domingo, 13 de janeiro de 2019

Trilhos dos Reis 2019 - o teste do casaquinho


Já não escrevia sobre uma prova há canos. E não vou escrever sobre esta porque fiz 3º do escalão. Isso foi apenas um fait-divers (ou como diria o outro, um fáite dáiver), daquelas cenas que acontecem, vá-se lá saber porquê. Alinhamento de planetas e de constelações, etc.
Fui tranquilo sem grandes objetivos, que não fossem rolar e fazer um treino longo para a maratona. Isto do trail não tem nada a ver com a estrada, mas o perfil da prova, muito rolante, até se prestou a isso. Tirando 2 ou 3 subidas mais agressivas a coisa até se fez bem. Estou a recuperar alguma forma depois de tanto tempo sem conseguir treinar em condições e a estrada faz-nos correr mais rápido.

Mas também, como não tenho muito mais fotos da prova, vai mesmo esta. 

A verdadeira razão deste post são duas. Por um lado dar os parabéns ao José Presado e a toda a equipa do DAP. Cada vez mais eficientes, cada vez melhor, vocês fazem parecer simples organizar um evento fantástico. Não admira que a coisa esgote em 4 dias. Qualquer dia estão a fazer sorteios à la UTMB...

O que dizer para melhorar em 2020? O percurso dos 25 (28) epá não mexe. Está impecável para o tipo de prova que é. Como disseste Zé, tem um pouco de tudo no equilíbrio perfeito. Marcações, abastecimentos, simpatia, surpresas, animação, que nível. E podia continuar, secretariado, animação no mercado, animação na partida, tudo flui impecavelmente, como se fosse fácil aquele evento acontecer, sem o vosso profissionalismo e dedicação. Parabéns, foi um fim de semana fantástico que me proporcionaram, a mim e à Dora.  Cinco asteriscos!

Fiquei impressionado com a quantidade de espanhóis, Talvez 1/3 da prova dos 25K fossem espanhóis. Impressionante!

Uma coisa para melhorarem para 2020, vá, até podem fazer uma jardineira de frango, mas não rebentem os galináceos com granadas. O galináceo é um bicho que requer desmancha com arte, senão a coisa fica mais complicada de comer do que um safio no forno. 


Despachada esta parte, vamos ao resto. O casaquinho! Quem acompanha o blog e leu os 2 artigos anteriores sobre o casaquinho (podem começar por este, se não leram A montanha, o frio, o poliéster, e outras histórias de plástico) sabe do que estou a falar. 

Com o frio que se previa para Portalegre, o Trilho dos Reis era a prova ideal para testar o meu novo casaco Patagonia Nano-Air Ligth Hybrid. Era também a primeira, dado que chegou na 4ª feira antes :)

Estava desejoso de validar a minha investigação! Se quiserem saber a história vão ter de ler os outros 2 posts, não vou repetir o tema aqui.

Acordámos com 0º C. Perfeito pensei. Mas com o nascer do sol a temperatura começa a subir rapidamente. Ao ponto de pôr em causa o equipamento que tinha pensado testar. Uma camisola de lã de merino e o novo casaco da Patagonia. Andei ali um bocado barata tonta. Ao sol a coisa estava já suportável. Levo não levo, que sa lixe. É para testar, é para testar. E lá fui. 

Características da coisa:

- Após a primeira subida em que achei que ia cozer, a temperatura estabilizou. Obviamente que suei, e muito. Mas eu suo sempre muito, não era por aí;
- O que notei é que após atingido um determinado nível, o calor interior não aumentava mais. De alguma forma conseguia libertar-me rapidamente do excesso;
- Mal se nota que o levamos vestido, tal o conforto e leveza;
- O que isola do frio isola do calor e embora estivesse suado por baixo, estava confortável;
- A temperatura controla-se facilmente abrindo mais ou menos o fecho;
- Só tirei o casaco na subida para as eólicas, com o sol a bater nas costas, mas ao chegar lá acima, a correr só com a camisola interior, a deslocação do ar frio, voltei a vestir e senti de imediato um conforto enorme. Mesmo relativamente molhado, é reconfortante;
- Até fiquei a pensar que provavelmente devia ter feito a subida com ele vestido. Não ia ser muito diferente. Há que se aprender a usar a coisa. Não voltei a tirar até ao final e só cheguei à meta com ele aberto para se ver o dorsal;
- O casaco e a camisola de lã de merino são mesmo anti-odor. Eu normalmente exalo um cheiro pouco recomendável, mas agora percebo que as fibras que se usam são grande parte do problema. Quase que secavam na totalidade até chegar a casa, e acreditem que não cheiravam a nada, se tivesse deixado secar totalmente, poderia tornar a vestir no dia a seguir sem qualquer probema. E o que eu suei. Ora façam lá isto com as vossas camisolas e t-shirts;

Conclusão: Tou fã! Confirma-se tudo o que li e as reviews em que o pessoal tece os maiores elogios ao casaco para uma utilização ativa em montanha.

Quando cheguei ao quarto, pus ao sol e em menos de um fósforo o casaco quase secou. A única parte mais difícil de secar são as costas que são de uma malha elástica, a tal parte que lhe dá o nome de Hybrid. 

O casaco é de facto compatível com desportos de elevado output. Estamos estranhamente aconchegados lá dentro, mesmo que húmidos ou mesmo ensopados. Pode-se tirar e voltar a pôr suado, não se sente frio. Acho que se acabaram os tremores, o gelar quando se pára nos abastecimentos por uns minutos. Só não fiquei mais surpreendido porque já tinha lido bastante sobre o tema. 
Diria que é perfeito em provas abaixo dos 10ºC ou provas noturnas com frio. Algo para se usar todo o inverno e mesmo naquelas manhãs frescas de primavera

Tenham só em atenção que este casaco tem um baixo nível de isolamento, 40g/m2, para além das costas não estarem isoladas mas sim feitas de um tecido altamente respirável (a tal malha).

Há que testar mais situações, mas estou muito bem impressionado. Grande aquisição.

Veredicto: Altamente recomendado para quem sofre com o frio em provas com mau tempo ou noturnas. 

Sem comentários:

Enviar um comentário