.com/groups/307285012997052. Vou poupar este post porque se tiverem realmente interesse no tema, no grupo do facebook estão os links para várias questões que podem perseguir.
Lá para Outubro surgiu num Treino Lunar a ideia de ir até Amesterdão para fazer a maratona de Roterdão. Como estava um bocado farto de provas de trail a cada esquina, e ainda em fase de adaptação a esta nova alimentação, porque não fazer um treino específico para a maratona?
Uma boa oportunidade para:
- Parar com a rotina semanal das provas de trail que já não tinha paciência;
- Treinar especificamente e exclusivamente para uma maratona;
- Testar o conceito Low Carb High Fat numa maratona;
- Tentar melhorar o meu tempo de 3h12m na maratona;
Primeiro passo estabelecer um objectivo. Razoável seria 3h05m, mas não se treina para 3h05m, por isso teria de ser para as 3h. Um objectivo agressivo, que sabia inatingível, mas ainda assim serviu para estabelecer os ritmos dos vários treinos específicos. Tal como não se treina para empatar, lá teve de ser.
Primeira dúvida: o corpo iria suportar a carga, o ritmo e o volume dos treinos?
E se suportasse, será que depois conseguiria sobreviver à maratona? Com uma alimentação pobre em hidratos e rica em gordura? Contrariamente ao que se lê por todo o lado? Seria possível ir contra todos os dogmas estabelecidos e melhorar o meu tempo de 3h12m?
Continua... no artigo O Desporto e Low Carb High Fat - A prova dos 9
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