Nada como uma boa refeição para repor a ordem no universo, certo? A não ser que tenhas de decidir a próxima refeição...
(link para a 1ª etapa)
Resolvido o almoço em Almograve e a dormida no Cavaleiro, qual seria o tema do almoço? Pois está claro que seria o jantar. Cenários, hipóteses, opções, até taxis para ir jantar à Zambujeira vinham à baila, Uber Eats ali não há, tudo para evitar os desgraçados dos nepaleses. Diziam os detratores que estavam cheios de Covid... felizmente este é um país tolerante e sem racismo.... Que medo!
Lá optámos por seguir a opção habitual: chegar e depois avaliar. A comida entretanto chegou e o problema assumiu outra dimensão.


Por fim o farol do Cabo Sardão surge no horizonte. Estávamos já muito perto do destino. O Cavaleiro é uma pequena aldeia 2 km para o interior do farol do Cabo Sardão. Contornámos o dito cujo e chegámos ao destino. A casinha era o sonho de qualquer gajo que tivesse feito 60 Km e passado uma noite em claro.
O jantar resolveu-se com um take-away de um dos restaurantes que não abria ao jantar, para alívio dos gajos que estavam em pânico com a ideia de ir comer aos nepaleses. Não sei se ficámos mais bem servidos, mas pouco importa. A comida, mesmo requentada, era razoável, o vinho era de qualidade e alimentou bem a discussão filosófica noite fora.
Ainda antes do dia seguinte era já claro para mim que esta viagem dificilmente passaria de Aljezur para baixo. A partir de Aljezur as opções de regresso complicam-se. Só há um autocarro de Sagres para cima às 8 e pouco da manhã. É sempre preciso ir a Lagos apanhar um comboio ou um autocarro, o que iria prolongar a viagem até à noite de Sábado. Não queria regressar tão tarde, por isso o regresso na 6ª à tarde era quase inevitável. Mas uma coisa de cada vez.
Para já fazer o percurso Cavaleiro Zambujeira. Voltar ao Cabo Sardão, agora para desfrutar de toda a costa da zona que é provavelmente das zonas mais impressionantes de todo o trajeto. É também bastante corrível, embora por inúmeros e variados motivos, correr foi tudo o que não fizemos.

Não havia saloio que não estivesse na Zambujeira para almoçar. Evitámos os locais mais turísticos e lá encontrámos um restaurante semi-tasca, sem pretensões a estrelas michelin. Até nem levámos grande seca e a comida era básica mas honesta. No final do almoço aproveitámos para reservar no booking, o local para a pernoita em Odeceixe.
Estávamos a contar com um passeio tranquilo até Odeceixe, para passar a tarde. Mas é sempre assim, quando não se está a contar... recebo uma mensagem do booking a dizer que havia um problema com o cartão que tinha usado para fazer a reserva. Toca de ligar para a residencial em Odeceixe para resolver. Bla bla bla, têm de estar em Odeceixe até às 19h senão paga mais 20€... Ó diacho! Faltam pouco mais de 3 horas para 18 Km. 6 Km por hora. Tendo em conta a média que tínhamos vindo a fazer, o facto de haver imensa arreia, arribas, etc. era agressivo. Mas não impossível.

Chegamos à Azenha do Mar e paramos para uma jola. O Zé entra para ir buscar umas fresquinhas, o tempo é escasso. De repente de uma das mesas da esplanada surge o João Tomás: o que é que estão aqui a fazer, beca beca, fez questão de pagar as jolas, obrigado João, e ala que estamos em contra relógio.

Odeceixe metia dó: uma vila que costuma fervilhar de vida, a menos de meio gás, com imensa coisa fechada e meia dúzia de almas na praça principal. Indiferentes a isso lá fizemos o nosso jantar, demos uma voltinha profilática para desmoer a coisa. Mais um dia que chegava ao final.
A próxima etapa seria seguramente tranquila dado que iria acabar em Aljezur à hora de almoço.
Nota: como imaginam temos centenas de fotos desta viagem. Vamos escolher as melhores para partilhar convosco num fantástico slideshow no post final. Aguentem firmes, se conseguirem...
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