sábado, 11 de abril de 2020

Gazeta da Caverna - Vergonha, Fermento e Cavaqueira


Este número da Gazeta da Caverna promete, mas para veres se cumpre, vais ter mesmo de clicar e ler. Espero que se divirtam com a mixórdia de temáticas que entendi destacar neste número da Gazeta.
Enquanto prosseguimos na luta possível contra este vírus, que mais do que uma ameaça à nossa espécie, é uma ameaça à nossa solidariedade e mesmo à nossa sociedade. Relembremos que o vírus é banal para a grande maioria da população, sendo letal apenas para os mais fragilizados, os idosos, os que padecem de outros tipo de problemas de saúde e vários outros grupos não claramente definidos, dado que estamos a lutar contra um inimigo do qual temos muito pouco conhecimento.

Actualmente com mais de 100.000 mortos para quase 2.000.000 de infectados, foi há 10 dias que escrevi algo sobre este tema neste artigo. Se não leram podem ler agora, pois traz algum contexto ao que vou escrever a seguir. Há 10 dias estávamos com 1.000.000 de infectados e 50.000 mortos (5% mortalidade). Portanto em 10 dias duplicou o alcance, com a  mortalidade agora nos 6% dos infectados.

Independentemente das estratégias que estão a ser seguidas nos diferentes países e dos resultados que estão a ser alcançados, ontem houve uma vitória de Pirro. Difundida nos media como um acordo, é de facto uma tristeza, uma vergonha europeia. Proponho inclusive a alteração da UE para VE.

Vergonha Europeia

O suposto acordo a que chegaram os ministros das finanças da VE é resumido de forma brilhante pelo Insónias em Carvão neste tweet

Não tenho muitas palavras para definir a resposta ridícula da VE face ao momento que atravessamos.  É a confirmação que o fim desta fantochada a que insistimos em chamar união, está agora muito perto do fim. 

Deixo-vos alguns textos de pessoal que percebe do tema, que eu é mais bolos, acho...
 The question to ask is what’s the point of any union if it cannot find unity when it is needed most
Se, numa altura tão crítica, é o salve-se quem puder e se compelem os Estados a saltar para cima de “baralhos de cartas” prestes a desabar, para que serve a Zona Euro?
A resposta europeia à pandemia: um “castelo de cartas”?

A resposta a estas duas questões é obviamente: para absolutamente nada!

Como em todos os maus exemplos, ganha o gajo que tem mais dinheiro, ganha o dono da bola, ganha quem tem os piores valores morais mas, por causa disso mesmo, mais zeros à direita na conta bancária. E, tomem nota, independentemente do que aí vier, e não vai ser bom, o fim da VE está próximo. Lembrem-se, leram aqui primeiro. Pode ser uma questão de meses, ou de anos, mas acabou. A UE acabou. Venha a VE.

Depois venham chorar porque os movimentos euro-cépticos, demagogos, nacionalistas, fascistas e mesmo nazistas, estão a prosperar, que a extrema-direita populista toma conta dos países. É obviamente o nosso futuro, face ao exemplo que vem de cima. 

E pronto, resolvida esta questão, vamos a temas mais práticos.

Fermento Caseiro

O pessoal aqui em casa andava um bocado enlouquecido com o raio do fermento. Queriam comprar fermento para fazer um folar da páscoa. Mas parece que há um movimento nacional de padeiros que esgotam toda a farinha e fermento em todos os supermercados. Já é uma seca ir a um supermercado com filas de mascarados à porta, cada um com um ar mais pavoroso que o outro, depois lá dentro a menina diz que não há, que estão à espera. 

Eu que até gosto de fazer uns pães catitas, não faço parte deste movimento panificador. Já há muito tempo que extingui o pão da minha alimentação diária, por isso podem mandar 10 pandemias antes de me lembrar de comer pão. Agora se me mandarem uma saca de trigo ou centeio para moer, aí sim, pego no meu moinho e com gosto amasso um pão rústico e sem qualquer ingrediente para além de um pouco de sal e água. 

Mas o que me levou a falar da falta de fermento nacional é o facto de que podem facilmente fazer fermento em casa, do zero. Só precisam de um pouco de farinha, água e tempo.

E se não leram, leiam o meu artigo sobre fazer um pão verdadeiro. Aí para além de explicar o que é Pão (que não é a porcaria que compram no supermercado em sacos de plástico), também explico como fazem fermento. Está lá um link para outro site que tem um método, tipo científico, mas não é preciso ser tão picuinhas. 

Por exemplo, anteontem iniciei um starter com o que havia na despensa, farinha espelta integral (usem uma farinha integral de preferencia). 25 gr de farinha e 50 de água. Ontem adicionei 25 gr de farinha e 25 de água. Hoje já há vida na mistura. Yeeeeiiii! Daqui a bocado vou acrescentar mais uma dose de farinha e amanhã o starter está pronto para levadar o folar da páscoa.  

Incrível a vida microscópica que nos ajuda diariamente. Felizmente não há só vírus (que nem são seres vivos). As bactérias são o nosso maior aliado microscópico (embora também haja umas bem mázinhas).

Não se esqueçam de usar as mãos, lavadas, para misturar diariamente cada porção. As mão têm a bactéria lactobacillus sanfranciscensis, muito importante neste processo.

Cavaqueira - À conversa com Aquele que Gosta de Conversar

Se conseguiram chegar até aqui, então saibam que guardei o melhor para o fim (ou o pior, depende do vosso ponto de vista). O Vitor Oliveira do blog Aquele que Gosta de Correr tem estado a fazer uma série de conversas com outros bloggers. Uma grande iniciativa do Vitor a quem agradeço a amabilidade de me ter convidado para uma destas conversas. Deixo aqui o vídeo mas também o convite para visitarem o blog dele onde encontram seguramente entrevistas bem mais interessantes. Mas se estiverem curiosos e com um pouco de tempo livre aqui fica a minha.


Fiquem bem e siga para mais do mesmo durante mais um tempo. Já falta pouco, ou não....

5 comentários:

  1. Mais uma vez muito obrigado por alinhares! Foi uma conversa excelente!

    Um abraço

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    1. Foi impecável. Um prazer alinhar na tua excelente iniciativa. Parabéns pela ideia e podes sempre contar aqui com o gajo. Abraço e até breve numa corrida por aí

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  2. Boa conversa! #throwback aos treinos lunares

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  3. Em 2013 cheguei a ir duas vezes aos treinos lunares com bifanas e bolos no fim. Fazer aquela autoestrada de areia era muito bom.
    Estive para participar numa SS Pirata de Monsanto mas acabou por não acontecer.
    Adorei a entrevista e pelos vários temas abordados. Por curiosidade comecei na segunda-feira uma dieta restritiva de hidratos e jejum de 16h. Outra coisa comum ao relatado é a minha lesão nas isquios desde abril 2018.
    Conheço o Paulo Pires do meu início das corridas em 2010 e onde tínhamos amigos comuns
    Admiro a grande evolução que ele teve para as grandes distâncias.
    Obg por mais esta excelente entrevista.

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