A Rota Vicentina começa na praia de S. Torpes e não em Sines, e sem este pequeno troço de 8 Km previamente planeado, ainda andámos um pouco aos papéis, ou aos carriços vá, antes de darmos com um estradão que nos deixou no caminho definitivo para S. Torpes.
A noite estava relativamente boa para o nosso passeio. Soprava um vento moderado pelas costas que nos iria acompanhar nos próximos dias.
A paisagem industrial à noite é espetacular, autenticas decorações natalícias naquela parafernália de tubagens, reservatórios e chaminés. Algumas cospem fogo, outras fumo, apetecia ficar por ali a desenhar com luz, no écran do telefone, mas não era o momento ideal.
O não-plano dizia que iríamos noite fora até Vila Nova de Milfontes e depois logo se decidia o que fazer. De qualquer forma estava demasiado frio para se pensar em encostar o esqueleto por ali. Junto ao mar a brisa noturna iria rapidamente gelar-nos os ossos, até porque só levava um saco cama da treta. Para dormir qualquer coisa teria de ser já com o sol a aquecer o ambiente.
O percurso até Porto Covo é tranquilo: uma estrada marginal vai percorrendo várias praias, ora por estrada, ora por dunas e até pela praia, lá seguíamos animados. A noite impede grandes contemplações da paisagem, mas também não há muito para ver, é uma praia enorme e algumas dunas, sempre ao lado da estrada.
Em Porto Covo as coisas começam a mudar de figura. A estrada afasta-se e a progressão é feita exclusivamente por trilhos em dunas de areia. Areia e mais areia, assim seria a nossa noite. Às vezes mais perto da costa, outras vezes mais afastados. Pinhal, mata, estradões, mas sempre em areia, solta, fina, massacrante.
Ao mesmo tempo a cota vai subindo e quando nos aproximamos do mar para a aproximação a Vila Nova de Milfontes, começa a cheirar a costa alentejana. O mar lá em baixo, falésias enormes, erosão em larga escala. O dia também já vai nascendo e permite-nos começar a encher a vista e a alma.
A progressão continua difícil, sempre areia, mas os trilhos e a paisagem são já espetaculares.
Já sabíamos que a chegada a Milfontes seria por volta das 8 da manhã. Encontrámos um cafézito aberto para repor calorias, mudar para a fatiota diurna, e seguimos viagem. Era preciso começar a planear o final do dia.
No turismo conseguimos uma listagem de alojamentos em Almograve. Teríamos de ficar em Almograve. Seguir até à Zambujeira estava fora de questão. Estávamos há demasiadas horas sem dormir, o ritmo era lento e penoso com tanta areia. A ideia era desfrutar da viagem e não uma sangria desatada e sem nexo.
Às tantas o Eduardo tira da cartola uma hipótese de ficarmos no Cavaleiro a 8 Km da Zambujeira. SMS para aqui, telefonema para ali, durante o percurso as negociações progrediam a bom ritmo. Quando chegámos a Almograve já estava tudo confirmado para a nossa noite. Iríamos dormir no Cavaleiro. Uma casinha impecável no centro da aldeia. Ainda não sabíamos bem onde iríamos jantar. Das 3 opções do Cavaleiro, 2 estavam fechadas e o restaurante nepalês não reunia consensos... nepalês numa aldeia perdida no litoral alentejano com 20 casas :) Sinal dos tempos.
Para que se saiba eu queria ir ao nepalês. Na realidade não era um "restaurante" nepalês, daqueles panisgas e turísticos. Apenas um café local que estava a ser explorado por nepaleses e servia refeições ao gosto da maioria da população da terra... nepaleses, pois claro :)
Mas uma coisa de cada vez. Logo se verá o que irá acontecer, como manda a tradição nestas viagens. Para já chegámos a Almograve e foi logo à entrada, na esplanada de um dos poucos restaurantes existentes, que tirámos a barriga de misérias. A noite foi longa mas o almoço fez esquecer todas as dificuldades.
seguir para a 2ª etapa
O percurso até Porto Covo é tranquilo: uma estrada marginal vai percorrendo várias praias, ora por estrada, ora por dunas e até pela praia, lá seguíamos animados. A noite impede grandes contemplações da paisagem, mas também não há muito para ver, é uma praia enorme e algumas dunas, sempre ao lado da estrada.
Em Porto Covo as coisas começam a mudar de figura. A estrada afasta-se e a progressão é feita exclusivamente por trilhos em dunas de areia. Areia e mais areia, assim seria a nossa noite. Às vezes mais perto da costa, outras vezes mais afastados. Pinhal, mata, estradões, mas sempre em areia, solta, fina, massacrante.
Ao mesmo tempo a cota vai subindo e quando nos aproximamos do mar para a aproximação a Vila Nova de Milfontes, começa a cheirar a costa alentejana. O mar lá em baixo, falésias enormes, erosão em larga escala. O dia também já vai nascendo e permite-nos começar a encher a vista e a alma.
A progressão continua difícil, sempre areia, mas os trilhos e a paisagem são já espetaculares.
No turismo conseguimos uma listagem de alojamentos em Almograve. Teríamos de ficar em Almograve. Seguir até à Zambujeira estava fora de questão. Estávamos há demasiadas horas sem dormir, o ritmo era lento e penoso com tanta areia. A ideia era desfrutar da viagem e não uma sangria desatada e sem nexo.
Às tantas o Eduardo tira da cartola uma hipótese de ficarmos no Cavaleiro a 8 Km da Zambujeira. SMS para aqui, telefonema para ali, durante o percurso as negociações progrediam a bom ritmo. Quando chegámos a Almograve já estava tudo confirmado para a nossa noite. Iríamos dormir no Cavaleiro. Uma casinha impecável no centro da aldeia. Ainda não sabíamos bem onde iríamos jantar. Das 3 opções do Cavaleiro, 2 estavam fechadas e o restaurante nepalês não reunia consensos... nepalês numa aldeia perdida no litoral alentejano com 20 casas :) Sinal dos tempos.
Para que se saiba eu queria ir ao nepalês. Na realidade não era um "restaurante" nepalês, daqueles panisgas e turísticos. Apenas um café local que estava a ser explorado por nepaleses e servia refeições ao gosto da maioria da população da terra... nepaleses, pois claro :)
Mas uma coisa de cada vez. Logo se verá o que irá acontecer, como manda a tradição nestas viagens. Para já chegámos a Almograve e foi logo à entrada, na esplanada de um dos poucos restaurantes existentes, que tirámos a barriga de misérias. A noite foi longa mas o almoço fez esquecer todas as dificuldades.
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