quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Stryd - Power to the... runners! (parte 5) by Pedro Almeida

Agora é que vai ser calibrar!

Esta parte 5 vai ser espetacular, mas se não leram a parte 4 então vai ser menos boa, por isso toca a clicar aqui primeiro se falharam a semana passada, caso contrário não vão perceber o que se passa neste artigo.

Desta vez tinha tudo configurado como devia ser, Stryd como fonte para a distância e velocidade, o GPS seria só para fazer o boneco no Strava. Bora lá!
Mas chegando ao estádio apercebo-me, ao contrário do que era habitual nos últimos tempos, que tenho 2 atletas a utilizar a pista e ainda por cima logo na pista 1 e pista 2. Nada de preocupante numa situação normal, mas neste caso bastante chato para um gajo que de repente lhe apetece correr não na pista 1, nem na pista 2, mas mesmo no meio das duas pistas! Aqui está o inconveniente deste método de calibração que referi no artigo anterior.

OK está certo que podia ter corrido numa pista qualquer, mas estava com a intenção de testar, calibrar e voltar a correr no mesmo dia, pelo que ter de estar a corrigir de cabeça não sei quantas pistas para o exterior ia complicar as contas. Que raio de dia para me ter esquecido de levar o telemóvel! Ainda por cima os dois Manéis estavam constantemente a inverter o sentido de corrida na pista, sem sequer estarem sincronizados em cada momento no mesmo sentido, pelo que era impossível tentar manter-me atrás deles na pista.

Sendo obrigado a improvisar lá decido correr em cima da linha que separa a pista 2 da pista 3, que assim do me lembrava deveria dar mais 8 metros por cada volta (não é bem, anda mais nos 7.5 metros, mas para ponto de referência rápido naquele momento servia). Como o pessoal geralmente corre mais junto ao interior, talvez não parecesse assim tão maluco ao correr em cima da linha 2-3. Passaria a ter de compensar mais 14 metros por cada volta que desse à pista (os tais 6 metros a mais por ir em cima da linha, mais 8 metros por estar numa pista mais exterior), num total de mais 70 metros pois iria correr 5 voltas. Idealmente deveria ter 2.070 metros no final.

Pé com Stryd em cima da linha e lá vou eu! Primeiro cruzamento com outro atleta, olha-me meio de lado mas passo sem qualquer comentário. Se por acaso estiverem a ler este artigo e pensarem "Ah então eras tu no Inatel meu malandro!" aproveito desde já para pedir desculpa pelo mau jeito, mas foi tudo feito em nome da ciência.

Primeira volta e lá carrego no botão, segunda volta, botão, terceira volta, botão. Tal como na primeira tentativa de sincronização vou variando o ritmo por volta, uma faço a 4'30/km, outra a 5'30/km e até mesmo a 4'/km, é a loucura. No entanto mesmo com a minha matemática rápida começo a perceber que a coisa não está a correr como previsto. A cena está curta mas como se costuma dizer, não interessa como começa mas sim como acaba. Lá termino as 5 voltas e dirijo-me para o banco dos suplentes para fazer contas com calma. Confirma-se o que já esperava, tenho apenas 2.02 km de distância na atividade, quando devia ter 2.070 m. Faz-me falta mais uma casa de precisão, mas assim por alto tenho 50 metros a menos, cerca de 10 metros por volta, portanto um erro de 2.5% em relação ao esperado.


(sim é verdade, esqueci-me de marcar manualmente uma das voltas)

Caraças, afinal o sensor é pior que o GPS do Garmin!

Ou talvez não... O importante nesta fase pré-calibração é que o sensor seja preciso, mesmo que para já não seja exato (vide definições ISO de precisão e exatidão).

Decido fazer novas 5 voltas para ver o que dava, desta vez no sentido inverso da pista. Se dúvidas havia, ficam agora dissipadas, os dois atletas na pista oficialmente classificam-me de chalupa ao verem-me a correr novamente em cima da linha. Obtenho a mesma margem de erro, por isso não perco tempo e aplico um fator de calibração de 2.5% ao Stryd diretamente nas definições de sensor no Garmin. Parece-me um pouco excessivo face ao (pouco) que tenho lido no grupo de FB, mas com a ciência não se discute, principalmente quando se começa a ficar com pouco tempo na hora de almoço.

Últimas 5 voltas agora com o Stryd calibrado, ninguém pára o Almeida! Power!!

Termino mais uma vez com o pézinho em cima da linha como é suposto e olho para o ecrã. Dois mil e setenta metros, exatamente o que era esperado de um Stryd calibrado, impossível não ficar com um sorriso rasgado na cara. Os 2 atletas passam por mim já sem fazer contacto visual, toda a gente sabe que se deve evitar os maluquinhos...

2 comentários:

  1. Viva Paulo.
    Desde já parabéns por este sitio com tão boa informação sobre corrida.
    Cheguei aqui por mero acaso e pela pesquisa que ando a fazer pelo stryd.
    Continua com o excelente trabalho!
    Estava a gostar destes artigos, acabou na parte 5? Não há novidades?

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    1. Viva André. Efetivamente foi uma série de artigos que ficou pendurada. Gostava de culpar o Covid, o excesso de trabalho, a vida familiar e o Trump, mas na prática o maior culpado sou eu mesmo. Dificilmente haverá mais artigos da minha parte, principalmente agora que a empresa introduziu um esquema de subscrição e nem sei ao certo o que mudou para quem comprar agora (como cliente anterior penso que mantive algumas funcionalidades). De qualquer forma se tiver questões posso tentar responder dentro da minha experiência, continuo a correr sempre com o Stryd nas sapatilhas.

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