Este ano tudo se conjugou na perfeição. Finalmente. Ao fim de 3 edições o Mundo da Corrida já merecia um dia perfeito.
A maré já se sabia que ia ser uma das mais baixas do ano. E para ajudar este ano não houve ventos, nem chuvas, nem frios. Nem calores malucos, já agora. Estava um dia excelente para uma corridinha na praia.
E foi o que fizemos. Eu já a descomprimir para Portalegre tinha feito na véspera um treino matinal de 21Km pela Arriba fóssil da Costa. 21Km seguidos de uma almoçarada com amigos. Grelhados e uma desgraceira pegada. Um verdadeiro estágio para a meia da areia do dia a seguir. Nunca sei bem se o que mais gosto é de correr com os amigos ou comer com os amigos. Desta vez ficou provado que a melhor opção é fazer as duas coisas e de preferência nesta ordem.
Seria portanto um fim de semana já mais calmo com 21+21 embora os 21 da meia fossem bem mais exigentes claro.
O dia amanheceu bonito e embora o céu limpo já se sabia que não ia estar muito calor. A rotina foi a habitual. Descer à praia, encontrar resmas de amigos e desfrutar de uma corrida na pista dos Treinos Lunares. Sei como esta prova é subtilmente desgastante. A areia é compacta e dá a ideia que estamos a correr numa pista de atletismo. Mas na verdade e embora nada o indique, a resposta elástica do piso nada tem a ver com a estrada ou mesmo com a terra batida. Ou seja, sem dar por isso, acabamos por despender muito mais energia do que se estivéssemos a correr noutro piso. Claro que a vantagem é termos uma prova com muito menor impacto nas articulações, mas como o piso é tão compacto e nem damos pelo esforço extra inicialmente, podemos ter algumas surpresas com a resposta do nosso corpo nos dias a seguir.
Espero que nada que não se recupere posteriormente mas a mim já me aconteceu mais do que uma vez, porque acabo sempre por impor um ritmo superior ao que pretendia, ressentir-me nos dias seguintes. Nada que, como não me mata, não me torne mais forte. Só isso!
Estava um pouco receoso porque o meu joelho esquerdo andava a ameaçar chatice e faltavam agora menos de 15 dias para os 100K de Portalegre. Mas não dava para parar, portanto era seguir mais calmamente. Na véspera a coisa tinha corrido relativamente bem e dado que fomos a um ritmo lento. embora me tivesse doído um pouco, nada que não tivesse desaparecido em seguida.
Logo após a partida, tal como sempre faço dirigi-me de imediato para a beira-mar e aí segui. Para não variar os primeiros Km's foram um pouco sofridos até entrar no ritmo. Felizmente o areal este ano estava excelente para a corrida. Seguia sozinho junto ao mar. A maré vazia era brutal. Antes de chegar à Fonte da Telha aparece o José Santos cheio de pica e pensei que me fosse deixar para trás. Mas não, acabou por ficar por ali e seguimos juntos.
Após a Fonte da Telha, zona onde normalmente o areal empina um pouco porque a água não desce tanto como antes da Fonte da Telha, nunca tinha visto o areal assim. Na zona onde o ano passado progredíamos com dificuldade dado o avançar da maré, este ano a água estava lá em baixo e parecia que estávamos na Costa tal a largura do areal completamente plano. Nunca tinha visto tanto areal à mostra naquela zona. Uma maré de 30 centímetros de altura, das mais baixas do ano, senão a mais baixa.
Depois de dar a volta continuámos juntos quase até perto da meta. Mantive-me junto ao mar enquanto o Zé progredia um pouco mais acima. Mas seguíamos a par. Acabámos por cortar a meta quase ao mesmo tempo, tendo feito a prova num ritmo bem mais forte do que o que inicialmente pretendia. Mas o magnífica pista da Caparica estava num dia excepcional pelo que foi só deixar as pernas desfrutarem daquela fantástica pista.
No final uma refrescante massagem com as frescas ondas do mar ajudaram à recuperação. Um mergulho ou dois para refrescar e toca a rumar à barraquinha das imperiais onde inevitavelmente toda a gente acabava por aparecer e onde ficámos à conversa até perto da hora de voltar para casa. Estava cumprida a 2ª parte do treino do fim de semana. Um dia de praia que dificilmente se repetirá pois todas as variáveis se alinharam na perfeição.
O Mundo da Corrida já merecia um dia à altura da sua organização. Perfeito!
Um agradecimento ao José Carlos Melo e ao Vitor Veloso a quem simpaticamente roubei estas fotos sem sequer pedir autorização. Obrigado amigos!
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